terça-feira, 23 de agosto de 2016

Croquis Urbanos 3

Desenho de Observação

Estão todos convidados: desenhistas iniciantes, amadores, estudantes e profissionais. Desta vez vamos nos encontrar na Praça da Alfândega (Margs, Memorial do Rio Grande do Sul, Santander Cultural, entre outros), a partir das 14h, para registrarmos a cidade e seus habitantes. Levem seus materiais para desenho, convidem seus amigos e vamos aprender uns com os outros!



Croquis Urbanos 3
Data: 28 de Agosto de 2016 (domingo)
Horário: a partir das 14h
Local: Praça da Alfândega

Não percam!

domingo, 7 de agosto de 2016

Formatura - FauPucRS

Meus queridos colegas,

Obrigado pela linda homenagem que vocês me prestaram me escolhendo para ser o paraninfo da turma. A solenidade de formatura de ontem estava maravilhosa. Contagiante a alegria de vocês! Missão cumprida!! Desejo-lhes muito sucesso nas escolhas dos próximos desafios e muita lucidez e coragem para executar cada um deles, com senso ético e muita responsabilidade. Sejam solidários, sejam bons colegas e contem sempre comigo para o que der e vier! Um beijo carinhoso!

Discurso do Paraninfo
Salão de Atos da PucRS
21/08/2015

Componentes da mesa já citados,
Autoridades, familiares e amigos aqui presentes nesta noite de alegrias e festas,
Meus queridos colegas arquitetos e urbanistas:

Recebi com muita alegria e emoção o convite para ser o paraninfo desta turma de formandos. Esta homenagem que vocês me prestam, como forma de reconhecimento pelo meu trabalho, está entre as maiores distinções acadêmicas que um professor pode receber dos seus alunos. Não é pouco o privilégio de ser trazido por vocês para fazer uso desta tribuna com a nobre missão de conduzi-los da vida acadêmica para a vida profissional.

Minha alegria se amplifica por estar mais uma vez junto de vocês com a responsabilidade de apresentar à sociedade gaúcha a 31ª turma de muito bem preparados arquitetos e urbanistas. Este importante ritual de passagem está sendo coroado por outros dois fatos importantes:

Primeiro pelo momento histórico e simbólico comemorado ontem, pois a nossa escola completou 20 anos de existência. Diante desta importante comemoração o momento exige uma breve saudação aos diretores que nos trouxeram até aqui: Prof. Arq. Ivan Mizoguchi e Prof. Arq. Paulo Horn Regal, principalmente neste momento em que a nossa Fau promove modificações importantes na sua estrutura de ensino, calcadas na reflexão profunda e necessária do seu projeto pedagógico buscando alinhamento com as reais demandas da sociedade e da nossa profissão.

E segundo, pelo carinho que tenho por esta turma, onde tive o privilégio de fazer ótimos amigos, nas disciplinas que cursamos ao longo do curso – em especial neste último semestre do trabalho de conclusão.

Divido esta homenagem e alegria com os meus colegas da Fau, principalmente àqueles com os quais divido Ateliês e que, com sua postura comprometida com a qualidade e com as demandas reais do nosso ofício, tem dado grandes contribuições ao ensino de arquitetura e urbanismo e ao reconhecimento de nossa prestigiosa escola, como uma das melhores do Estado.

Devo dizer que a emoção de estar aqui novamente é sempre única!
Não apenas por se tratar de uma nova turma, ou pela oportunidade de me reciclar com a diversidade dos seus tantos projetos, ou ainda pelo prazer imensurável de me renovar com a energia vibrante que habita o coração de todo estudante de arquitetura – com seus sonhos e desejos revolucionários – mas, principalmente, pelo impacto positivo deste convite quando associado ao momento íntimo e pessoal diante da vida, sempre justa, dinâmica e em constante transformação.

O convite veio em boa hora! Num momento de muitas reflexões profissionais e fortalecimento de convicções sobre os necessários avanços na formatação do ensino superior mais identificado com as demandas reais do ofício e sobre as características e qualidades que o jovem arquiteto do século XXI deve possuir.

Nossa estimada Fau tem feito esforços imensuráveis para se manter fiel às suas origens e à frente da crise generalizada que o ensino universitário enfrenta em nosso país, permitindo a cada um de vocês a certeza e a segurança de que possuem uma formação diferenciada, sólida e de qualidade e, portanto, devem seguir em frente de cabeça erguida assumindo com zelo ético e rigor técnico os desafios profissionais que irão surgir no fazer diário do nosso ofício.

Ainda guardo carinhosamente na lembrança a imagem de cada um de vocês no início da faculdade, quando, naquele tempo distante, vocês ainda eram muito mais provocados pelas impaciências juvenis do que pelos desafios propostos pelo curso. Lembro-me das suas dúvidas, das conversas de bar e aconselhamentos de corredor, dos seus medos e das suas angústias diante da escolha do ofício e do futuro, como se a dúvida e a expectativa do inesperado fossem características apenas da tenra idade.

O tempo foi passando e fomos vencendo juntos a matriz curricular que, em alguns momentos, parecia infinita. Nesta trajetória a minha maior alegria sempre foi acompanhar os seus crescimentos acadêmicos e pessoais. Até que nos encontramos novamente no trabalho de conclusão. Lembro-me da nossa primeira aula do semestre e dos olhares assustados de vocês diante dos desafios propostos e das demandas anunciadas naquele instante.

Naquele momento tudo parecia tão distante e inatingível.

Mas o semestre passou. Trabalhamos bastante, convergimos e divergimos nos calorosos debates nos painéis, vislumbramos cidades, edifícios, espaços e construções melhores pela ótica dos seus tantos projetos defendidos na banca final com vigor, talento, convicção e competência. Fizemos arquitetura e urbanismo, de fato, nestes importantes debates, comprovando o quanto estão preparados para enfrentar o mercado de trabalho.

Nossas cidades dependem do nosso valoroso ofício. Ainda vemos as cidades crescendo desordenadamente sem o adequado e criterioso planejamento e com novas edificações e espaços públicos e privados desprovidos de qualidade. Muita construção e pouca arquitetura e urbanismo. Debatemos muito este tema nos diversos ateliês de nossa escola e temos que continuar a debatê-lo.

Fazer arquitetura e urbanismo é, acima de tudo, construir e reconstruir a paisagem das nossas cidades em maior ou em menor escala. Sempre que projetamos e construímos um novo edifício, estamos, com isto, alterando a paisagem a nossa volta, na maior parte das vezes, por um tempo que supera a nossa própria existência. Neste sentido, saibam que os melhores resultados são aqueles que abrem mão da monumentalidade individual em nome da beleza silenciosa e coletiva, são aqueles que agregam qualidade de vida aos usuários, são aqueles que reconhecem o valor da harmonia entre as partes e o todo, que primam pela construção da vitalidade de uma rua e de uma cidade melhor para se movimentar e viver com dignidade.

Colegas, isto não é uma tarefa fácil por tudo o que o nosso ofício significa e representa!

A arquitetura é arte, ciência e ofício. Arte na medida em que ultrapassa seu papel de abrigo, quando supera a esfera prática e começa a dizer algo sobre os aspectos culturais de uma civilização. É ciência na medida em que se vincula aos processos e métodos científicos de proposição e análise do comportamento humano e das suas necessidades mais elementares, da produção eficiente e sustentável no canteiro de obras, do controle do consumo energético, dos novos materiais e técnicas construtivas de baixo impacto ambiental. E é ofício, principalmente, pois a partir das nossas ações concretas diárias, transformamos o mundo que nos cerca e vivemos dignamente com o fruto do nosso trabalho inovador e empreendedor.

Mas inovação e empreendedorismo não nascem em qualquer lugar.
É preciso, para tal, que o caminho seja pavimentado com inteligência coletiva, autonomia, investimento e cultura experimental. Para acertar em cheio é preciso experimentar muito. Portanto, não tenham medo de ousar e experimentar. Tenham coragem e persistência para repetir, para poderem acertar. Repetir e experimentar exige coragem e, por isso, são a base dos grandes acertos e das ideias verdadeiramente inovadoras, e isto no mercado competitivo atual tem muito valor.

Ao longo destes vários anos que convivemos juntos na Fau, em especial neste último semestre, o debate coletivo, atento e respeitoso, sempre foi a nossa principal qualidade, assim como nosso espírito solidário de grupo. Vivemos em um planeta digital, conectados em rede, mas nunca nos comunicamos tão pouco e nunca estivemos tão sós e isolados. Portanto, sempre que possível, evitem o isolamento, pois ele nos leva sempre às ações individuais, enquanto que a arquitetura, por mais que exija alguns momentos de isolamento inventivo e reflexivo, é a ciência do coletivo. De todos, para todos.

Nunca percam de vista esta qualidade. Sermos bons profissionais é nossa obrigação, assim como sermos boas pessoas e bons colegas. Sejam solidários, uns com os outros. Somos o que sabemos, acreditamos, pensamos e propagamos, mas seremos sempre lembrados pelo que fazemos. Levem com vocês a certeza do respeito e admiração que tenho por cada um e saibam que podem continuar contando comigo sempre!

Dito isto meus queridos, resta-me apenas estender-lhes a minha mão mais uma vez e chamá-los para a vida profissional. Sejam sempre bons colegas, sejam bons projetistas, sejam bons construtores, sejam, de fato, arquitetos e urbanistas, pois afinal de contas, projetamos e construímos porque acreditamos no futuro e não há nada que demonstre maior compromisso com o futuro do que o potencial proativo e transformador da nossa profissão.

De coração, muito obrigado por esta homenagem!
Para mim, foi um privilégio e uma honra imensurável caminhar com vocês até aqui!