domingo, 28 de outubro de 2018

Croquis 2 - Feevale

Simpósio Nacional do Desenho Criativo no Ensino de Projeto

Apresentação
O evento, em sua segunda edição, pretende reunir alunos, professores, profissionais e pesquisadores em debates e apresentações sobre ensino, pesquisa, práticas e inovações com a ferramenta humana básica para elaboração de ideias e projetos em arquitetura e design: o desenho elaborativo e seus meios gráficos (os esboços e croquis com ênfase no desenvolvimento à mão livre). O Simpósio oferecerá palestras, mesas redondas e oficinas.

Público-alvo:
Estudantes, professores, profissionais e pesquisadores acadêmicos.

AGENDE-SE!
Dias: 30 e 31 de outubro de 2018
Local: sala 201 - prédio Arenito | Câmpus II
Carga horária: 10 horas.
Certificação: certificado on-line, que será enviado por e-mail, em até 15 dias úteis, após a confirmação de participação
Inscrição: até dois dias antes do início do evento ou de acordo com a disponibilidade de vagas.



Programação
Dia 30 de outubro, terça-feira
18:00 | Credenciamento
18:30 | Abertura da exposição de desenhos
18:50 | Abertura do evento Croquis 2
19:10 | Palestra: A aventura do desenho - com Arq. Prof. João Diniz
20:00 | Palestra: Correndo riscos: O desenho como meio - com Arq. Prof. Gabriel Gallina
20:50 | Mesa redonda Desígnios com Carlos Goldmann, Paulo Ricardo Bregatto (PUCRS), Gabriel Gallina, João Diniz, Mediador: Jose Arthur Fell
22:10 | Encerramento

Dia 31 de outubro, quarta-feira
18:00 | Credenciamento
18:10 | Tour Guiado pela exposição de desenhos
18:50 | Abertura da ‘Oficina de desenho’
19:15 | Oficina de desenho*
21:30 | Painel de compartilhamento dos desenhos

Palestrantes
GABRIEL GALLINA
É arquiteto (Ulbra, 2001) e mestre em Design (Unisinos, 2017). Sua experiência profissional é relacionada a projetos comerciais e de sinalização, em que explora abordagens do Design Gráfico para Ambientes. Foi sócio do Studio Paralelo, coordenador de projetos do GAD'Design e sócio da SCENO Environmental Graphic Design. Desde 2015, atua como consultor criativo de organizações e empresas de arquitetura e design e, também, como professor de disciplinas de projeto, desenho e expressão gráfica para Arquitetura (Ulbra), Design de Interiores e Design Gráfico (Centro Universitário FADERGS). É membro do grupo Croquis Urbanos - Porto Alegre.

JOÃO DINIZ
É formado e doutorando pela Escola de Arquitetura da UFMG, em Belo Horizonte. Mestre em Engenharia Civil com ênfase em construção metálica pela UFOP, de Ouro Preto. Diretor da JDArq Ltda com projetos nas áreas de edificações, interiores, design e urbanismo. Prêmios em certames de arquitetura. Professor Adjunto no curso de arquitetura da Universidade FUMEC, em Belo Horizonte. Palestras, cursos e oficinas em diversas universidades e instituições profissionais no Brasil e também na Argentina, República Dominicana, Martinica, Espanha, França, Alemanha, Lituânia, Bulgaria, Polônia e Eslováquia.

*OFICINA DE DESENHO: é a atividade de desenho como um trabalho integrado, colaborativo e criativo com uso de desenhos a mão livre de modo a que se produzam estudos expeditos e expressivos de elaboração de ideias para objetos, mobília, interiores ou pequena edificação, sendo o desenho a resposta rápida de um processo criativo e aberto. O objetivo é realizar desenhos rápidos e sugestivos (com esboços e croquis) como ideias abertas, porém potenciais. Os principais temas são: a prática de desenho como manifestação do pensamento e como ferramenta de comunicação; os objetos domésticos e a pequena edificação conforme novos materiais, novas tecnologias ou novos paradigmas.

Exposição
Curadoria e Expografia: Ester Meyer
Consultoria : Maria Ivone dos Santos

Conceito
"O DESENHO - IDEIA E EXPERIÊNCIA" tem como foco expor desenhos de esboços e croquis realizados por arquitetos e designers, que apresentem o processo da construção de um pensamento, ou seja, uma narrativa gráfica como forma de planejamento inerente à criação de um objeto. Os desenhos apresentam desenvolvimento de projetos nas seguintes áreas: Arquitetura, Urbanismo, Paisagismo, Design de Objeto, Design Gráfico e Processos e Linguagens Artísticas.

A exposição contará com a participação dos seguintes convidados:
Rio Grande do Sul: Daniel Dillenburg, Daniel Pitta, Edgar Vasques, Fernando Fuão, Julio Collares, Lourenço Degani, Luciana Marson Fonseca, Marcelo Spolaor, Nicolás Sica, Paulo Ricardo Bregatto, Sergio Marques.
Outros Estados: Fernando Luiz Lara(MG), Hanna Kny(RJ), João Diniz(MG), Lêda Brandão(SP), Marcos Franchini(MG), Marta Dischinger(SC), Sylvio Emrich de Podestá(MG).

domingo, 14 de outubro de 2018

Clube do Desenho

Hospital São Lucas - PucRS

É com muita alegria que informo a divulgação do projeto Clube do Desenho (Voluntariado do Hospital São Lucas da PucRS) na Revista Saúde número 29, de setembro de 2018. Este projeto está em sua terceira edição e tem como objetivo promover a prática do desenho livre para as crianças que estão internadas na pediatria do Hospital São Lucas da PucRS e para as crianças que acompanham os pacientes em consulta e que ficam muitas horas dentro das instalações do hospital. Todas as pessoas possuem habilidades naturais para o desenho. Não há pessoas incapazes de aprender a desenhar, da mesma maneira que não há pessoas incapazes de aprender a escrever. Desenhamos porque a capacidade de desenhar é uma fonte de prazer intelectual e artístico. Este é o ponto de partida. E não existe um ponto de chegada. Uma vez que descobrimos as delícias do desenho, esta prática e este prazer nos acompanharão para sempre. Desenho é visualização, é observação, é percepção, é expressão, é registro e é prazer.



Local: Internação pediátrica do Hospital São Lucas, sala de recreação da internação pediátrica, leitos, ambulatórios e emergência.
Ação: Oferecer acolhimento, conforto, diversão e prazer visual para as crianças a partir do desenvolvimento do desenho livre e da cor. Desenhos livres de observação, pintura com lápis de cor, hidrocor e tintas à base de água.
Periodicidade: Semanal em horário programado ou ocasional.

Os interessados em participar deste, ou de outros projetos do voluntariado do Hospital São Lucas da PucRS, devem entrar em contato pelo telefone (51) 33205070 ou pelo e-mail voluntariado.hsl@pucrs.br.

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Formatura | FauUlbra 2018-1

03 de agosto de 2018
Auditório | Prédio 14 | 20h
Canoas | RS

Queridos amigos e agora colegas,

Disparo mais esta mensagem de agradecimento, alegria e felicidade, em parte pela homenagem que me prestaram permitindo que eu apadrinhasse vocês no dia da formatura, conduzindo-os da vida acadêmica para a vida profissional. Mas, também em grande parte, como forma de agradecimento pelo ótimo ano que passamos juntos no Atelier I e Atelier II. Vocês foram corajosos, aceitando desde o primeiro dia de aula, os desafios propostos pelo plano de trabalho que apresentei para vocês. Olhos arregalados, semblantes assustados no início, atenuados pelo senso de responsabilidade que demonstraram diante dos demandas gerais da nossa profissão. Sempre lhes disse que eu respeito muito quem respeita o nosso ofício, e vocês demonstraram muito respeito, encarando com seriedade nosso plano de trabalho e, principalmente, as especificidades e complexidades dos seus projetos. Fizemos, de fato, arquitetura e urbanismo nesta jornada! Que orgulho!

Antes de ir para o auditório, para o início da solenidade de formatura, passei em nossa salinha de aula (sala 316) e relembrei dos nossos alegres momentos. Das aulas expositivas, dos seminários, dos vários - e algumas vezes, tensos - painéis de apresentação dos projetos, dos calorosos debates sobre cada tema e suas peculiaridades, da emoção do grupo em nossa última aula, após as bancas, para divulgação nas notas finais, entre outros tantos fatos marcantes, individuais de superação e coletivos de compartilhamento e ajuda mútua. Obrigado por estes momentos! Obrigado pela seriedade e respeito pelo nosso ofício! Obrigado por estas belas lembranças!

Mais uma vez parabéns para vocês! Estendam o meu abraço para seus familiares e amigos, que foram tão importantes como referências de vida, para nos mostrar sempre de que não estamos sós. Meus queridos, não esqueçam que grande parte do nosso sucesso individual se deu pelo nosso elaborado espírito de equipe, pela nossa solidariedade, pela nossa capacidade de estender a mão. Portanto, sigam assim, amigos e colegas, sabendo que juntos somos mais fortes do que isolados. Somos todos irmãos de ofício!

Um abraço apertado e um beijo carinhoso!

Discurso do Paraninfo

Componentes da mesa já citados,
Familiares e amigos aqui presentes nesta noite de muitas alegrias,
Meus queridos colegas arquitetos e urbanistas.

Desde já, o meu mais profundo agradecimento pelo convite para ser o paraninfo desta turma. Que bela homenagem vocês me prestam, me permitindo fazer uso desta tribuna, neste importante ritual de passagem, com a nobre missão de conduzi-los da vida acadêmica para a vida profissional. Recebo sempre com muito carinho e emoção esta homenagem, pois ela está entre as maiores distinções que um professor pode receber em sua carreira acadêmica, pelo fato dela vir genuinamente dos seus alunos e futuros colegas de ofício.

A homenagem veio em ótima hora! Num momento de muitas reflexões pessoais e profissionais! Não é fácil ser professor num país que passa por uma grave crise ética de falta de moral e conteúdo e que não valoriza a cultura, o patrimônio e a educação como agentes transformadores da sociedade. Mas não podemos esmorecer e fraquejar diante das dificuldades. Temos que seguir em frente, lutando com o nosso senso ético e moral, dando a nossa contribuição para fazer um novo país, refundando as bases de uma nova sociedade, com menos urgências e mais qualidade de vida, menos decisões superficiais e mais planejamento, menos falta de compromisso e mais responsabilidade, menos impaciência e mais tolerância, menos egoísmo e mais solidariedade, menos individualismo e mais senso de coletividade, compartilhamento e ajuda mútua.

Neste sentido, o carinho da homenagem de vocês, como forma de reconhecimento pelo meu trabalho diário no Atelier, vem como uma carga rápida de energia positiva para seguir em frente nesta luta - que é uma luta de todos nós -, pois a nossa profissão e a sociedade necessitam muito do nosso trabalho estético, técnico e ético.

Estamos caminhando juntos desde o ano passado e posso dizer que muito crescemos como grupo e aprendemos uns com os outros. Este sentido de grupo nos deu a necessária autoconfiança para o crescimento dos seus trabalhos e de suas posturas, cada vez menos estudantes, para se tornarem cada vez mais profissionais. Tenham a certeza do orgulho que tenho por vocês! Reconheci no olhar cansado de cada um ao longo do semestre, o desejo da vitória e o respeito pela arquitetura e urbanismo. Respeito expresso na tenacidade e dedicação com que cada um buscou fazer o seu melhor.

Sempre que fazemos o nosso melhor, irradiamos quem está ao nosso lado com a energia positiva das grandes transformações. Quando transformamos o nosso mundo em pequena escala, o somatório destas pequenas transformações ajuda a construir um mundo melhor, amplo, mais justo, honesto, ético e fraterno para todos.

Neste último ano do curso, nosso alegre e respeitoso convívio no atelier nos uniu ao redor de um objetivo comum: olhar e transformar uma pequena parcela da paisagem que nos cerca pela lente da nossa profissão e da visão experimental, empreendedora e inovadora de cada projeto, pensando e propondo como as cidades poderiam ser melhores, funcionais e mais bonitas a partir da viabilização dos seus projetos de diplomação.

Ao fazerem isto com a seriedade com que vocês fizeram, fortaleceram, também, as nossas convicções sobre os necessários avanços na formatação do ensino superior, mais identificado com o mundo do trabalho, com as novas tecnologias, com os novos materiais e sistemas construtivos, com a economia de meios, com o delicado e cordial trato com os operários no canteiro de obras, com o foco nas necessidades e possibilidades dos nossos clientes, com as demandas reais do nosso ofício e sobre as características e qualidades que o jovem arquiteto e urbanista do século XXI deve possuir.

Nossa escola, uma das pioneiras do Estado, tem feito grandes esforços para manter-se fiel às suas origens e distante da massificação acrítica e da crise generalizada que o ensino universitário enfrenta em nosso país, permitindo a cada um de vocês a certeza e a segurança de que possuem uma formação diferenciada, sólida e de qualidade e, portanto, devem seguir em frente de cabeça erguida assumindo com zelo ético, rigor estético e técnico os desafios profissionais que irão surgir no fazer diário do nosso ofício.

Nossas cidades dependem muito do nosso valoroso trabalho. Ainda vemos as cidades crescendo desordenadamente sem o adequado e criterioso planejamento e com novas edificações e espaços públicos e privados desprovidos de qualidade funcional, estética e técnica. Também nosso patrimônio natural, ambiental, histórico, artístico e cultural, possuidor de belezas e valores comparáveis às grandes capitais do mundo, agoniza pela falta de reconhecimento destes valores e pela falta de investimentos, atitude e capacidade de gestão.

Muita construção e pouca arquitetura e urbanismo! Debatemos muito este tema no semestre passado e temos que continuar a debatê-lo no dia-a-dia dos seus escritórios e principalmente na política profissional, participando ativamente das nossas entidades de classe, instituto e conselho, divulgando e promovendo os grandes temas do nosso ofício e fazendo uso do genuíno exercício da cidadania.

Colegas, isto não é uma tarefa fácil por tudo o que o nosso ofício significa e representa!

Nunca percam de vista estes desafios! Sermos bons profissionais é nossa obrigação, assim como sermos boas pessoas e bons colegas. Daqui para frente, na vida profissional, sejam solidários uns com os outros, assim como foram ao longo das suas formações. Somos o que sabemos, acreditamos, pensamos e propagamos, mas seremos sempre lembrados pelo bem que fazemos. Vamos fazer a diferença! Vamos fazer o bem!

A partir disto meus queridos colegas, saibam do respeito, carinho e admiração que tenho por cada um de vocês e do meu desejo para que todos encontrem seus melhores caminhos pessoais e profissionais e que levem sempre na lembrança a certeza de que a nossa estimada escola será sempre de vocês e que eu estarei aqui sempre disponível para ajudá-los no que for necessário nesta nova jornada que hoje se inicia.

Dito isto, resta-me apenas chamá-los para a vida profissional! Sejam sempre bons colegas, sejam bons projetistas, sejam bons construtores, sejam, de fato, arquitetos e urbanistas, pois afinal de contas, projetamos e construímos porque acreditamos no futuro e não há nada que demonstre maior compromisso com o futuro do que o potencial propositivo, proativo e transformador da nossa profissão.

De coração, muito obrigado por esta homenagem!
Para mim, foi um privilégio e uma honra imensurável caminhar com vocês até aqui!

prbregatto
03/08/2018
20h

segunda-feira, 16 de julho de 2018

Porto dos Casais

Concurso Público de 1996

Em 1996 o Instituto de Arquitetos do Brasil, Departamento do RS, organizou o Concurso Público de Arquitetura para o Cais Mauá de Porto Alegre, intitulado Porto dos Casais, sob coordenação dos colegas arquitetos JOSÉ CARLOS BARCELLOS CAMPOS e EDIOLANDA LIEDKE. O concurso foi promovido pela Secretaria dos Trasportes do Estado do RS, com o propósito de selecionar a melhor proposta para a revitalização do Cais Mauá de Porto Alegre, incluindo o Plano Diretor Urbanístico do Cais e o Anteprojeto dos espaços do Pórtico Central e dos Armazéns A e B.

Este concurso foi organizado em duas etapas: a primeira etapa escolheu três projetos, entre os vários encaminhados, e a segunda etapa definiu a melhor proposta entre as três previamente selecionadas. Dos 114 arquitetos que adquiriram o edital do concurso (um terço de outros estados), 39 apresentaram propostas. Todos os 39 projetos que concorreram ficaram expostos para visitação pública no antigo restaurante do DEPREC, entre os armazéns A2 e A3. Era Presidente do IabRS o saudoso colega Carlos Maximiliano Fayet, grande defensor dos concursos públicos de arquitetura e urbanismo, principalmente para trabalhos desta envergadura.

Fizeram parte da comissão julgadora os seguintes componentes:

Arqa. Magnólia Maria Pinheiro Daniel – Titular pelo Ministério dos Trasnportes
Arqa. Laïs Salengue – Titular pela Secretaria dos Transportes
Arq. Oscar Souza Trindade – Titular pela Secretaria dos Transportes
Arq. Carlos Maximiliano Fayet – Titular pelo IabRS
Arq. Francisco Pedro Bopp Simch – Titular pelo IabRS
Arq. Moacyr Moojen Marques – Titular pelo IabRS
Arq. Ronald Spieker – Titular pelo IabRS

Foram classificados na primeira etapa do concurso junto com o nosso projeto, que no concurso recebeu o número 1, os arquitetos Carlos Alberto Medeiros Morganti, com o projeto de número 10 e o arquiteto Alberto Adomilli, com o projeto de número 32. Receberam menções honrosas os arquitetos Trajano Staggliotti Silva (projeto de número 20), Flávio Kiefer (projeto de número 15), Rafael Schiaffino (projeto de número 75) e Samuel Kruchin (projeto de número 100).

A seguir apresento, depois de 22 anos, e movido pelas renovações que estamos acompanhando ao longo da orla, nossa proposta classificada em terceiro lugar no concurso de 1996.



1 - A ORIGEM / PRESSUPOSTOS BÁSICOS

Para esta segunda etapa do concurso, procuramos aprofundar e complementar a conceitução do problema para a REVITALIZAÇÃO DO CAIS MAUÁ DE PORTO ALEGRE, tentando atender a todos os dados programáticos fornecidos pela Ata de Julgamento da primeira etapa do Concurso e coletados a partir das contribuições oportunizadas pelo Debate Técnico e pelas consultas efetuadas em vários setores da Municipalidade e do Estado, bem como, fazendo com que possa expressar, enquanto obra realizada e construída, um marco referencial de resgate, preservação, revitalização e animação na cidade de Porto Alegre.

Estudando a origem e o processo de evolução urbana da cidade vemos que ela buscou as margens do Guaíba, delta de confluência de cinco rios que penetram o Estado em várias direções, por motivos militares e econômicos e, a partir disto, a simbiose "cidade-rio-cidade" se estabeleceu assim como a localização estratégica de Porto Alegre ganhou relevância. Além dos desafios propostos pelo edital, nosso projeto utiliza como pressupostos básicos:

1.1 - Retomada das visuais do Guaíba pela cidade e a conseqüente devolução do cais Mauá à população
1.2 - Resgate e revitalização dos quatro eixos históricos e representativos da origem e formação da cidade
1.3 - Ampliação e redesenho, de forma sinuosa, romântica e sensual, da orla do cais Mauá oportunizando mais espaço aberto para utilização da população criando o conceito de “Cais-Parque”
1.4 - Implantação, no “Cais-Parque”, de um conjunto de praças temáticas evidenciando os quatro elementos que tradicionalmente compõem tudo que existe na natureza, fogo, terra, água e ar
1.5 - Implantação de equipamentos especiais de cultura, comércio, turismo, lazer e serviços em cada um dos quatro eixos básicos do projeto como, mirantes, restaurante panorâmico, marinas, farol, etc.
1.6 - Ampliação e o redesenho da orla do Guaíba nas imediações da usina do gasômetro e sua conseqüente transformação em área de manifestação cultural (eixo da cultura)
1.7 - Proposição de transporte hidroviário de passageiros para fins turísticos e intermunicipais
1.8 - Relocação dos terminais de transportes coletivos de passageiros das imediações da Av. Sepúlveda para locais mais apropriados
1.9 - Revisão das bases de cálculos do sistema de contenção das cheias e consequente substituição do muro da Mauá, embasada em soluções técnicas viáveis, por um sistema natural (com apelo visual e paisagístico), permanente e definitivo que chamamos de “dique natural”

2 - A ORLA DO CAIS MAUÁ / O CAIS-PARQUE

Com o intuito de proporcionar, através da revitalização da área do Porto de Porto Alegre, o retorno do cais ao convívio da cidade, criando um novo e grande ponto de encontro da população junto ao Guaíba, nosso projeto propõe três transformações básicas em seu desenho. Fizemos isto valorizando e considerando a importância fundamental que esta extensa área do cais exerce no desenho do perfil desta parte antiga da cidade, que ao longo do tempo vem se constituindo em uma marca da sua identidade, definindo um limite e emoldurando a paisagem urbana.

2.1 - A primeira diz respeito a criação do CAIS-PARQUE a partir da ampliação da margem do cais, com o intuito de aumentar a área de manifestações públicas e lazer, bem como, de oferecer condições para que a população possa usufruir de uma nova e maravilhosa perspectiva da cidade, a vista do cais avançado para os armazéns. Objetivamos, também, com isto, garantir a ambiência e a visualização da usina do gasômetro, de sua chaminé e de todo o conjunto arquitetônico do PORTO DOS CASAIS vistos de uma nova perspectiva.

2.2 - A segunda, também com o objetivo de aproveitar ao máximo os recursos de beleza natural do PORTO DOS CASAIS, será a implantação dos equipamentos especiais de cultura e lazer organizados em cada um dos quatro eixos básicos estruturadores da proposta, implantados sobre o guaíba. Estes braços avançando sobre o guaíba oportunizarão, também, a visualização do PORTO DOS CASAIS a partir deste novo ângulo de visão.

2.3 - Por fim, investigando a evolução urbana de Porto Alegre, a partir da análise de mapas antigos (anteriores ao Cais Mauá), constatamos a bela sinuosidade do perfil original e autêntico de sua orla. Nosso projeto propõe, então, o resgate desta sinuosidade a partir do redesenho, também de forma sinuosa, romântica e sensual, da orla do PORTO DOS CASAIS, mantendo, referenciando e preservando, através do novo desenho de paisagismo e pavimentação, o alinhamento talhado em granito rosa do antigo Cais Mauá.



3 - OS EIXOS

Com o passar do tempo e com o crescimento, muitas vezes mal ordenado de Porto Alegre, muitos traços de sua origem urbana foram se perdendo e se descaracterizando. O projeto do Porto dos Casais, tem a responsabilidade de pensar a imagem da cidade para a virada do século, ao mesmo tempo que, resgatar, reciclar, preservar, reconstruir e revitalizar os espaços da cidade e seus traços históricos perdidos. Entre estes desafios que julgamos fundamentais, nosso projeto se preocupou primeiramente em recompor o caráter evocativo do Porto, uma vez que ele é uma presença significativa na história do desenvolvimento agro-industrial do Estado, e integrar este grande novo espaço aos importantes sítios arquitetônicos do centro da cidade. Em nosso projeto estes sítios arquitetônicos, de fundamental importância para a cidade, foram batizados de EIXOS BÁSICOS ESTRUTURADORES DA PROPOSTA, que são:

EIXO 1 - MERCADO PÚBLICO: Eixo composto pelo Paço Municipal, Mercado Público, Largo Glênio Peres, Praça XV de Novembro, Esquina Democrática e Centro 24 Horas.

EIXO 2 - AV. SEPÚLVEDA: Portão central do Cais do Porto, Armazéns "A" e "B", Conjunto de Edifícios Públicos adjacentes à Avenida Sepúlveda e a Praça General Osório (antiga Praça da Alfândega).

EIXO 3 - AV. PADRE TOMÉ: Igreja das Nossa Senhora das Dores e Conjunto de Edifícios adjacentes à Avenida Padre Tomé.

EIXO 4 - USINA DO GASÔMETRO: Espaço formado pelo início da Rua dos Andradas (Corredor Cultural de Porto Alegre), Praça Brigadeiro Sampaio (antiga Praça da Harmonia), Museu do Trabalho, Usina do Gasômetro e antigo Porto do Carvão

4 - OS EQUIPAMENTOS DO PROJETO

Além da implementação dos sítios arquitetônicos, acima citados, nosso projeto propõe um conjunto de melhorias e equipamentos de animação, cultura, comércio, turismo, serviços e lazer, para o complexo do PORTO DOS CASAIS, zoneados e distribuidos em cada um dos quatro eixos. Objetivamos, com isto, oferecer condições para alojar espaços atrativos e multifuncionais nos limites de intervenção direta da área revitalizável do porto, bem como, atividades terciárias de animação permanente compatíveis com a localização comercial e de serviços. Estes usos foram determinados por estudos de viabilidade econômica, que levam em consideração os vetores de desenvolvimento econômico e de oportunidades de negócios gerados no local pela valorização imobiliária deste empreendimento.

A fim de tornar mais dinâmicas e criativas as áreas verdes do “Cais-Parque” do Porto dos Casais, foram criadas as Praças Temáticas, espaços baseados em temas pré-definidos que organizam todos os elementos que irão compor o local. As praças temáticas foram divididas em quatro grupos distribuidos ao longo do novo cais, baseados nos elementos da natureza que existem sobre a terra: FOGO, TERRA, ÁGUA e AR, e propõem-se a ser um conjunto de espaços de turismo e cultura, conjugando as atividades de diversão, lazer, descanso e distração vinculadas as atividades culturais didáticas e formativas.

Desta forma, a praça deixa de ser um elemento estático de contemplação e passa a interagir com as pessoas, a medida em que propõem reflexão sobre determinados assuntos. Os quatro elementos básicos da natureza, fogo, terra, água e ar servem como síntese da própria existência do homem, que atravéz deles viabilizam sua existência neste planeta. Numa alusão a esses elementos conceituais propomos espaços que buscam referenciar em sua composição estes aspectos simbólicos e figurativos.



5 - O PLANO DIRETOR

O Plano Diretor do PORTO DOS CASAIS, tem por objetivo adequar as futuras atividades a serem desenvolvidas no local à filosofia de resgate, reciclagem, revitalização, preservação e animação da orla portuária do antigo Cais Mauá, integrando-o ao centro da cidade de Porto Alegre e desenvolvendo uma positiva relação entre o cidadão, o seu rio e a sua cidade.

Para cumprir com este propósito, e respeitando os valores históricos de preservação deste conjunto arquitetônico, optamos pelo aproveitamento total de todo o potencial de área disponível nos pavilhões existente, criando mezaninos para o aumento significativo de áreas comercializáveis, e, com isto, tornando o empreendimento viável economicamente sem a necessidade de novas construções sobre o “Cais-Parque” (com a exceção do restaurante panorâmico sobre o Guaíba) que pudessem por em prejuízo todo o patrimônio histórico do local, bem como, do caráter evocativo do porto. O total de área que atingimos com este aproveitamento das edificações existentes é de 33.000 m2 (metros quadrados).

Analisamos a potencialidade do local e as prováveis vocações do mesmo, enquanto uma linha que limita uma muralha edificada (a cidade) e uma bela paisagem emoldurada por um reconhecido pôr-do-sol. Entendemos que esta relação do Guaíba com a Cidade deveria dar-se de forma total, através da promoção de encontros constantes e oportunos, absorvendo e incorporando os fluxos de turismo local, regional e internacional. Pensamos, também, que a associação de áreas verdes no Guaíba, dentro do conceito de “Cais-Parque” criaria um clima mais agradável atenuando a aridez habitual do centro da cidade. Utilizamos a vegetação, também, como um dos elementos a determinar o vínculo plástico-visual de interação entre a Cidade e PORTO DOS CASAIS.

O Porto dos Casais será entendido então como um grande parque (“Cais-Parque”), permitindo a continuidade dos parques já existentes nesta área da cidade, onde a população poderá desfrutar de um local com características para o comércio, turísmo, descanso, recreação e lazer. Além destes aspectos, temos neste local, a oportunidade de contar um pouco da história de nossa cidade e daqueles elementos que influenciaram no seu desenvolvimento. Enfim, pensamos o Porto dos Casais como o grande ponto de encontro do cidadão portoalegrense e de todos aqueles que vierem conhecer nossa cidade. A partir deste conceito, optamos por definir e zonear atividades afins, entre si, e que se relacionassem intimamente com o Guaíba, as quais foram divididas e inseridas dentro de sete grupos:

5.1 – ATIVIDADES CULTURAIS, DE LAZER E COMERCIAIS: PRAÇAS, PARQUES INFANTIS, PASSEIOS DE BARCO, JOGOS ELETRÔNICOS, DANCETERIAS, CINEMAS, LIVRARIAS, SHOPPING CENTER, ARTIGOS IMPORTADOS, ARTIGOS ESPORTIVOS.

5.2 – PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS: TERMINAL HIDROVIÁRIO COM TRANSPORTE DE PASSAGEIROS E HOTEL 5 ESTRELAS COM ESCRITÓRIOS VIRTUAIS E CENTRO DE CONVENÇÕES.

5.3 – ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS: SEDE ADMINISTRATIVA DO GRUPO EXECUTIVO DE CONCESSÃO DAS ÁREAS DO PORTO DOS CASAIS.

5.4 – ATIVIDADES DE INTERCÂMBIO: PAVILHÃO PARA FEIRAS, LEILÕES E ATIVIDADES DIVERSAS.

5.5 – ATIVIDADES DE FORMAÇÃO: OFICINAS E SALAS PARA CURSOS DIVERSOS, CURSOS DE ATIVIDADES ESPORTIVAS COMO REMO, NATAÇÃO, JET-SKI, ETC.

5.6 – ATIVIDADES GASTRONÔMICAS: BARES, LANCHERIAS, CAFÉS, RESTAURANTES.

5.7 – ATIVIDADES DE DIFUSÃO CULTURAL: PAVILHÃO DAS NAÇÕES, MEMORIAL DO PORTO E BARCO MUSEU.

O PORTO DOS CASAIS será um local totalmente permeável, aberto e integrado com a cidade, e terá como marco hierárquico de acesso o Portão Central em conjunto com os armazéns "A" e "B". Este conjunto arquitetônico de importância histórica para a cidade será o ponto referencial do PORTO DOS CASAIS, abrigando as atividades comentadas anteriormente.

O Plano Diretor do Porto dos Casais vai pré-definir as atividades que deverão ser instaladas nos armazéns com o intuito de preservar o "mix" de oferta das atividades, bem como, a filosofia de reciclagem, revitalização, preservação, animação e reintegração deste espaço com a cidade e suas etapas de implantação.

Dada a extenção e complexidade do desafio proposto, ou seja, a Revitalização do Cais Mauá, bem como, sua predominante viabilização com verbas do setor privado, transformando-o no PORTO DOS CASAIS, pensamos que seria fundamental, a possibilidade de que o complexo pudesse ser setorizado, oferecendo assim condições para que o mesmo pudesse ser construído em etapas. O PORTO DOS CASAIS, dentro de nossa concepção, está dividido em 4 setores básicos:

- Centro Turístico e Cultural Porto dos Casais
- Investimentos Autônomos
- Eixo 4 / Cultura / Usina do Gasômetro e FOSPA
- Trensurb

6 - AS SOLUÇÕES TÉCNICAS

Nosso projeto propõe uma obra de proteção implantada passo a passo, o controle por mecanismos de manobra ou medidas de providências prévias ante o ameaço das cheias. Para tal, propomos a construção de um novo cais, em nosso projeto batizado como "CAIS-PARQUE", harmônico e sinuoso, com avanços de cerca de 30 e 60 metros no leito do Delta. Entre o cais existente e o novo propomos um aterro escavado da própria calha do Delta.

A solução apontada por nosso projeto, esta situada numa fase intermediária de níveis de proteção, que podem ser obtidos na simples alteração do relevo na zona portuária, tirando efeitos paisagísticos fantásticos. Queremos dizer com isto, que a Solução Laminar Vertical, implantada numa faixa de 1 m, entre a Avenida Mauá e os armazéns, pode ser substituída por outra solução, Solução de Relevo Horizontalizado, com base na mesma filosofia conceitual, só que trabalhada numa faixa horizontal de maiores proporções de 30 m e 60 m, entre os armazéns e o novo perfil do Cais (por este motivo, também, nossa ampliação e redesenho da orla do Cais). Estes desníveis, que fazem parte do nosso projeto paisagístico, propostos, também, com o intuito de serem uma barreira de contenção das possíveis, e improváveis cheias, ficarão imperceptíveis e dissimulados na extensão e no tratamento paisagístico de todo o parque. ESTA SOLUÇÃO SERÁ NATURAL, PERMANENTE E DEFINITIVA.

É todo um complexo de revisão capaz de coexistir, sem ferir o sistema original. Quando então o Plano Diretor proposto estiver implantado, o "Muro da Mauá" perderá sua finalidade, podendo ser retirado.



7 – EQUIPE TÉCNICA

PROJETO ARQUITETÔNICO E URBANÍSTICO
PAULO RICARDO BREGATTO
NORMA ELIANE JUNG
SONIA GLACI MARETH
ADRIANA PANITZ ROCHA

CONSULTORES
ORGEL OLIVEIRA CARVALHO - Engenheiro / Recursos Hídricos
FÚLVIO CELSO PETRACCO - Engenheiro / Recursos Hídricos e Mecânicos
ÉRICO MICHELS - Economista / Viabilidade Econômica e Transportes
SÉRGIO KAMINSKI - Engenheiro / Obras Portuárias e Super-estruturas

segunda-feira, 9 de julho de 2018

Bancas do Atelier II / TCCII

Ulbra / Canoas

É com muita satisfação que divulgamos a escalação e a relação dos convidados para as Bancas Finais do Trabalho de Conclusão de Curso da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Ulbra em Canoas/RS. Serão dois dias de apresentação de trabalhos e debates sobre os mais diversos temas da Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo, na forma de painéis e maquetes. As bancas ocorrerão nos dias 09 e 10 de julho (segunda-feira e terça-feira), a partir das 14h, na sala 210 do prédio 14, do Campus Canoas.

Ao todo serão apresentados e debatidos 14 trabalhos apontando soluções criativas para problemas reais das cidades do nosso Estado. Temas reais, em lugares reais, com demandas reais da sociedade, abordados com qualidade estética e rigor funcional e técnico pelos nossos alunos. Em paralelo ao evento, os visitantes terão a oportunidade de ver a exposição reunindo todos os 14 trabalhos nas vitrines da Sala Aquário (saguão de acesso do predio 14 - térreo), no Campus Canoas. Venham prestigiar este importante evento da FauUlbra Canoas. Tanto as bancas, quanto a exposição são abertas ao público.

Abaixo a ordem de apresentação dos trabalhos e a nominata dos convidados avaliadores.

09/07
SEGUNDA-FEIRA


GABRIEL BARBOSA PACHECO
DIEGO ESPÍNDOLA
KATRINI N. C. DOS SANTOS
Orientadora: Profa. Arqa. Andréa Feldmann

LUIZA SITTONI SCHUTZ
Orientador: Prof. Arq. Rodrigo Allgayer

ANELISE SUSSELA RESMINI
PRISCILA ADRIANA BOFF
MAURICIO FILHEIRO
Orientador: Prof. Arq. Gabriel Gallina Jorge

Componentes das Bancas
Prof. Arq. Paulo Cesa (PucRS)
Prof. Arq. Carlos Goldman
Prof. Arq. Paulo Ricardo Bregatto

10/07
TERÇA-FEIRA


JULIA CAROLINA ZIELKE
PAUL RICHARD DAL TOE
Orientador: Prof. Arq. Enaldo Nunes Marques

AMANDA SANTOS DA SILVA
VICTORIA DE AVILA MIRANDA
Orientadora: Profa. Arqa. Clarissa Meneguzzi

CALU SOARES TONOLHER
Orientadora: Profa. Arqa. Graça Ilgenfritz

MILENA GOULART DE SOUZA
VANESSA LONGHI
Orientador: Prof. Arq. Rodrigo Barbieri

Componentes das Bancas
Profa. Arqa. Cassandra Coradin (PucRS)
Prof. Arq. Guilherme de Almeida
Prof. Arq. Paulo Ricardo Bregatto

quarta-feira, 13 de junho de 2018

Croquis Urbanos 17

Usina do Gasômetro

Croquis Urbanos 17! Estão todos convidados: desenhistas iniciantes, amadores, estudantes e profissionais. Nosso próximo encontro será no dia 16 de junho (das 10:00h às 13:00h), na Usina do Gasômetro (Av. Presidente João Goulart, 551 - Centro Histórico - Porto Alegre). Levem seus materiais de desenho, convidem seus amigos e vamos aprender novas técnicas gráficas uns com os outros e curtir um super dia na companhia dos amigos!! #urbansketch, #urbansketchers, #croquisurbanos, #clubedodesenho, #croquisurbanosportoalegre



Croquis Urbanos 17
Usina do Gasômetro
16 de junho de 2018
Das 10:00h às 13:00h
Av. Presidente João Goulart, 551
Centro Histórico - Porto Alegre

domingo, 10 de junho de 2018

O Desenho da Memória

Poéticas

Temos a honra de convidá-los para a terceira edição da nossa Exposição: O Desenho da Memória: Poéticas. A mostra já passou pelo Espaço Cultural do Instituto de Arquitetos do Brasil - IabRS e pela Unisinos - Campus Porto Alegre. Agora é a vez da PucRS nos receber! A Exposição já está montada no saguão da Biblioteca Central Irmão José Otão e a visitação seguirá até 5 de julho de 2018, de segunda à sexta, das 7:35h às 22:50h e no sábado das 7:35 às 17:30h.



O Desenho da Memória - Poéticas
Espaço Cultural - Biblioteca Central Irmão José Otão - PUCRS
Av. Ipiranga,6681 - Porto Alegre
Abertura: 13 de junho de 2018 - às 14h

ARTISTAS PARTICIPANTES

Rio Grande do Sul

Achylles Costa Neto
Alberto Pereira Filho
Analino Zorzi
Betty Wiener
Carlos de Azevedo Moura
Daniel Dillenburg
Daniel Pitta
Daniela Giovana Corso
David Léo Bondar
Diniz Machado
Günter Weimer
Ivan Mizoguchi
Júlio Posenato
Leandro Andrade
Lourenço Degani
Luciana Marson Fonseca
Luiz Paulo Gallina
Marcelo Pferscher
Marcelo Spolaor
Paulo Ricardo Bregatto
Tiago Giora

Outros Estados

Cláudio Mena Barreto Gomes (PR)
Hannah Kny (RJ)
João Diniz (MG)
Joao Galera (SP)
Lêda Brandão (SP)

quarta-feira, 16 de maio de 2018

Curto, médio e longo prazo 5

Jornal ExtraClasse - Sinpro/RS

O Jornal do Sinpro/RS publicou na coluna Palavra de Professor a versão reduzida do meu texto Curto, Médio e Longo Prazo, em sua edição número 223, ano 23 de maio de 2018. Fiquei contente com a oportunidade por reconhecer neste jornal seu engajamento social e a qualidade das suas matérias, conteúdo, editorial e proposta gráfica. Também, fiquei muito satisfeito pela aceitação do texto pelos leitores que tem mantido comigo uma correspondência frequente permitindo o desdobramento do assunto central do texto noutros tantos assuntos e interpretações possíveis. Muitas convergências com relação ao sentimento de intranquilidade e instabilidade atual diante da velocidade e urgência das decisões que tendem a atropelar e distorcer valores, verdades e acertos acumulados, em nome do "novo" que nem é tão novo assim.


https://www.extraclasse.org.br/edicoes/2018/05/curto-medio-e-longo-prazo/

Confiram!!

Sinpro/RS
Jornal ExtraClasse
Número 223 | Ano 23 | Maio de 2018
www.extraclasse.org.br/

terça-feira, 24 de abril de 2018

03 de Agosto de 2018

Arquitetura e Urbanismo - Ulbra

Queridos, ontem depois do apitaço fui para o auditório participar do Painel Coletivo mas foi difícil me concentrar na apresentação dos trabalhos dos alunos, com o coração disparado de alegria e emoção pela bela surpresa que me fizeram! Esta homenagem, me convidando para ser o paraninfo da turma, está entre as maiores distinções acadêmicas que um professor pode receber, principalmente pelo fato deste genuíno reconhecimento vir dos alunos e futuros colegas de ofício. Me engasguei na hora pela emoção do momento e por sentir vocês com aquela alegria, vibração positiva e muita coragem de seguir em frente ecsuperar todos os desafios.

A homenagem veio em ótima hora, num momento de muitas reflexões pessoais e profissionais, correções de rota e trocas de direções. Não é fácil ser professor num país que passa pela crise ética de falta de moral e conteúdo e que não valoriza a cultura e a educação como agentes transformadores da sociedade. Mas não podemos esmorecer diante das dificuldades. Temos que seguir em frente, lutando com o nosso senso ético e moral, dando a nossa contribuição para fazer um novo pais refundando as bases de uma nova sociedade, com menos urgências, mais qualidade de vida, menos decisões superficiais e mais planejamento de vida, menos falta de compromisso, mais tolerância, menos egoísmo e mais solidariedade.



Neste sentido o carinho da homenagem de vocês, como forma de reconhecimento pelo meu trabalho diário no atelier, vem como uma carga rápida de energia positiva para seguir em frente nesta luta que é uma luta de todos nós! A nossa profissão e a nossa sociedade necessitam muito do nosso trabalho. Saibam do respeito, carinho e admiração que tenho por cada um de vocês e do desejo de que todos encontrem seus caminhos pessoais e profissionais e que levem sempre na lembrança a certeza de que a nossa escola será sempre de vocês e que eu estarei sempre disponível para ajudá-los no que for necessário!

Super beijo, muito sucesso e vamos em frente, pois temos ainda muita coisa para fazer até o dia 03 de agosto de 2018!
Contem comigo hoje e sempre!!

O Desenho da Memória

Diálogos

A faculdade de arquitetura e urbanismo da UNISINOS POA apresenta a exposição: O DESENHO DA MEMÓRIA - DIÁLOGOS. A abertura será no dia 24/04, às 14h e estará aberta para visitação até o dia 24 de maio (Unisinos - Espaço Luiz Fernando Veríssimo - Torre Educacional - Av. Nilo Peçanha, 1600 em Porto Alegre). A mostra reúne desenhos e pinturas de 26 arquitetos que estarão apresentando suas obras com as mais diversas técnicas com a curadoria de Ester Meyer e Paulo Leônidas. A exposição tem o apoio do Instituto de Arquitetos do Brasil / RS.



O DESENHO DA MEMÓRIA
Espaço Luiz Fernando Veríssimo
Unisinos POA - Torre Educacional
Av. Nilo Peçanha, 1600 em Porto Alegre
Abertura: 24/04 - 14h
Visitação: de 24/04 até 24/05

Apareçam!!

sábado, 21 de abril de 2018

Curto, médio e longo prazo 4

Instituto de Arquitetos do Brasil - IabRS

Ontem (20/04/2018) foi publicado no site do Instituto de Arquitetos do Brasil - IabRS (www.iab-rs.org.br) o texto Curto, Médio e Longo Prazo em sua versão integral. Escrevi este texto em março movido pela constatação de que cada vez mais estamos planejando menos as nossas vidas. Muitas das decisões que tomamos em nosso dia a dia são tomadas levando em consideração apenas as demandas urgentes de curto prazo, deixando pouco - ou quase nada - como metas e estratégias de médio e longo prazo. O resultado disto é o sentimento desconfortável de que estamos vivendo as nossas vidas apenas para resolver os problemas de ontem, sem nos permitirmos o exercício saudável de olhar para frente e planejar onde e como queremos estar vivendo daqui alguns anos. O texto está sendo muito bem recebido pelos leitores e já foi publicado no Jornal do Comércio e ZH Opinião nas versões reduzidas e no site do Cau/RS na versão completa.

http://www.iab-rs.org.br/publicacao/curto-medio-e-longo-prazo.aspx

domingo, 25 de março de 2018

Curto, médio e longo prazo 3

Conselho de Arquitetura e Urbanismo do RS - CauRS

O exercício de escrever para os jornais é muito interessante por vários aspectos. Não somente pelo alcance de público que os jornais possuem, o que seria destacar o óbvio, mas pelo exercício fantástico da síntese textual que determina um número máximo de palavras, considerando o espaço disponível para publicação e, em consequência disto, nos exige várias revisões didáticas do texto original - muitas vezes maior que o texto publicado - buscando recortar aquilo que pode ser suprimido, sem perder a ideia central do texto. Não é fácil, principalmente para aqueles, que como eu, se agarram às palavras do texto original como se fossem imprescindíveis. E não são!

Claro que no corta e recorta das revisões, vamos tirando alguns parágrafos e nos damos conta de que, muitas vezes, temos vários textos dentro de um só. Ou várias ideias centrais dentro de um mesmo texto que, por vezes, desviam o leitor na mensagem principal do autor. Minha metodologia de trabalho é inicialmente escrever um texto sem me preocupar com o tamanho e com a ordem em que as ideias vão surgindo. Num segundo momento ordeno os parágrafos, pois nem sempre, para mim, eles surgem já precisamente sequenciados. Em seguida, inicio a síntese identificando aquelas partes do texto onde é possível identificar mais do que uma ideia central. A quarta etapa é ajustar o texto aos espaços disponíveis pelos jornais que aceitam a sugestão de texto para publicação. O texto a seguir, publicado no dia 23/03/2018 pelo site do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do RS - CauRS (www.caurs.org.br), registra a terceira etapa do processo acima descrito.


http://www.caurs.gov.br/curto-medio-e-longo-prazo-o-arquiteto-e-urbanista-paulo-bregatto-defende-reinvencao-do-espirito-solidario-em-grupo/

Curto, médio e longo prazo

Estamos presenciando transformações no mundo atual. Reformas sociais, inovações científicas, descobertas histórias, evoluções tecnológicas, entre outras. No entanto, indicadores que medem a qualidade de vida têm apresentado dados preocupantes: as pessoas não estão felizes. Avançamos em muitos setores da vida, mas não estamos sendo eficazes em transformar estes avanços em valor agregado capaz de nos permitir uma vida tranquila. Fatores essenciais como acesso ao trabalho, saúde, educação e segurança estão distantes da população.

Muitos destes avanços - pelo menos em escalas relativas - tem nos tirado da linha de risco da fome, doenças e guerras, mas este texto não trata destes avanços em grande escala. Trata da escala do dia a dia e do cotidiano das pessoas, onde a concorrência, a velocidade das coisas e as decisões urgentes, tem nos mantido alertas num clima de aparente tensão e medo.

Enquanto divulgamos e festejamos a implantação e a crescente produção da indústria 4.0, o desemprego cresce de forma alarmante, deixando sem ter o que fazer grande parte da capacidade humana de produção. O custo social deste fenômeno precisa ser mensurado com a mesma eficiência com que o mercado de ações comemora seus grandes resultados. Estamos presenciando índices de desigualdade social capazes de nos levar a conflitos civis de grande escala, como temos presenciado em nosso país.

A velocidade de processar dados digitais e projetar cenários virtuais deveria nos alertar para a importância de não vivermos na velocidade dos computadores, como se tudo fosse urgente, invertendo valores e transgredindo o bom senso, mas planejar com conhecimento de causa e consequência as nossas ações de médio e longo prazo, buscando acesso básico àquilo que agrega qualidade de vida à população. Vivemos um momento de produção cultural acrítica, bombardeados por muita informação, falsa e verdadeira, no entanto nunca produzimos tão pouco conhecimento capaz de nos tirar da zona de urgência. É o paradoxo da tecnologia digital: quanto mais geramos e acumulamos dados, menos sabemos como transformar estas informações em conhecimento. E é o conhecimento o vetor capaz de nos fazer avançar na definição de padrões de qualidade de vida.

Não são as ferramentas digitais, enquanto processadores matemáticos, que agregarão qualidade ao conhecimento. Poderão acelerar o cruzamento de informações e modelar novos padrões de vida, mas sempre será preciso que alguém interprete, traduza e transforme estas informações em conhecimento alinhado com as verdadeiras demandas da sociedade que estamos inseridos. A caneta sobre o papel nas empresas, o giz sobre o quadro verde na sala de aula ou o lápis de carpinteiro riscando uma parede no canteiro de obras, são suficientes para se expressar uma ideia inovadora e empreendedora, quando se tem uma verdadeira ideia.

Inovação, empreendedorismo e sustentabilidade se tornaram ferramentas de propaganda da sociedade atual. Mas elas não nascem em qualquer lugar, é preciso que o caminho esteja pavimentado com foco, investimento e cultura experimental. Para acertar em cheio é preciso experimentar muito. A experimentação está no cerne dos processos criativos inovadores e empreendedores. Experimentar exige autonomia e coragem e, por isso, é a base dos grandes acertos e das ideias inovadoras, e isto tem muito valor no mercado atual ou no mundo criativo compartilhado.

Temos a tendência superficial para acharmos que a genialidade de uma grande ideia é fruto do instantâneo mágico e veloz de uma única mente privilegiada. Quando fazemos isso, seja por conforto ou para explicar uma possível falta de atitude, damos as costas para o processo coletivo, compartilhado, contínuo e repetitivo das tantas experimentações e erros que vieram antes do acerto e que deram ao acerto o ambiente propício para sua invenção. Ser inovador, criativo e empreendedor não são o resultado de ações urgentes, isoladas, instantâneas, mágicas ou divinas. São o resultado de foco, planejamento e muito trabalho sério na busca de um objetivo e de uma solução.

As demandas urgentes que possuímos como povo, sociedade e nação não devem ser tratadas com abordagens superficiais de curto prazo, por mais midiáticos que possam parecer os seus efeitos, mas com ações maduras de planejamento criativo, inovador e empreendedor antevendo a qualidade de vida que queremos ter e o planeta em que queremos viver. Distanciar o olhar para esta realidade significa nos condenar a viver continuamente, década após década, usando as nossas melhores energias intelectuais e produtivas apenas para consertar a nossa própria falta de ação e visão atuais e a falta de planejamento estratégico das gerações que nos antecederam.

Planejar aprendendo com nossos erros e acertos já seria um bom caminho para os nossos gestores. Não se faz o novo negando os grandes acertos ou atropelando as experiências comprovadamente eficazes. Temos visto muito desta prática na gestão do país, empresas e universidades. O jovem não é garantia de inovação, a velocidade não é sinônimo de eficiência, o novo não é indicador de qualidade e a tecnologia não é condição única para os avanços do conhecimento. Claro que é preciso resolver muita coisa com brevidade, mas resolver com urgência o hoje, apenas cobre superficialmente os buracos do ontem, enquanto que a sociedade necessita de uma revisão dos seus códigos de convivência, de uma reformulação ética e moral capaz de pavimentar com inovação a sociedade do amanhã.

Temos que reinventar o nosso espírito solidário de grupo. Vivemos em um planeta digital conectados em rede, mas nunca nos comunicamos tão pouco e estivemos tão sós e isolados. Uma das qualidades que fizeram da espécie humana uma das mais bem sucedidas entre as demais foi a capacidade de agir e reagir colaborativamente com seus pares. Portanto, menos risco e tensão. Menos urgência e decisões superficiais. Mais seriedade e planejamento estratégico de médio e longo prazo para a vida.

Curto, médio e longo prazo 2

Jornal do Comércio (23/03/2018)

Coisa boa receber as manifestações positivas dos leitores sobre o texto que escrevi na semana passada falando das urgências de nossas vidas (urgências falsas e verdadeiras) e da consequente falta de ação e planejamento estratégico de médio e longo prazos, tão importantes na definição das nossas metas pessoais e profissionais. Planejar, de certa forma, significa antever alguns propósitos a serem atingidos e canalizar nossa melhor energia - individual e coletiva - para termos eficiência e eficácia para poder alcançá-los. O retorno que estou tendo sobre o impacto do texto revela que muitas pessoas tem parado para refletir sobre o assunto e sobre a urgência das coisas. Nem tudo são urgências, por mais que as pressões externas às vezes digam que sim.



"Planejar aprendendo com nossos erros e acertos já seria um bom caminho para os nossos gestores. Não se faz o novo negando os grandes acertos ou atropelando as experiências comprovadamente eficazes. Temos visto muito desta prática na gestão do país, empresas e universidades. O jovem não é garantia de inovação, o novo não é indicador de qualidade e a tecnologia não é condição única para os avanços do conhecimento. Claro que é preciso resolver muita coisa com brevidade, mas resolver com urgência o hoje, apenas cobre superficialmente os buracos do ontem, enquanto que a sociedade necessita de uma revisão dos seus códigos de convivência, capaz de pavimentar com solidez a sociedade do amanhã."

O resultado negativo destas tensões e frustrações é a contínua sensação de intranquilidade que tem povoado os corações das pessoas. Desta vez foi o Jornal do Comércio, em sua edição de sexta-feira e final de semana, que publicou o texto na página 4 - Opinião. Desde já, obrigado pelos e-mails e manifestações de carinho!

quarta-feira, 21 de março de 2018

Curto, Médio e Longo Prazo

GaúchaZH - Opinião

Recentemente escrevi um artigo sobre a necessidade de termos capacidade de planejamento para organizarmos nossas vidas buscando equilíbrio entre trabalho e lazer. De certa forma, sem nos darmos conta, vamos lentamente consentindo trabalhar mais e viver menos, movidos por um sentimento de urgência que aceitamos como se fossemos máquinas ou engrenagens deste sistema perverso que consome o nosso tempo apenas para o trabalho. Na sequência, o texto como foi publicado no GaúchaZH Opinião.


https://gauchazh.clicrbs.com.br/opiniao/noticia/2018/03/paulo-ricardo-bregatto-curto-medio-e-longo-prazo-cjeysgeza04gm01r4koun5r0j.html

Curto, Médio e Longo Prazo

Estamos presenciando transformações no mundo atual. Reformas sociais, inovações científicas, evoluções tecnológicas, entre outras. No entanto, indicadores que medem a qualidade de vida têm apresentado dados preocupantes: as pessoas não estão felizes. Avançamos em muitos setores da vida, mas não estamos sendo eficazes em transformar estes avanços em valor agregado capaz de nos permitir uma vida tranquila. Fatores essenciais como acesso ao trabalho, saúde, educação e segurança estão distantes da população.

A velocidade de processar dados digitais e projetar cenários virtuais deveria nos alertar para a importância de não vivermos na velocidade dos computadores, como se tudo fosse urgente, mas planejar com conhecimento de causa e consequência, nossas ações de médio e longo prazo almejando acesso básico àquilo que agrega qualidade de vida à população. Vivemos um momento de produção cultural acrítica, bombardeados por muita informação, no entanto nunca produzimos tão pouco conhecimento capaz de nos tirar da zona de urgência. É o paradoxo da tecnologia digital: quanto mais geramos e acumulamos dados, menos sabemos como transformar estas informações em conhecimento. E é o conhecimento o vetor capaz de nos fazer avançar na definição de padrões de qualidade de vida.

Planejar aprendendo com nossos erros e acertos já seria um bom caminho para os nossos gestores. Não se faz o novo negando os grandes acertos ou atropelando as experiências comprovadamente eficazes. Temos visto muito desta prática na gestão do país, empresas e universidades. O jovem não é garantia de inovação, o novo não é indicador de qualidade e a tecnologia não é condição única para os avanços do conhecimento. É claro que é preciso resolver muita coisa com brevidade, mas resolver com urgência o hoje, apenas cobre superficialmente os buracos do ontem, enquanto que a sociedade necessita é de uma revisão dos seus códigos de convivência, de uma reformulação ética e moral capaz de pavimentar a sociedade do amanhã.

Temos que reinventar o nosso espírito solidário de grupo. Vivemos em um planeta digital conectados em rede, mas nunca nos comunicamos tão pouco e estivemos tão sós e isolados. Uma das qualidades que fizeram da espécie humana uma das mais bem sucedidas entre as demais foi a capacidade de agir e reagir colaborativamente com seus pares. Portanto, menos risco e tensão e mais colaboração. Menos urgência e decisões superficiais. Mais seriedade e planejamento estratégico de médio e longo prazo para a vida.

Paulo Ricardo Bregatto
Arquiteto e Urbanista

sábado, 6 de janeiro de 2018

Formatura | FauUlbra

Auditório 220
Prédio 1 | 16h
Canoas | RS

Queridos afilhados,

Que alegria participar da solenidade da formatura de vocês hoje na Ulbra. Difícil não se contagiar pela alegria e emoção de vocês e de seus familiares. Fiquei ali na mesa vendo cada um de vocês, às vezes alegres e radiantes, às vezes pensativos e introspectivos e fiquei imaginando quantas emoções não estariam, naquele momento, povoando seus corações. A vibração com o fechamento de um ciclo importante e a conquista da formatura e, ao mesmo tempo, o compromisso de definir novos desafios e estratégias para suas conquistas. Diante do chamado do nome de cada um de vocês, corria os olhos na platéia para ver o orgulho dos seus familiares diante desta vitória. Emocionante o filme com a homenagem que prestaram aos seus pais e familiares.

No meio de toda esta emoção, me dei conta de que foi exatamente naquele auditório que eu também me formei, passados 29 anos, no dia 16 de dezembro de 1988, numa tarde quente de um verão que se aproximava. Claro que naquela época as formaturas eram bem mais simples. Nem perto da super produção da formatura de vocês. Mas a emoção é sempre a mesma. Lembro como se fosse hoje quando amanheceu o dia da minha formatura e meu primeiro pensamento foi: "a partir de hoje poderei assinar meu nome com o título de Arquiteto e Urbanista". Sempre tive muito orgulho da nossa profissão e sei que vocês também sentem. De certa forma a vida é isso mesmo. Este propagar de amor e emoções de uma geração para outra. Desejo que vocês sejam felizes e se sintam realizados com o nosso ofício. Que consigam atuar com zelo ético e rigor técnico. Que consigam formar suas famílias e criar seus filhos com dignidade e a certeza de serem bons profissionais. Desejo, também, que vocês saibam compartilhar oportunidades, ensinamentos e informações entre vocês e que nunca esqueçam que juntos somos mais fortes do que isolados. Vivemos num mundo conectado em rede digital, mas nunca estivemos tão isolados e sozinhos como atualmente. Portanto, desejo que vocês deixem de lado a cultura do individualismo para cultivar o prazer das experiências coletivas e compartilhadas. Somos todos irmãos de ofício! Nunca esqueçam disto!

Queria saber escolher a palavra certa para dizer do orgulho que sinto diante de cada turma que ajudo a formar... Então, enquanto a palavra não vem, saibam que vocês estão tatuados no meu coração e poderão sempre contar comigo para o der e vier! Um abraço apertado e um beijo carinhoso!

Discurso do Paraninfo

Componentes da mesa já citados.
Familiares e amigos aqui presentes nesta tarde de muitas alegrias e festas.
Meus queridos colegas arquitetos e urbanistas:

Foi com muita alegria que recebi o convite que vocês me fizeram para ser o paraninfo desta turma de jovens e bem preparados arquitetos e urbanistas. Conduzir vocês neste ritual de passagem, da vida acadêmica para a vida profissional, está entre as maiores distinções acadêmicas que um professor pode receber.

Caminhar com vocês ao longo do último ano da faculdade, discutindo e reformulando os rumos da nossa profissão e do ensino de arquitetura e urbanismo, a partir dos seus projetos, alicerçou a minha alegria. Seus sonhos e desejos de transformar este mundo, tão desgastado de valores éticos e morais, em nosso país temporariamente desprovido de conteúdo, fortaleceram cada vez mais a minha convicção de que é possível transformar a sociedade a partir da educação e das ações responsáveis de cada um. Nosso alegre, rigoroso e respeitoso convívio nos uniram ao redor de um objetivo comum: olhar o mundo que nos cerca pela lente da nossa profissão e da visão autoral e inovadora de cada projeto. No caso específico da turma de vocês, um mais um não são dois. São onze! Onze cabeças pensando e propondo em como as cidades, com seus edifícios e espaços públicos e privados, poderiam ser melhores a partir da viabilização dos seus projetos de diplomação.

O Adão estudou as relações entre espaço e cultura com o tema da Biblioteca Pública em Capão da Canoa. A Andressa trouxe a necessária reflexão sobre os espaços adequados para o ensino e a aprendizagem com o tema do Centro Educacional Infantil em Gravataí. O Daniel estudou a influência terapêutica da qualidade dos espaços na cura de pacientes com o tema do Centro de Atenção Psicossocial em Gravataí. A Franciele trouxe a atualidade dos temas conjugados propondo a junção de funções com o tema Habitação Estudantil + Coworking em Canoas. A Franciely, atenta aos movimentos dinâmicos das populações mundiais em grandes conflitos, propôs o Centro Kurdi de Inclusão para Refugiados e Imigrantes em Porto Alegre. A Gisele estudou a viabilidade de trazer vitalidade para o tecido urbano de parte da orla de Montenegro com o tema da Villa São João – Complexo Multiatividades. Na mesma linha de ação, buscando vitalidade para o tecido urbano de Santo Antônio da Patrulha, a Kelen propôs a reflexão sobre o aproveitamento de edificações pré-existentes com novas edificações com o tema Hub Comercial Cooperar. O Matheus propôs a reflexão sobre o sagrado e seus espaços e aspectos simbólicos com o tema da Igreja Adventista da Promessa em Capão da Canoa. A Patrícia, ciente do potencial paisagístico e natural de Três Coroas, estudou a arquitetura hoteleira com o tema Nature Pousada Ecológica. A Paula estudou as relações entre espaço, cultura, inclusão social e cidade com o tema da Biblioteca Parque em Porto Alegre. E a Taís propôs a reflexão sobre a inserção de grandes volumes em tecido urbano consolidado buscando baixo impacto formal com o tema do Centro Esportivo em Imbé.

Como podemos ver, a diversidade dos temas e lugares, associados à capacidade propositiva dos seus autores, nos permitiu transitar pela experiência fascinante de conhecer soluções arquitetônicas e urbanísticas capazes de alterar positivamente a paisagem das nossas cidades, tão carentes de funcionalidade, racionalidade e beleza.

Estamos hoje concluindo um ciclo. Novos desafios se farão presentes e outras jornadas e caminhos se abrirão para cada um de vocês. Mais cedo ou mais tarde, a saudade desta escola vai chegar, mas é para frente que se olha e se anda. Neste sentido, saibam que esta casa será sempre de vocês e sempre estará com suas portas abertas para ouvir e vibrar com suas conquistas e acolher suas novas dúvidas, pois a nossa escola - que sempre será nossa - será sempre a melhor referência das origens das nossas formações.

Sinto muito orgulho por ter participado deste momento importante e por ver vocês com esta satisfação imensa em seus rostos. Deste lugar que se encontram - e que sentaram ainda aspirantes - ao término desta cerimônia, se erguerão arquitetos e urbanistas e serão, portanto, os mais dignos herdeiros das qualidades e honrosas tradições do nosso ofício. Receberão, também, a grande e contínua tarefa de fortalecer e propagar, com o fruto do trabalho, os ideais e a genuína cultura arquitetônica brasileira, sempre com ações éticas, honestas e colaborativas, tendo em vista as necessidades da sociedade.

Por esta razão, meus arquitetos, lhes proponho brevemente como última lição de casa a reflexão sobre algumas virtudes fundamentais que expressam valores morais para o exercício da nossa profissão e da nossa responsabilidade primária como cidadãos.

Para tal, escolhi as seguintes virtudes: ética, leveza, coragem e alegria.

A escolha destas virtudes não representa aqui um juízo de valor de quem escolhe umas em detrimento de outras. Apenas as escolhidas são aquelas que, neste momento em que vocês se deparam com muitas transformações no campo pessoal e profissional, tornam-se as mais urgentes e devem receber de cada um a devida atenção como forma de fortalecimento dos laços de união colaborativa entre vocês e seus ideais por vir.

Inicio pela ética, por ser ela uma virtude vital na produção da realidade social brasileira em que estamos todos inseridos. O mundo atual, perturbado pela perigosa elasticidade interpretativa de conceitos e valores morais, requer mudanças urgentes. A capacidade humana de criar um mundo artificial, sem qualidade espacial, parece ter transcendido a nossa habilidade de coexistir com a natureza. A crise energética e o desequilíbrio do meio ambiente assumem patamares preocupantes, nos exigindo atitudes inovadoras e sustentáveis. O mercado de trabalho, com suas oportunidades e perigosas armadilhas, carece urgentemente de nova formatação, assim como, outras tantas oportunidades de trabalho, ainda adormecidas, necessitam ser lapidadas com afinco, inovação e empreendedorismo. Para tal, o fortalecimento ético da nossa categoria passa pelo nosso necessário trabalho na política profissional, revisando, fiscalizando e divulgando os princípios da ética, muitas vezes deixados de lado na concorrência imposta pela urgência das decisões. Toda pessoa possui um senso ético, uma espécie de “consciência moral”, que nos permite avaliar e julgar nossas ações para sabermos se são boas ou más, justas ou injustas. Embora relacionadas com o agir individual, a ética está relacionada ao desejo coletivo de realizar a vida com harmonia e está alicerçada nas ideias de bem e virtude enquanto valores perseguidos por todo ser humano na busca de uma existência plena e feliz, portanto, torna-se necessário reconhecer que o futuro de cada um de vocês se funde com o futuro da sociedade em que estamos todos inseridos.

Na sequência lhes proponho refletir sobre a leveza. Nesta nova jornada, que hoje se inicia, é preciso aprender a ser leve diante dos próximos desafios que poderão parecer densos e intransponíveis como as grandes montanhas. As próximas escolhas, principalmente aquelas que escolhemos justamente pela aparente leveza, poderão se revelar, numa análise madura, de um peso insustentável. Não devemos desistir! É neste exato momento que temos que mudar o nosso ponto de observação, buscando outra perspectiva para o problema. Não se trata de fuga para o mundo dos sonhos ou para o irracional. Apenas temos que aprender a enxergar as coisas sob outra ótica, outra lógica inovadora, outros meios eficazes de conhecimento, outros métodos de produção e outras formas de abordagem do problema. A leveza, neste caso, está muito mais associada à precisão e à determinação dos nossos atos. Está mais relacionada ao reconhecimento da importância das causas do que da necessidade urgente de suportar as consequências.

Como elo de união entre as virtudes anteriores vem a coragem. A coragem nos dá a base sólida para sabermos superar as dificuldades que virão como consequência das escolhas e dos próximos desafios. E as dificuldades virão! Assim sendo, desejo-lhes coragem para aguentar e durar, para viver, para suportar, para enfrentar, para combater, para chorar, para resistir, para não desistir, para perseverar. A coragem não se refere apenas ao futuro, à ameaça ou ao medo. Refere-se ao presente, e sempre está ligada à vontade, muito mais do que à esperança. Afinal, só esperamos o que não depende de nós. É por isto que a esperança só é uma virtude para aqueles que aguardam imóveis a chegada de tudo, ao passo que a coragem é uma virtude para qualquer um. A coragem não é um saber, é uma decisão. Não é uma opinião, é uma atitude!

Por fim, para adoçar o caminho, devemos plantar e cultivar sempre a alegria. A alegria é o estado de saúde que devemos sempre buscar, mais que a própria felicidade, pois a alegria não é um estado de espírito como se supõe ser a felicidade, mas uma sensação. Alegria de fazer, de construir, de atender, de estender a mão, de servir, de cooperar, de compartilhar. Alegria, coisa tão incerta como o vento que sopra lá fora, que tem dias que vem, dias que não vem, que às vezes é tão forte que vira tufão, outras parece apenas brisa suave, que pode vir do sul ou do norte, do leste ou do oeste, mas que vem, queiramos ou não, na hora ou do jeito que bem entender.

Queridos, para mim foi um grande privilégio e uma honra imensurável caminhar com vocês até aqui!
Mais uma vez muito obrigado por este convite!

Paulo Ricardo Bregatto
Canoas, 06/01/2018.