segunda-feira, 17 de agosto de 2009

FauPucRS - 15 de agosto de 2009

Queridos Amigos da FauPucRS!!!

Nossa vida é feita de fatos e sonhos. Muitos deles conseguimos concretizar e outros tantos ficam à deriva, no plano das coisas que gostaríamos de ter vivido e feito. São as lacunas que existem na vida de cada um... Antigas lembranças, novos acontecimentos e aquele sentimento bom em preencher os velhos vazios com a alegria dos novos fatos...


Ainda estou sob os alegres efeitos da distinção acadêmica que me foi feita por vocês me convidando para ser professor homenageado desta turma (17 turma da FauPucRS) que é tão representativa e especial para mim. Mesmo tendo conseguido abraçar cada um de vcs no sábado, vou agradecendo emocionado,novamente. Mais uma vez, meus mais sinceros agradecimentos por esta grande homenagem. Este carinho que vcs me fazem veio em boa hora. Num momento de reflexões pessoais e redefinição de novos desafios, entre eles a docência...

No sábado, no caminho para casa, estando diante da emoção desta homenagem, me vi viajando no tempo e revisitando muitos acontecimentos marcantes. Vinte e um anos já se passaram desde a minha formatura... É incrível como, na lida diária, referenciados pelos acontecimentos e solicitações pontuais, não percebemos a passagem do tempo. Ainda lembro do rosto de cada um dos meus colegas, das brincadeiras e jogos de bola nos corredores, das rivalidades esportivas que chegavam a transferir datas de provas e entregas de trabalhos nos dias dos jogos, dos dias e noites em claro na execução dos nossos sonhos e ideais transformados em grandes projetos (às vezes nem tão grandes assim...).


Então fico me perguntando para onde foram os velhos e inseparáveis companheiros? Lembro dos seus sonhos e dos seus talentos, da vontade de vencer e transformar este mundo desigual... Lembro de tantas emoções boas, do juramento que fizemos de mãos dadas, numa noite de lua cheia no estacionamento da faculdade, ainda com a toga que tínhamos naquela noite experimentado, de que jamais nos separaríamos, por mais que a vida exigisse...

Onde estão os velhos companheiros??

Olho em minha volta e vejo tanta coisa ainda por fazer!!!
Muitos sonhos e pessoas ficaram pelo caminho...
É engraçado como se propagam os sentimentos verdadeiros, mesmo com a distância e com a ação do tempo, eles não morrem... Não que vivam das lembranças ou dos fatos do passado. O passado é somente uma referência temporal. Se ainda sentimos uns aos outros, então ainda estamos no presente.

Mesmo quando a vida segue o seu rumo...

Desejo-lhes nesta jornada que está em curso muito sucesso, mas acima de tudo muita coragem, pois a coragem nos dá a base sólida para sabermos superar todas as dificuldades. Desejo-lhes, também, que a emoção da noite da formatura lhes tragam toda a lucidez necessária para a definição dos próximos desafios e energia infinita para perseguir a solução de todos eles, que as boas lembranças da festa deixe lá no passado todas as suas angústias e todos os seus fantasmas errantes, que a dor e o cansaço sejam transformados em energia para a vida, que os medos sirvam somente para balizar o caminho da ética e das virtudes e que, acima de tudo, o sonho seja sempre o maior combustível na busca da realização profissional e pessoal.

Mais uma vez, meus queridos amigos, muito obrigado pelo carinho manifesto na homenagem!!
Este carinho ficará para sempre tatuado no meu coração!!!
Contem sempre comigo!!
Sinto este momento renovador como se fosse novamente a minha formatura...
Um beijo e o meu melhor abraço!!!

"Força e Honra"

Saudação Romana

sábado, 15 de agosto de 2009

FauUlbra - 14 de agosto de 2009

Queridos colegas,

Ainda estou sob os efeitos da emoção contagiante e da energia positiva da formatura de ontem. Quero agradecer mais uma vez a super homenagem que vocês me prestaram, me escolhendo para ser o padrinho desta turma. Na minha opinião, não existe maior distinção que um professor possa receber do que esta.

Ontem, no caminho para casa, fiquei lembrando do ano que passamos juntos, estudando, trabalhando, discutindo, divergindo muitas vezes, convergindo outras tantas, entre outras emoções e momentos divertidos. É incrível como não sentimos o tempo passar quando estamos envolvidos com os afazeres diários e com as várias demandas do Atelier.

Mas o tempo passou e chegamos ao fim de mais uma longa jornada. Fiquei muito feliz por ter tido a oportunidade de conviver com vocês, nesta reta final. Guardo cada um no meu coração. Lhes desejo muita sorte e muito sucesso nesta nova fase das suas vidas. Não esqueçam que continuamos ligados para sempre, a partir da noite de ontem!!
Contem sempre comigo!!
Um super beijo e um super abraço, já com saudade!!

Discurso proferido na solenidade de formatura da turma de Arquitetura e Urbanismo da Ulbra, no dia 14 de agosto de 2009, às 20h, no auditório 220 do prédio 1.

Componentes da mesa já citados.
Familiares e amigos aqui presentes.
Meus queridos colegas arquitetos e urbanistas:

Foi com muita alegria e emoção que recebi esta grande distinção acadêmica que vocês agora me proporcionam, me escolhendo para proferir algumas palavras de despedida, neste momento em que vocês trocam a vida universitária pelos encargos da vida profissional, nesta honraria de ser o paraninfo desta turma de jovens profissionais da arquitetura e do urbanismo.

Minha alegria é dupla. Primeiro, pelo carinho que tenho por esta turma, onde tive o privilégio de fazer bons amigos, e segundo, pelo momento simbólico em que os novos rumos desta prestigiosa Universidade agora se alinham com os rumos já traçados pela nossa escola de arquitetura e urbanismo - uma das pioneiras no estado com seus 37 anos de existência - propondo para si novos desafios e, conseqüentemente, o resgate das suas honrosas e tradicionais qualidades acadêmicas.

Sei que este convite, para fazer uso desta tribuna, foi originado por aqueles sentimentos mútuos de simpatia, companheirismo, respeito e amizade, sempre tão presentes durante os anos que convivemos juntos nas disciplinas que cursamos, onde sempre movidos pelo sentimento de curiosidade sobre o mundo a nossa volta, buscávamos entender melhor, pela ótica do nosso ofício, o comportamento humano diante dos mais diversos espaços, assim como, buscávamos, também, participar sempre ativos da definição dos novos rumos para o ensino de arquitetura e o fortalecimento, sempre necessário, dos princípios da ética para o desenvolvimento da nossa profissão.

Deste lugar que vocês se encontram e que sentaram ainda aspirantes, daqui alguns instantes, ao término desta cerimônia, se erguerão arquitetos e urbanistas e serão, portanto, os mais dignos herdeiros das valiosas qualidades e honrosas tradições do nosso ofício e, também, da grande tarefa de fortalecer, com o fruto do vosso trabalho, a cultura local e nacional com ações colaborativas, de maneira ética e honesta, sempre tendo em vista as necessidades da sociedade em que vivemos.


A arquitetura, sempre lhes disse isto, é, também, uma filosofia de vida, pois tratando da espécie humana, dos seus espaços e do mundo que os cerca, deixa pouca coisa sem a intervenção direta e sem a influência necessária do arquiteto. A arquitetura é, portanto, ciência e ofício. Ciência, na exata medida em que nos permite, a partir da pesquisa aplicada, conhecer e investigar as necessidades e demandas reais da sociedade e do mercado em que estamos inseridos. E é ofício, pois, a partir dele, participamos ativamente da vida das pessoas, seja na pequena escala habitacional da célula da família ou na escala das grandes edificações e intervenções urbanas.

Por esta razão, meus arquitetos, entre outras tantas, somos uma profissão tão, e cada vez mais, viável e fundamental nos dias de hoje, principalmente quando reconhecemos tantas coisas por fazer neste mundo desigual que temos que mudar e que depende muito das nossas atitudes e da nossa luta conjunta.

Nossa arquitetura, num passado recente, alcançou sucesso e expressão mundiais justamente por apresentar aspectos plásticos e técnicos originais e inovadores, genuinamente brasileiros. Assim como no passado, ainda hoje, as maiores expressões mundiais da arquitetura e do urbanismo, demonstram interesse por nossos feitos e vem beber em nossa fonte.

Como arquitetos e urbanistas temos que ser incansáveis para investigar e conhecer as origens dos nossos valores artísticos e, nutridos destas origens e do avanço técnico do mundo contemporâneo, contribuir para a criação de soluções arquitetônicas originais que continuem a nos distinguir universalmente.

Em conseqüência disto, temos que fazer uma reflexão profunda sobre a influência e apropriação da produção arquitetônica internacional, que supervaloriza e incorpora linguagens e referenciais desgastados e com baixíssima análise crítica dos seus resultados. Para tal, temos que ter isenção estilística para não aceitar imposições estéticas ou midiáticas, de estilos que continuem inibindo o desenvolvimento de uma cultura arquitetônica pertinente e genuinamente brasileira.

Ao contrário de outras épocas, onde vivíamos sob a influência direta de um único estilo arquitetônico predominante, hoje vivemos num momento atual de pluralidade estilística, o que não significa ausência de estilo.


A diversidade de estilos, sabemos bem, é uma conseqüência natural da multiplicidade das nossas necessidades estéticas interiores. Portanto, a compreensão da psicologia do belo pode nos ajudar a fugir de dois grandes dogmas da estética: a idéia de que existe apenas um estilo visual aceitável ou, de uma forma ainda mais implausível, que todos os estilos são igualmente válidos. Linguagens e estilos do passado, reeditados de maneira acrítica nos dias atuais, não contribuem para o fortalecimento de uma cultura arquitetônica nova, simples e original.

Embora tenhamos a tendência a acreditar que uma obra importante deva ser complicada, muitos prédios bonitos são surpreendentemente simples, e até repetitivos nas suas formas. Lembrem-se que no momento em que construímos um novo edifício, estamos, com isto, alterando a paisagem a nossa volta, por vezes, por um tempo que supera a nossa própria existência. Os melhores resultados arquitetônicos são aqueles que, generosamente, abrem mão da monumental individualidade em nome da beleza coletiva. Fazer arquitetura é, acima de tudo, construir a paisagem das nossas cidades em maior ou em menor escala.

Há beleza em tudo aquilo que é mais forte do que nós e podemos, então, dizer que nada na arquitetura é feio em si mesmo, apenas está no lugar errado ou feito do tamanho errado, pois a beleza é a filha dileta do relacionamento coerente entre as partes. A boa arquitetura, além de suas partes estarem em harmonia entre si, deve harmonizar-se fundamentalmente com o ambiente onde está, deve nos falar dos valores significativos e das características de sua localidade e, principalmente, do seu tempo.

O mundo atual, perturbado por criações humanas, requer mudanças urgentes. A capacidade humana de criar o artificial parece ter transcendido a nossa habilidade de coexistir com a natureza. A crise energética internacional e o desequilíbrio mundial do meio ambiente assumem patamares preocupantes, exigindo dos novos arquitetos e urbanistas atitudes inovadoras e sustentáveis. O mercado de trabalho, com suas inumeráveis oportunidades, mas, também, com suas perigosas armadilhas, carece urgentemente de nova formatação, assim como, outras tantas oportunidades de trabalho, ainda adormecidas aguardando por nós, necessitam ser lapidadas com afinco, inovação e empreendedorismo.

Para tal, o fortalecimento ético da nossa categoria passa, também pelo vosso necessário trabalho na política profissional, revisando e divulgando os princípios da moral e da ética, tantas vezes, deixados de lado na concorrência imposta pela urgência das decisões.

Meus arquitetos, estas constatações do mundo como está, com muitos valores éticos e morais esquecidos, sucateados e transformados, não nos devem levar ao comodismo de quem acha que nada pode ser feito, mas a estimular cada vez mais a nossa atividade criativa e reformista.

Neste momento em que vocês estão prestes a sair da nossa escola para enfrentar a vida profissional, desejo-lhes muito sucesso, mas acima de tudo muita coragem, pois a coragem nos dá a base sólida para sabermos superar todas as dificuldades que virão. E elas virão...

Desejo-lhes, portanto, coragem para durar e agüentar, coragem para viver, coragem para suportar, para combater, para enfrentar, para resistir, para perseverar. A coragem não se refere apenas ao futuro, ao medo ou à ameaça. Refere-se, também, ao presente, e sempre está ligada à vontade, muito mais do que à esperança. Afinal, só esperamos o que não depende de nós, só queremos o que depende de nós. É por isto que a esperança, ao meu ver, só é uma virtude para aqueles que aguardam imóveis a chegada de tudo, ao passo que a coragem é uma virtude para qualquer um. A coragem não é um saber, mas uma decisão. Não é uma opinião, mas uma atitude.

Mais uma vez muito obrigado por este convite!!! Tomarei, para sempre, esta honrosa distinção como um grande incentivo para o meu trabalho diário dentro do atelier. Para mim, foi um grande privilégio e uma honra imensurável conduzi-los até aqui!!

Muito sucesso nesta próxima jornada! Tenham a certeza de que esta escola sempre será de vocês e sempre estará com suas portas abertas para recebê-los com suas grandes vitórias, alegrias e novas dúvidas.

Muito obrigado!!!

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Atelier 1 - Pareceres 20091

Turma,

Conclui as avaliações finais dos trabalhos e, principalmente, os pareceres. Neste instante vcs devem estar recebendo, por e-mail, o arquivo contendo o boletim de avaliação. Neste parecer vcs encontrarão as considerações dos professores, Eng. Gladimir Grigoletti (estruturas e sistemas construtivos), orientador do aluno e coordenador do Atelier 1.

Peço-lhes que façam uma leitura e análise criteriosa sobre as considerações referentes ao seu trabalho. Neste parecer vcs encontrarão, além da avaliação do trabalho, as diretrizes para o incío das revisões e complementações.

Escutei agora no rádio que as escolas particulares já confirmaram o início das aulas para a próxima segunda-feira (17 de agosto). Certamente, esta informação nos diz respeito. Então, não faltem a nossa primeira aula do Atelier 2 (terça-feira, 18 de agosto), onde apresentarei os objetivos gerais da disciplina e o cronograma das nossas atividades ara o semestre.

Aproveito para informar que o balanço geral da avaliação foi bastante positivo. Estamos com bons projeto, já em nível bastante avançado de desenvolvimento. Outros ainda se encontram numa etapa onde as revisões gerais tornam-se emergentes para o avanço do trabalho. Vale destacar, como vcs já devem saber, que continuaremos com apenas meia hora de orientação, por semana. Portanto, temos que ter um aproveitamento bastante eficiente deste horário. Não foi isto que eu constatei na análise das fichas de registro das orientações que os orientadores me entreharam ao final do semestre que passou.

Espero que vcs estejam super bem e que tenham aproveitado bastante estas férias prolongadas. Agora sim, entramos na reta final. Espero que tenhamos um semestre super tranquilo!!

Contem sempre comigo!!
Super abraço e até logo mais!!

sábado, 1 de agosto de 2009

Sonho Impossível

Composição: Joe Darion, Mitch Leigh
Versão em português: Chico Buarque


Sonhar
Mais um sonho impossível
Lutar
Quando é fácil ceder
Vencer
O inimigo invencível
Negar
Quando a regra é vender
Sofrer
A tortura implacável
Romper
A incabível prisão
Voar
Num limite improvável
Tocar
O inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar esse mundo
Cravar esse chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz
E amanhã, se esse chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Vou saber que valeu delirar
E morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão