sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Altos e baixos

Li uma vez, não lembro mais onde, que "...a felicidade são momentos e que a vida é tudo aquilo que acontece entre estes poucos momentos de felicidade". Sempre achei que esta frase trazia no seu significado uma dose muito forte de incompetência, aparente tristeza e resignação passiva e consentida. Mas pensando bem ela não está assim tão errada. Todo o pico de felicidade trás consigo, também, uma grande dose de estresse.

É como se, por alguns momentos, pudéssemos sair da rotina do nosso dia a dia e respirar, movidos por muitas descargas de adrenalina, os prazeres infinitos da vida sem a presença da responsabilidade do livre arbítrio e a pressão crítica dos nossos fantasmas e pré-conceitos. Sabemos bem que tudo na nossa vida tem um comportamento cíclico de uma curva senóide de altos e baixos.

É o equilíbrio natural das coisas...

E se o ônus pelos picos de prazer é a tristeza imposta pela curva em baixa, começamos a ver que o verdadeiro sentido do prazer não está na leitura dos extremos destes altos e baixos - alegrias e tristezas -, mas sim, na tranqüilidade da alma que somente o equilíbrio das nossas ações nos dá. Logo, penso que devemos fazer o melhor que podemos, de forma equilibrada, no tempo certo e na velocidade adequada, conjugando o corpo, a mente e o espírito na busca de ações de paz e de construção de um mundo ético e de uma vida melhor para nós e, sempre que possível, para aqueles que nos cercam.

Feito isto, veremos que a felicidade plena e verdadeira está contida, não nos momentos esporádicos, grandiosos, excepcionais. Não está contida nos momentos fora do comum, mas sim, na simplicidade que rodeia todas as emoções naturais e verdadeiras e, fundamentalmente, dentro do nosso coração. E se acima de tudo que fazemos bem, ainda temos a oportunidade de conhecer, de fato, boas pessoas, então, estamos cumprindo com a nossa missão nesta vida...

Sinto que às vezes buscamos, sem êxito, uma explicação racional para os nossos medos e muros defensivos que vamos construindo ao longo da vida e para as coisas da própria vida, como quem busca resolver as angústias geradas pela surpresa de uma alegria, com a criatividade e objetividade científica com que resolvemos um projeto de arquitetura. Sabemos bem que razão e emoção se desenvolvem em hemisférios opostos do nosso cérebro.

Do lado esquerdo são processadas as questões que envolvem a razão pura. Se está chovendo, devemos sair de casa com capa e guarda-chuvas, se vamos dirigir, não devemos beber, se não queremos filhos, temos que ter alguns cuidados especiais na hora do amor, e por ai vai a lista infinita das precauções universais que sempre ouvimos no nosso dia a dia.

E do lado direito, processamos as questões cujo principal combustível é a emoção. Ora, se está chovendo porque levar guarda-chuvas se eu posso ter o prazer refrescante de sentir a água batendo no meu rosto e escorrendo pelo meu corpo num bailado enlouquecido, se posso, como numa brincadeira de criança, sair pulando dentro das poças d'água vendo e sentindo a água saltar para todos os lados. Se vamos beber, para comemorar a grande alegria de se estarmos vivos e com saúde ao lado das pessoas que amamos, podemos beber somente um pouquinho antes, para depois nos afogar numa alegria infinita sabendo que não estamos assim tão longe de algum lugar para adormecer em segurança. E como é bom, quando estamos amando, durante os jogos de paixão e sedução, não termos tanto cuidado assim e seja o que Deus quiser... Trocar juras infinitas de amor, fazer promessas e planos são as alegrias e emoções que queremos ter, às vezes mais ainda do que a própria felicidade.

Como podemos ver, consumimos muita energia nesta difícil tarefa de escolher com que lado do cérebro devemos tomar as decisões em nossas vidas. De qualquer forma devemos sempre ter a clareza de reconhecer que a cabeça é redonda para que as nossas idéias possam, a qualquer momento e continuamente, trocar de direção! Não penso que uma pessoa deva morrer afogada com o peso das suas mágoas e más decisões. A vida é isto mesmo, este exercício diário de se tentar ser feliz driblando, sempre que possível, as adversidades da vida. Driblando, sempre que possível o encontro com o erro.

Mas o erro é o registro das possibilidades.

São as oportunidade que a vida nos oferece de tempos em tempos para mostrarmos a nossa fibra e do que somos capazes. Saber aproveitar somente os momentos felizes e prazerosos da vida não é mérito para ninguém. É sabido, através da filosofia e da psicologia, que inconscientemente criamos os nossos próprios desafios e que isto acontece, quase sempre, quando a nossa vida parecia navegar por mares tranqüilos...

É o mecanismo natural da vida que, de tempos em tempos, testa as nossas maiores convicções e nos coloca diante das nossas verdadeiras missões. Acredito que cada um de nós vem ao mundo com uma missão pré-estabelecida (ou até mesmo escolhida como dizem os espiritualistas) e que é preciso, nesta vida, enfrentá-la, sentir suas adversidades e superá-las.

Sem dúvidas, não é a mesma lógica que usamos em nossos trabalhos profissionais que devemos usar para resolver as inquietações dos nossos pensamentos e do nosso coração. E este nosso coração inquieto é, por vezes, muito traiçoeiro. Quando vemos estamos completamente envolvidos com aqueles desafios que começaram como uma tênue rota de fuga ou como uma curiosa aventura. Quando vemos estamos, novamente, respondendo ao chamado atávico do nosso instinto conquistador de aceitar novos desafios.

Na fala dos filósofos, somos aquilo que nos falta (Jaques Lacan) e vivemos as emoções que queremos ter (Carl Gustav Jung). Se estamos no meio da tempestade é por que a calmaria não nos serve de todo. Se andamos à noite é porque o dia, somente, não nos basta, e quem é que disse que em nossa vida temos que ter somente uma única direção? São as escolhas que fazemos...

No fundo, no fundo, isto tudo são os nossos desejos naturais se libertando das convenções religiosas e sociais querendo voltar a sentir tesão pela vida, sentir a vida à flor da pele, poder fazer fluir e tornar disponíveis nossos potenciais humanos naturais e biológicos. É este tesão pela vida e pelas coisas que nos cercam - coisas e pessoas -, que nos faz criar, amar, jogar, brincar, lutar pelo simples e encantado prazer de estar vivo e de sentir a vida. Todos nós temos uma margem de transformação necessária para podermos caminhar na direção dos nossos objetivos e desafios.

Mas, também, é verdade que todos nós, enquanto seres individuais, temos uma essência que deve ser respeitada, desenvolvida e preservada. E a química que é gerada quando estes dois universos distintos se encontram é que forma a energia que vai acompanhar e ajudar a fortalecer os objetivos conjuntos. Se para atingir um objetivo nos exigimos transformações que vão além daquilo que podemos dar, inicia-se sempre um processo de crise. Pois não podemos dar o que não temos. E ter que se tornar outra pessoa simplesmente como condição para alcançar uma meta, não é uma postura saudável, pois a vida é sábia ela vai, de tempos em tempos, nos chamar novamente para a nossa realidade a ser vencida, à nossa missão a ser cumprida.

Estamos, assim, reconhecendo a existência de um prazer antropológico pela vida que mantém a ludicidade impregnada na natureza e na essência do homem. É este tesão pela vida que nos faz ligar, forte e apaixonadamente, sem necessitar nenhuma explicação consciente, a tudo o que nos proporciona beleza, alegria e prazer. Por isto, os homens livres jogam e brincam com a vida. Por esta razão é que podem não ser "sérios", não ser "responsáveis" e não ser "coerentes". E se ser maduro e ser responsável é ser triste, amargo, reprimido, perverso, por conseqüência, é viver a margem da felicidade, penso que devemos querer ser sempre garotos.

O uso das palavras "seriedade e responsabilidade" é muitas vezes indevido e impróprio, porque elas não significam qualquer ato moral. Em síntese, quero dizer que ser mais ou menos responsável, ser mais ou menos sério corresponde à relação dialética entre o nosso medo e o nosso prazer pela vida cotidiana e pelos novos desafios.

Não devemos buscar o desejo de estarmos sempre com a razão ou estarmos sempre certos. Longe disto! Devemos sempre - e cada vez mais - buscar a alegria e a felicidade perdidas ao longo de muita anulação consentida. Ser sério ou ser responsável, ser grande ou ter crescido, são padrões que temos que tentar abandonar. Temos que construir o direito de sermos saudáveis!!

Estamos todos, diária e constantemente, em grande revolução pessoal.

Muitas vezes, o mais difícil de compreender, quando teimamos em buscar uma explicação racional para tudo com a nossa inteligência de arquiteto, é aquilo que nós mesmos complicamos e deformamos em nossa natureza, inclusive e especialmente o próprio funcionamento analítico da nossa inteligência de ser humano. Só sei que cada vez mais devemos acreditar nos nossos sonhos, não devemos sufocar os nossos desejos, não devemos julgar ninguém, pois o erro está disponível para todos e, sempre que possível, cultivar cada vez mais forte e fundo as amizades, que verdadeiramente são as únicas coisas que temos a certeza que vamos levar desta vida, sempre dentro dos nossos corações, bem perto de cada um de nós.

Este era para ser um e-mail bem curtinho em comemoração à chegada do próximo ano, mas como sempre acontece quando começo a escrever sem um tema definido, perdi o controle das horas e das palavras... Gosto muito de sentir a leveza e a paz desta época do ano. Existe um certo desarme por parte das pessoas. É como se todos atendessem a um chamado atávico natural para as introspecções e para as reflexões universais. Uma trégua diante das batalhas diárias reais e imaginárias. É um momento de novos, saudáveis e bons ventos que anunciam as férias e a alegria de estarmos próximos daqueles que amamos. Estarmos diante da alegria...

Penso que, acima de tudo, a busca da alegria tem que ser uma constante em nossas vidas. A alegria é o estado de saúde que devemos buscar, mais que a própria felicidade, pois a alegria não é um estado de espírito como se supõe ser a felicidade, mas sim uma sensação. Alegria, coisa tão incerta como o vento que sopra lá fora, que tem dia que vem, dia que não vem, que às vezes é tão forte que vira tufão, outras parece apenas brisa suave, que pode vir do sul ou do norte, do leste ou do oeste, mas que vem, queiramos ou não, na hora ou do jeito que bem entender...

Para todos os meus amigos de fé e irmãos camaradas, os votos de um 2011 repleto de paz, alegria, harmonia, lucidez, trabalho, grana, amigos coragem, saúde e muito amor nos corações!

Um beijo e o meu melhor abraço!!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Dia Branco

Geraldo Azevedo
Composição: Geraldo Azevedo/ Renato Rocha


Se você vier
Pro que der e vier
Comigo...
Eu lhe prometo o sol
Se hoje o sol sair
Ou a chuva...
Se a chuva cair
Se você vier
Até onde a gente chegar
Numa praça
Na beira do mar
Num pedaço de qualquer lugar...
Nesse dia branco
Se branco ele for
Esse tanto
Esse canto de amor
Oh! oh! oh...
Se você quiser e vier
Pro que der e vier
Comigo
Se você vier
Pro que der e vier
Comigo...
Eu lhe prometo o sol
Se hoje o sol sair
Ou a chuva...
Se a chuva cair
Se você vier
Até onde a gente chegar
Numa praça
Na beira do mar
Num pedaço de qualquer lugar...
E nesse dia branco
Se branco ele for
Esse canto
Esse tão grande amor
Grande amor...
Se você quiser e vier
Pro que der e vier
Comigo
Comigo, comigo.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Atelier 2 - Ulbra

Nos dias 14, 15 e 16 de dezembro, nos turnos da tarde e noite, os alunos concluintes do curso de Arquitetura e Urbanismo da Ulbra (Canoas) estarão apresentando seus trabalhos de conclusão de curso. As apresentações dos trabalhos ocorrerão na sala 338 do prédio 14 do Campus Canoas, das 14h às 20h. Esta atividade é pública, portanto, todos estão convidados para assistirem as apresentações.

BANCA FINAL – 14/12 (TERÇA-FEIRA)

Componentes da Banca
Arq. Henrique Augusto Pernau (Bohrer & Pernau Arquitetos)
Prof. Arq. Francisco Gunther Hahn, Dr. (FauUlbra - Canoas)
Prof. Arq. Paulo Ricardo Bregatto, Ms. (FauUlbra - Canoas)

WILLIAM NUNES KENDZIERSKI
Prof. Arq. Carlos Henrique Goldman
14:00h Vinícola Di Vino


FERNANDO DE LIMA E SILVA
Prof. Arq. Carlos Henrique Goldman
14:45h K-Wind Escola de Kite e Winsurf Varzinha / Viamão

TAIS VUCKOVIC
Prof. Arq. Carlos Henrique Goldman
15:30h Prefeitura Municipal de Nova Santa Rite

JULIANA ZOLET
Profa. Arqa. Patrícia de Freitas Nerbas
16:15h Templo Evangélico e Centro Comunitário

LUCAS DOS SANTOS CLEMENTEL
Profa. Arqa. Patrícia de Freitas Nerbas
17:00h CEC - Complexo Esportivo Comunitário

JOICE MANSKE ZILSE
Profa. Arqa. Patrícia de Freitas Nerbas
17:45h Centro de Convivência para Idosos

RAFAELA BALOD NEVES
Profa. Arqa. Patrícia de Freitas Nerbas
18:30h Parque das Etnias

BANCA FINAL – 15/12 (QUARTA-FEIRA)


Componentes da banca
Arq. Jonas Badermann de Lemos (Badermann Arquitetos)
Profa. Arqa. Elizabeth Schmidt Kampff (FauUlbra Canoas)
Prof. Arq. Paulo Ricardo Bregatto, Ms. (FauUlbra – Canoas

DIANA LEMES POZZA
Profa. Arqa. Patrícia de Freitas Nerbas
14:00h Complexo Esportivo Cerâmica - Gravataí

FABIANE LETHARA DA SILVA KRUGER
Prof. Arq. Cristian Illanes
14:45h Hotel Executivo

PAULA PEREIRA BECKER
Prof. Arq. Cristian Illanes
15:30h Palcco - Agência de Publicidade e Propaganda

DEISE MORO BORGES
Prof. Arq. Guilherme de Almeida
16:15h Centro Educacional Especial

SABRINI EVELYN VARGAS
Prof. Arq. Guilherme de Almeida
17:00h Centro Municipal de Eventos

CRISTIANE RAIMANN
Prof. Arq. Guilherme de Almeida
17:45h IFET - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia

ALEXANDRE TREVISOL
Profa. Arqa. Maria da Graça Ilgenfritz
18:30h Crematório

BANCA FINAL – 16/12 (QUINTA-FEIRA)

Componentes da banca
Arq. Luciano Andrades (Studio Paralelo Arquitetos)
Profa. Arqa. Maria da Graça Ilgenfritz, Ms (FauUlbra Canoas)
Prof. Arq. Paulo Ricardo Bregatto, Ms. (FauUlbra - Canoas)

MICHELE GONCALVES SAYAO
Prof. Arq. Flávio Kiefer
14:00h Casa do estudante em Rio Grande

MARCELO TISSOT DUARTE
Prof. Arq. Flávio Kiefer
14:45h Casa de Passagem

MAGUIDA SUSETE DA SILVA BITTENCOURT
Profa. Arqa. Rosalia Fresteiro
15:30h Cecokrahe - Centro Comunitário de Bairro

MANUELY BORGES CHINELLATO
Profa. Arqa. Rosalia Fresteiro
16:15h Penitenciária Estadual de Canoas

NATHALIA SCHVANTES BOTTINI
Profa. Arqa. Rosalia Fresteiro
17:00h Escola de Música e Centro de Musicoterapia

VALMOR DE OLIVEIRA ROCHA
Prof. Arq. Charles Pizzato
17:45h ARTECEULBRA - Escola de Artes Cênicas da Ulbra

ROGER LUIS DUARTE KOVALSKI
Prof. Arq. Charles Pizzato
18:30h Residencial da Terceira Idade

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Tá chegando a hora!!!

Queridos formandos da Fau PucRS,

Amanhã será um dia muito importante para todos vocês que estiveram imersos no grande desafio de formatar seus trabalhos finais de graduação. Foram dias cansativos, eu bem sei... Estando mais perto de vocês, neste semestre tão especial para mim, pude acompanhar a trajetória, as alegrias, as fraquezas e as vitórias de cada um.

No exercício diário das demandas geradas pela complexidade de cada desafio proposto, lembro das mentes incansáveis na busca das idéias e das grandes invenções, da fragilidade dos corações diante das muitas, e quase intransponíveis, dificuldades, lembro da tristeza pelo exílio, muitas vezes necessário, do convívio social e familiar, já que não foram poucas as vezes em que, por exigência dos nossos tantos trabalhos, vocês tiveram que se retirar do doce convívio dos seus filhos, pais, companheiros e amigos.

Lembro, ainda, das limitações físicas impostas pelos corpos cansados, dos momentos nebulosos onde as tarefas pareciam não caber dentro da linha tênue do tempo. Mas lembro, principalmente, da alegria estampada em cada rosto pelas grandes descobertas, pela superação de mais um desafio, pela experiência mágica de uma invenção ou simplesmente pela oportunidade de estarmos ali, noite após noite, no calor dos verões que se estendiam ou nos implacáveis invernos, testando os nossos limites e fortalecendo cada vez mais as nossas convicções sobre o nosso tão amado ofício da arquitetura.

O tempo foi passando e diante das várias superações estamos chegando agora diante da última porta a ser aberta por vocês e para todos vocês. A partir dela, novos desafios e novos horizontes se abrirão. Olhem de frente para todos eles e tenham sempre a certeza de que tudo o que fizemos, com maior ou menor ternura, teve sempre um único objetivo: formar e capacitar todos vocês para a vida que lhes aguarda lá fora! Estamos muito orgulhosos de vocês. Eu, em especial, que pude estar com vocês ao longo das disciplinas que cursamos e, principalmente, ao longo deste semestre tão especial para mim, estou muito orgulhoso pela oportunidade de vê-los assim maduros e se preparando para este grande ritual de passagem!

Que esta saudade, que a partir de agora começa a povoar os nossos corações, lhes tragam toda a lucidez para a definição dos próximos desafios e energia infinita para perseguir a solução de todos eles e que este novo ano repleto de grandes oportunidades deixe no passado todas as suas angústias, desencantos e todos os seus fantasmas errantes. Que a dor e o cansaço sejam transformados em energia para a vida. Que os medos sirvam somente para balizar o caminho da ética e das virtudes e que, acima de tudo, a busca da alegria seja uma constante em suas vidas.

Parabéns pela coragem e pelas atitudes que trouxeram vocês até aqui!
Parabéns pela conclusão dos trabalhos!!
Recebam o meu mais forte e melhor abraço!
Estou com vocês!
Contem sempre comigo!!

Força e Honra
Saudação Romana

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

FauPucRS 2010/2

Queridos Amigos da FauPucRS!!!

Ainda estou sob os alegres efeitos da grande distinção acadêmica que me foi feita por vocês ontem, me convidando para ser o paraninfo desta turma da FauPucRS que é tão representativa e especial para mim. Ontem, no calor da comemoração, não consegui abraçar todos vocês para agradecer esta homenagem, portanto, vou neste breve textinho agradecendo emocionado uma a um. Mais uma vez, meus mais sinceros agradecimentos por esta grande homenagem. Este carinho que vcs me fazem com este honroso convite veio em boa hora. Num momento de reflexões pessoais, trocas de direções e redefinição de novos desafios, entre eles a própria docência...

Ontem, no caminho de volta para casa, experimentando a doce emoção desta homenagem, me vi viajando no tempo e revisitando muitos acontecimentos marcantes. Vinte e dois anos já se passaram desde a minha formatura... É incrível como na lida diária, referenciados pelas demandas e solicitações pontuais da vida, não percebemos a passagem do tempo. Ainda lembro do rosto de cada um dos meus colegas de atelier, das muitas festas, das viagens, dos encontros estudantis, das brincadeiras e jogos de bola nos corredores, das rivalidades esportivas que chegavam a transferir datas de provas e entregas de trabalhos nos dias dos grandes jogos, dos dias e noites em claro na execução dos nossos sonhos e ideais transformados em grandes projetos (às vezes nem tão grandes assim... hehehe!!).

Então fico me perguntando para onde foram os velhos e inseparáveis companheiros? Lembro dos seus sonhos e dos seus talentos, da vontade de vencer e transformar este mundo desigual... Lembro de tantas emoções boas, do juramento que fizemos de mãos dadas, numa noite de lua cheia no estacionamento da faculdade, ainda vestidos com a toga que tínhamos naquela noite experimentado, de que jamais nos separaríamos, por mais que a vida assim exigisse...

Onde estão os velhos companheiros??
Olho em minha volta e vejo tanta coisa ainda por fazer!!!

Muitos sonhos e pessoas ficaram pelo caminho... É engraçado como se propagam os sentimentos verdadeiros, mesmo com a distância e com a ação do tempo, eles não morrem... Não que vivam das lembranças ou dos fatos do passado. O passado é somente uma referência temporal. Se ainda sentimos uns aos outros, então ainda estamos no presente. Mesmo quando a vida segue o seu rumo...

Desejo-lhes, meus afilhados, nesta jornada final que está em curso muito sucesso, mas acima de tudo muita coragem, pois a coragem nos dá a base sólida para sabermos superar todas as dificuldades. Desejo-lhes, também, que a emoção da noite da formatura lhes tragam toda a lucidez necessária para a definição dos próximos desafios e a energia infinita para perseguir a solução de todos eles, que as boas lembranças das festas por vir deixem lá no passado todas as suas angústias e todos os seus fantasmas errantes, que a dor e o cansaço sejam transformados em energia para a vida, que os medos sirvam somente para balizar o caminho da ética e das virtudes e que, acima de tudo, o sonho seja sempre o maior combustível na busca da realização profissional e pessoal.

Mais uma vez, meus queridos afilhados, muito obrigado pelo carinho manifesto na homenagem que vocês me prestaram!! Este carinho ficará para sempre tatuado no meu coração!!! Sinto este momento renovador como se fosse novamente a minha formatura...

Contem sempre comigo!!
Um beijo e o meu melhor abraço!!!

"Força e Honra"
Saudação Romana

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Formatura da Ulbra - 2010/1

Discurso do Paraninfo

Meus queridos afilhados!

Passei um ótimo final de semana lembrando da linda cerimônia de formatura de vocês. Foi com muita alegria, satisfação e orgulho que acompanhei a jornada de vocês ao longo destes dois semestres que passamos juntos. Foi contagiante olhar para todos vocês e ver a alegria de cada um, pela grande conquista da tão sonhada conclusão do curso.

Mais uma vez, muito obrigado pelo honroso convite para ser o paraninfo desta turma! Lhes deixo, no texto abaixo, o discurso para que vocês possam rever e refletir, com muita atenção, a última lição de casa.

Um super abraço e beijo carinhoso para todos vocês!!

DISCURSO DO PARANINFO

Componentes da mesa já citados.
Familiares e amigos aqui presentes nesta sexta-feira, 13, com muita sorte, alegrias e festas.
Meus queridos colegas arquitetos e urbanistas:

Desde o momento em que recebi o convite para ser o paraninfo desta turma, a alegria e a emoção tomaram conta do meu coração. Não somente pela oportunidade de estar, neste instante, junto desta turma, pela qual tenho um grande carinho e onde fiz grandes amigos, desde o tempo, já distante, em que foram meus alunos, na primeira metade do curso, mas, principalmente, pela grande e singular oportunidade de apresentar à sociedade, aqui representada por todos vocês, esta turma de novos e bem preparados arquitetos e urbanistas.

Sei que o convite para fazer uso desta tribuna foi originado por aqueles sentimentos mútuos de amizade, simpatia, companheirismo e respeito, sempre tão presentes durante o tempo passado em que convivemos nos ateliers e, principalmente, ao longo destes últimos dois semestres em que cursamos juntos o tão esperado e sonhado trabalho de conclusão de curso.

Sinto muita alegria e muito orgulho por ter participado de suas formações e por ver todos vocês com esta satisfação imensa estampada em seus rostos. Deste lugar que vocês se encontram e que sentaram ainda estudantes, ao término desta cerimônia, se erguerão arquitetos e urbanistas e serão, portanto, os mais dignos herdeiros das valiosas qualidades e honrosas tradições do nosso ofício. Mais do que isto, receberão, também, a grande e contínua tarefa de fortalecer, com o fruto do vosso trabalho, a cultura arquitetônica local e nacional e o fortalecimento dos princípios da ética para o desenvolvimento da nossa profissão, sempre com ações honestas e colaborativas, tendo em vista as necessidades do mercado de trabalho e da sociedade em que vivemos.

Por esta razão, meus arquitetos, lhes deixo como última lição de casa o desafio de estudarem e refletirem profundamente sobre algumas virtudes básicas fundamentais que expressem os nossos valores morais, não somente para o exercício da nossa profissão, mas, principalmente, da nossa condição e obrigação primária como cidadãos, perante os nossos pares e perante a sociedade.

Fazendo isto vocês estarão tentando compreender o que deveríamos fazer, ou ser, ou viver e medir, pelo menos intelectualmente, o quanto próximos ou distantes estamos de cada um dos seus significados. Os valores morais agem como um polidor da alma, um saber viver de si para consigo, uma etiqueta de vida interior, um código de nossos deveres, um cerimonial do essencial, pois bem sabemos que é praticando as ações justas que nos tornamos justos, praticando as ações moderadas que nos tornamos moderados e é praticando as ações corajosas que nos tornamos corajosos.

Para tal, escolhi as seguintes virtudes: senso ético, leveza, coragem e alegria.

A escolha destas virtudes e não de outras, não quer representar aqui algum juízo de valor de quem escolhe umas em detrimento de outras tantas, que para alguns possam ser mais importantes. Apenas, na minha visão, as escolhidas são aquelas que, neste momento, são as mais urgentes e devem, portanto, receber de cada um de vocês a devida atenção como forma de fortalecimento dos laços de união entre cada um de vocês e seus maiores ideais por vir.

Inicio pela ética, por ser a ética uma característica inerente a toda ação humana e, por esta razão, um elemento vital na produção da realidade social. O mundo atual, perturbado por criações humanas, requer mudanças urgentes. A capacidade humana de criar o artificial parece ter transcendido a nossa habilidade de coexistir com a natureza. A crise energética internacional e o desequilíbrio mundial do meio ambiente assumem patamares preocupantes, exigindo dos novos arquitetos e urbanistas atitudes inovadoras e sustentáveis.

O mercado de trabalho, com suas inumeráveis oportunidades, mas, também, com suas perigosas armadilhas, carece urgentemente de nova formatação, assim como, outras tantas oportunidades de trabalho, ainda adormecidas aguardando por nós, necessitam ser lapidadas com afinco, inovação, empreendedorismo e ética.

Todo homem possui um senso ético, uma espécie de "consciência moral", estando constantemente avaliando e julgando suas ações para saber se são boas ou más, certas ou erradas, justas ou injustas. Existem sempre comportamentos humanos classificáveis sob a ótica do certo e errado, do bem e do mal.


Embora relacionadas com o agir individual, essas classificações sempre têm relação com as matrizes culturais que prevalecem em determinadas sociedades e contextos históricos. Portanto, a ética está relacionada à opção, ao desejo de realizar a vida, mantendo com os outros relações justas e aceitáveis e está fundamentada nas idéias de bem e virtude, enquanto valores perseguidos por todo ser humano e cujo alcance se traduz numa existência plena e feliz.

Neste momento em que vocês estão prestes a sair da nossa escola para enfrentar a vida profissional, torna-se necessário reconhecer que o futuro de cada um de vocês se funde com o futuro da sociedade em que estamos todos inseridos. A alegria, a felicidade, o sucesso, a segurança e a paz que, individualmente, queremos ter será sempre aquela que conseguirmos construir para todos.

Na seqüência lhes proponho uma constante reflexão sobre a importância da leveza. Para esta nova jornada, que hoje se inicia, é preciso aprender, também, a ser leve, principalmente, diante de alguns próximos desafios que poderão parecer densos e intransponíveis como as pedras. As nossas próximas escolhas, principalmente aquelas que apreciamos e escolhemos justamente pela leveza, podem se revelar, numa análise mais aprofundada, de um peso insustentável.

É neste exato momento que temos que mudar de ponto de observação. Não se trata absolutamente de fuga para o sonho ou para o irracional. Apenas temos que aprender a enxergar o mundo sob outra ótica, outra lógica, outros meios de conhecimento, outras formas de abordagem do problema. A leveza, neste caso, está muito mais associada à precisão e à determinação dos nossos atos do que ao que é vago ou aleatório. Está muito mais associada à consciência da gravidade sem peso do que com a incapacidade de sustentação. Está mais relacionada ao reconhecimento da importância das causas do que da necessidade urgente de suportar as conseqüências.

Por esta razão é preciso saber ser leve como o pássaro. Leve como o pássaro e não como a pluma. Como o pássaro altivo que segue seu extinto, livre no ar, na busca autônoma das direções a seguir, ao contrário da frágil pluma que dependerá sempre da direção de uma brisa, para poder planar, por mais leve que seja, mas que não é nunca determinada pelo seu próprio desejo.

Como sustentação para as virtudes anteriores vem a coragem. Portanto, desejo-lhes acima de tudo muita coragem, pois a coragem nos dá a base sólida para sabermos superar todas as dificuldades que virão por conseqüência da escolha dos nossos próximos desafios.

Pois as dificuldades virão...

Desejo-lhes coragem para agüentar e durar, coragem para viver, coragem para suportar, para combater, para enfrentar, para resistir, coragem para perseverar. A coragem não se refere apenas ao futuro, ao medo ou à ameaça. Refere-se, também, ao presente, e sempre está ligada à vontade, muito mais do que à esperança. Afinal, só esperamos o que não depende de nós, só queremos o que depende de nós. É por isto que a esperança, ao meu ver, só é uma virtude para aqueles que aguardam imóveis a chegada de tudo, ao passo que a coragem é uma virtude para qualquer um. A coragem não é um saber, mas uma decisão. Não é uma opinião, mas uma atitude.

Por fim e para tornar o caminho que hoje se inicia mais doce, devemos plantar e cultivar sempre a alegria. A alegria é o estado de saúde que devemos sempre buscar, mais que a própria felicidade, pois a alegria não é um estado de espírito como se supõe ser a felicidade, mas sim uma sensação. Alegria, coisa tão incerta como o vento que sopra lá fora, que tem dias que vem, dias que não vem, que às vezes é tão forte que vira tufão, outras parece apenas brisa suave, que pode vir do sul ou do norte, do leste ou do oeste, mas que vem, queiramos ou não, na hora ou do jeito que bem entender...

Mais uma vez muito obrigado por este convite!!! Para mim, foi um grande privilégio e uma honra imensurável caminhar com vocês até aqui!!

Que esta saudade, que a partir de agora começa a povoar os nossos corações, lhes tragam sempre a doce lembrança dos momentos felizes em que estivemos juntos e lhes tragam, também, a certeza de que esta escola sempre será de vocês e sempre estará com suas portas abertas para recebê-los com suas grandes vitórias, alegrias e novas dúvidas.

Muito sucesso nesta próxima jornada!
Daqui para frente, força e honra!
Muito obrigado!!

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Hundertwasser

Teoria das cinco peles

“Eu sou tolerante. Mas revolto-me. Acuso. É a minha obrigação. Estou sozinho. Por trás de mim não há qualquer ditadura, qualquer partido, qualquer grupo, nem qualquer máfia. Nem um esquema intelectual coletivo, nem uma ideologia. A revolução verde não é uma revolução política. É suportada pela base e não é nem minoritária nem elitista. É uma evolução criadora em harmonia com o curso orgânico da natureza e do universo.”


Foi por intermédio do meu querido amigo Fernandão (aluno do curso de arquitetura e urbanismo da Ulbra, filósofo e ativista das causas ambientais) que eu tomei conhecimento mais aprofundado da obra de Hundertwasser e sua teoria das 5 peles. A razão que me levou a estudar a obra deste artista não poderia ser mais emergencial: simplesmente o Fernandão trouxe este assunto para seu trabalho final de graduação, sob minha coordenação.

Num primeiro momento, desespero total. Logo eu que sempre me alinhei limitada e convictamente aos racionalistas, me vi desconfortavelmente curioso com a dimensão naturalista da obra deste artista e filósofo com suas indagações e provocações sobre estética e beleza. A força midiática, massificada e acrítica da arquitetura contemporânea descontextualizada e desculturalizada encontra na obra de Hundertwasser, principalmente nos dias atuais, o solo fértil para as necessárias reflexões sobre identidade, espaço e sentido de lugar. Em conseqüência disto, a partir das primeiras leituras, as reações naturais de pré-conceitos deram rapidamente lugar ao desejo irrefreável de estudar e conhecer a obra e a maneira de pensar e agir deste artista. E é a síntese desta pesquisa preliminar que eu trago, brevemente, na forma deste texto para dividir também com vocês.

Entre os maiores pensadores do século XX sobre a arquitetura humanizada e ecológica, destaca-se a figura do arquiteto e artista Hundertwasser. Sua obra está voltada, em grande parte, para as questões ambientais, expostas tanto em seus quadros quanto em conferências, maquetes e realizações na área da arquitetura. O homem, na sua opinião, tem cinco peles: a sua epiderme natural, o seu vestuário, a sua casa, o meio ambiente onde vive e, a última, a pele planetária ou crosta terrestre onde todos vivemos.


Hundertwasser nasceu em Viena em 15 de dezembro de 1928. Hoje é seguramente o artista mais conhecido na Áustria. Também é o mais controverso e notório. A sua reputação internacional foi definitivamente consolidada pela volta ao mundo das suas obras em museus dos cinco continentes. Sua sólida e trepidante carreira se consolidou no final dos anos sessenta, iniciada com uma longa e decisiva estada em Paris onde, neste período, apresenta a sua produção numa série de exposições, discursos-manifestos e performances-happenings entre 1975 e 1983, fomentadas pelo seu empresário Joram Harel.

Joram Harel foi uma pessoa de forte importância e influência na vida de Hundertwasser. A amizade entre eles tem início em 1972, data marcante em sua vida pela libertação de todos os constrangimentos materiais, fato que lhe permitiu viver segundo seu mais forte desejo de estar em constante harmonia com a natureza e agir, em cada instante da sua vida, em completa e inquestionável concordância com os seus princípios. Também em 1972 sua vida é fortemente marcada pela morte da sua mãe, a quem o artista sempre esteve fortemente ligado. Trata-se realmente do início da grande viagem. Die Kehrtwendung será o título do discurso que fará duas vezes em 1979, em Viena e em Pfäffikon, na Suíça. Sua arte identifica-se, a partir de então, cada vez mais estreitamente com as opções fundamentais da sua visão de mundo.

Hundertwasser é sobretudo um pensador. Além de seus trabalhos como artista, ambientalista e arquiteto, por volta dos anos 60 e 70, ele propõe por novos caminhos uma moral prática da beleza, trilhas essas que são guiadas por uma reconstrução do modo de ver a vida e de agir sobre ela como um ser humano consciente e atuante em seu habitat.

Em 1968 Hundertwasser compra na Sicília um velho veleiro de madeira chamado San Giuseppe T que leva para Veneza, restaura-o e rebatiza-o Regentag. De 1968 a 1972 o barco fica ancorado na lagoa de Veneza como uma espécie de moradia do artista que aí se desloca para viver e trabalhar a bordo ou para navegar pelas costas do Adriático. É desta época o filme apresentado em Cannes em 1972 pelo cineasta Peter Schamoni intitulado Regentag (dia de chuva).

É como artista que ele tomado pela verdade e força da beleza, enquanto pintor ele formula seu postulado, não mais que uma simples verdade: “A natureza é um fim em si, nada existe fora dela, enquanto harmoniosa é bela, a arte é o caminho que nos conduz à beleza.”

A sua reverência à criação é algo que pode ser comparado a fé religiosa, para Hundertwasser é um terreno sagrado, um direito universal, por isso é considerado um religioso naturalista. É guiado por esse princípio de beleza que ele configura uma nova moral prática a nós. A sociedade em que vivemos, guiada para o consumo, é criminosa por nos desviar de nosso verdadeiro objetivo como homens, encontrar o nosso bem estar, viver bem e fazer o bem para nosso ambiente.


Em 1972 publica o seu manifesto intitulado O teu direito de janela – O teu dever de árvore a favor de um habitat de melhor qualidade que na sua visão consiste em telhados cobertos de vegetação e arranjo individual das fachadas. Depois do Manifesto do bolor contra o racionalismo na arquitetura (forte tomada de posição em matéria de sociologia do habitat) datado de 1958, será necessário aguardar 10 anos até que o artista clarifique e precise o seu ponto de vista naturista com o seu Discurso Nu e o manifesto Los von Loos (longe de Loos). Para completar o sistema filosófico da moral prática de Hundertwasser O direito de Janela trás o bolor como metáfora do poder criador da natureza.

Seus conceitos estruturais sucessivos definem que o homem, se quiser permanecer em harmonia com a natureza, deve tomar consciência do seu maior direito: o direito individual ao arranjo da fachada da sua casa. Se para Adolf Loos o ornamento é um crime (Viena, 1908), dito como reação aos excessos florais do Jugendstil, mensagem que a arquitetura racionalista adotou como credo, Hundertwasser quer, ao contrário, sossegar os habitantes e suscitar neles o desejo de usar o seu direito de janela, aceitando abertamente o fato e a causa para a qualidade decorativa na arquitetura.

O Direito de janela inaugura uma série de atitudes que vão completar a versão do artista da receita do bem-estar na terra: Inquilino Albero (Milão, 1973), As retretes de húmus (Munique, 1975) e O manifesto da santa merda (Pfäffikon, 1979). Depois de ter reconstituído o ciclo da matéria viva e definido as modalidades de acordo com a natureza nos pontos-chave do seu plano ideológico (arte, arquitetura e ambiente) Hundertwasser vai entrar em guerra contra a poluição sob todas as suas formas: poluição do ar, riscos nucleares, atentados à natureza, destruição do patrimônio, entre outras.

Entre todas as datas importantes na vida do artista, 1980, acima de tudo, é uma data marcante em sua profícua carreira. Neste ano a cidade de Viena apresenta a maquete da futura Hundertwasser Haus na esquina das ruas Löwengasse e Kegelgasse. É neste exato momento que o crítico idealista para à ação prática, tornado-se construtor e afirmando a sua vocação de “médico da arquitetura”.

As exposições de maquetes de arquitetura vão, a partir desta data, juntar-se às exposições itinerantes de pintura e de gravura que percorrem o mundo. Em conseqüência direta disto, vários novos projetos sucedem-se, assim como novas e várias campanhas, discursos, discussões e encontros vão alimentar a polêmica permanente em Viena e avivar a hostilidade dos arquitetos racionalistas que são o alvo direto de Hundertwasser. A partir daí sua obra arquitetônica torna-se cada vez mais convincente nos aspectos de eficiência dos resultados e no evidenciar mais nítido da coerência do autor com os seus princípios naturais de preservação.

Somente depois de ter pintado a sua primeira espiral em 1953, Hundertwasser sela a marca da sua visão do mundo, da sua relação com a realidade exterior. Essa relação opera-se por osmose, a partir de níveis de consciência sucessivos e concêntricos em relação ao seu eu profundo. O símbolo pictórico ilustra a metáfora biológica. Para Hundertwasser o homem tem 3 peles: a sua epiderme natural, o seu vestuário e a sua casa. Quando, em 1967 e 1968, o artista profere o seu Discurso Nu para proclamar o direito do homem à sua terceira pele (a livre intervenção sobre a sua casa), ele completa o ritual do ciclo inteiro da espiral. Ele reencontra a sua primeira pele, a da sua verdade original, a sua nudez de homem e de pintor, despindo-se da segunda pele (a sua roupa) para proclamar o seu direito à terceira pele (a sua casa).

Somente mais tarde, após 1972, quando a grande viragem ideológica já tinha passado, a espiral das maiores preocupações de Hundertwasser vai desenvolver-se. A sua consciência de ser humano vai enriquecer-se com novas questões que vão despertar novas respostas e suscitar novos compromissos. Assim aparecerão as novas peles que virão juntar-se ao invólucro concêntrico das 3 primeiras. A quarta pele do homem é o meio social (da família e nação, passando pelas afinidades eletivas da amizade). A quinta pele é a pele planetária ligada diretamente ao destino da biosfera, à qualidade do ar que se respira e ao estado da crosta terrestre que nos protege e nos alimenta. A espiral visionária de Hundertwasser atinge, então, sua máxima amplitude.

A teoria das cinco peles define uma para cada esfera de nosso ser.

A primeira pele é a epiderme. Em cima de manifestos e ações ele questiona a estruturação de seu habitat e o modo em que vivemos nele e aponta o direito a criação, a arte como um gênero de vida, uma nova orientação à matéria. Através da “metáfora do bolor” fica a indicação que “cada habitante deve cultivar o seu próprio bolor doméstico”, dando por fim a tendência tão comum de distanciamento do homem com a natureza em prol de uma falsa assepsia. O que é proposto aqui é um retorno da participação do homem ao ciclo orgânico da matéria, como ser biológico habitante deste planeta.

A segunda pele é o vestuário, a criação e o consumo em série são questionados, na medida em que eles omitem o homem de afirmar a sua singularidade em sua vestimenta, Hundertwasser aponta uma renúncia ao individualismo, um anonimato do vestuário, onde todos são afetados por 3 males: a uniformidade, a simetria e a tirania da moda. Em contraposição ele cria suas próprias roupas, afirmando-as como seu passaporte social, aproveitando-as em sua riqueza de formas e cores e acima de tudo, afirmando o direito à diversidade.

A terceira pele é a casa, segue a espiral de seu pensamento e faz um simbólico chamado: o teu direito de janela – o teu dever de árvore. Em sua visão, homens e mulheres criativos, tem o direito de enfeitar, considerando a subjetividade dos seus gostos, e tão longe quanto seus braços alcancem, as suas janelas ou fachadas exteriores. Ele caminha mais um pouco e une cada vez mais estética e moral. A casa do homem é o tema, e a discussão sobre a uniformidade das criações humanas retorna, a arquitetura racionalista é criticada em prol do fim da linha reta, o retorno ao traço orgânico e individual é afirmado também na arquitetura. Além da reforma de fachadas, cunhando o termo redesign, no qual cada morador tem o direito de enfeitar sua moradia.

Neste sentido, Hundertwasser propõe uma reestruturação da arquitetura, que consiste em singulares projetos, muitos deles efetivamente realizados, de casas com relva no telhado com intuito de purificar a água da chuva, filtrando-a e regenerando o ciclo da vegetação através, também, da utilização do húmos da matéria orgânica produzida pelos moradores da casa. A beleza, para ele, é sempre funcional. O que é proposto é um habitat manifesto, com terraços jardins, varandas bosques e pontos de encontro para promover a interação entre os moradores. Quanto à estética das casas, ele procura sempre a integração com a natureza, janelas irregulares, primazia de cores naturais e nada de linhas retas.

A quarta pele, a que se refere ao meio social, é a pele que comenta a formação da identidade, interessando muito ao artista a questão da identidade nacional. Hundertwasser teve apenas uma consciência tardia da quarta pele, a familiar. Filho único, cujo pai morreu quando era criança, a sua vida de família limita-se a uma relação exclusiva com a mãe, feita de uma ligação visceral e de uma profunda ternura irônica. A quarta pele não para no nível da família, natural ou adquirida. O meio social entende-se ao conjunto dos grupos associativos que gerem a vida de uma coletividade. A nação oferece ainda hoje a trama mas densa do tecido comunitário. O projeto de sociedade estético-naturista tem uma faceta pacifista. A paz na beleza é a expressão soberana da ordem natural, a harmonia universal.

A quinta pele é a ecologia, a preocupação e o cuidado com o meio global. É aqui que a sua consciência eco-naturalista reina, é sobre esta pele que seus projetos arquitetônicos, bastante ousados, são realizados e uma série de outros projetos e campanhas que ele se envolve em prol de um mundo mais harmônico, com mais respeito à natureza. A ecologia é a pedra de toque da sensibilidade de Hundertwasser, o citoplasma sensitivo da sua quinta pele. Hundertwasser é naturalmente “verde” como é naturalmente pintor, austríaco, cosmopolita e pacifista. Desde a sua mais tenra idade manifestou uma hipersensibilidade ao meio ambiente. A natureza é a realização suprema, fonte da harmonia universal. O seu imenso respeito pela natureza suscitou nele o desejo de a proteger contra os atentados do homem e da indústria.

A evolução conduz o homem à sua ruína, declara profeticamente Hundertwasser. Podemos deixar-nos arrastar e constatar que caminhamos para o desastre inevitável, ou podemos esperar pelos amanhãs que surgirão após a catástrofe. Se não queremos ser arrastados nem queremos esperar, existe uma terceira via – a da porta estreita – mais delicada e mais difícil, a da resistência e, na medida do possível, da resistência não violenta. O sistema de destruição global não está isento de erros que devem ser explorados para desacelerar a evolução negativa e criar uma moratória para a humanidade. A ecologia se for verdadeira, pura, naturista e não distorcida pela demagogia diária dos “políticos verdes” é um bom agente retardador.

Não se pode confiar no homem para conter o limiar descontrolado do crescimento. Haverá sempre cientistas e ditadores irresponsáveis. O remédio poderia ser a educação – a sensibilização das pessoas para a beleza através da arte.

Por alguma razão estranha – mas muito característica – o Fernandão desapareceu da Universidade. Cursou e concluiu o primeiro semestre da diplomação, plantou e provocou a minha curiosidade e sumiu. Não apareceu para cursar o segundo semestre e, finalmente, concluir a sua longa jornada de estudante de arquitetura. De certa forma, isto já era esperado. Este meu grande amigo, inquieto com a certeza de tantas coisas por fazer, neste mundo estranho e desigual que temos que mudar, certamente se encontra diante de outras batalhas mais emergentes e abrangentes. Cada novo semestre, quando abro os cadernos de chamada para tomar conhecimento das novas turmas, corro os meus olhos rapidamente do primeiro ao último aluno para ver se encontro seu nome. Mais cedo ou mais tarde é certo que ele retornará, não somente para concluir a sua formação acadêmica mas, principalmente, para me ajudar a dar continuidade à minha.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Ulbra - Atelier 2

Bancas 2010/1

Nos dias 12 e 13 de julho o curso de Arquitetura e Urbanismo da Ulbra estará finalizando as suas atividades acadêmicas do primeiro semestre de 2010 com a apresentação dos trabalhos de conclusão de curso dos seus alunos. As apresentações ocorrerão na sala 338 do prédio 14 nos turnos da tarde e vespertino (das 14h às 18h). Esta atividade é aberta ao público.

12/07
SEGUNDA-FEIRA
14:00h às 18:00h

Componentes da Banca:

Prof. Arq. Carlos Alberto Hübner, Ms. (FauUniRitter)
Prof. Arq. Luiz Gonzaga Binato de Almeida (FauUlbra - Santa Maria)
Prof. Arq. Paulo Ricardo Bregatto, Ms. (FauUlbra - Canoas)

Alunos:

ADRIANA CONSTANTE DA CUNHA
LUCAS SALVADOR
LUCIANA GALVANI VELHO
MYLDRED SCHMITZ
LIVIA BRUNA MARTINS
LUIS FERNANDO ROCKENBACH

13/07
TERÇA-FEIRA
14:00h às 18:00h

Componentes da Banca:

Prof. Arq. Mário dos Santos Ferreira, Dr. (FauPUCRS)
Prof. Arq. Enaldo Nunes Marques, Dr. (FauUlbra - Torres)
Prof. Arq. Paulo Ricardo Bregatto, Ms. (FauUlbra - Canoas)

Alunos:

JULIO CESAR MACHADO RABELO
CARLA BEATRIZ DA COSTA
JULIO CESAR MAGALHAES RODRIGUES
CARLA ROSANE LANNER
KETHY DE OLIVEIRA FIGUEIREDO
LISANDRA GONCALVES FERRAZ

Observações gerais:

- Cada aluno terá 15 minutos para apresentar seu trabalho e os membros da banca mais 15 minutos para as devidas considerações (5 minutos cada um), totalizando 30 minutos para apresentação das propostas. Aos 12 minutos o aluno será informado do tempo e deverá se encaminhar para a finalização da apresentação. Complementações da apresentação poderão ser feitas diante da solicitação da banca.

- Solicitamos que os alunos tenham objetividade e poder de síntese na apresentação dos trabalhos, focando na apresentação daquilo que é pertinente ao projeto (tema, programa, terreno e entorno, composição, zoneamento, linguagem e caráter, materiais e técnicas construtivas), de acordo com o roteiro de apresentação fornecido em aula.

- As apresentações dos trabalhos terão início pontualmente às 14 horas.

- Todos os alunos deverão estar presentes na sala do Atelier 2 (sala 330) antes do horário de início das apresentações (13:30h), portando todos os elementos do trabalho, para o ato de abertura oficial das bancas.

- O aluno que não estiver presente na sala de aula, no dia e horário marcado para sua apresentação, ficará fora da avaliação do projeto final.

- Após as apresentações dos trabalhos os alunos deverão levar suas pranchas e maquetes.

- Junto com a nota final do trabalho o aluno receberá um boletim contendo as considerações emitidas pelos membros da banca.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Josep Maria Subirachs i Sitjar

Membro da Real Academia Catalã de Belas Artes de São Jorge
Membro correspondente da Hispanic Society of América de New York
Cruz de São Jorge da Generalitat da Catalunia
Medalha da Universidade Autônoma de Barcelona
Officier dans I’Ordre dês Arts et des Lettres
Personnalité de I’Année, París, 1987
Membro da Real Academia de Bellas Artes de São Fernando

Em janeiro de 1987, pouco antes de completar sessenta anos, o escultor instala sua residência no próprio templo em construção para começar a trabalhar no seu maior e mais ambicioso projeto artístico: planejar e executar a parte escultórica do átrio da fachada da Paixão da Sagrada Família. Artista independente e com uma forte personalidade, decide viver no templo porque necessita viver onde trabalha. Para ele, o trabalho é a sua própria vida e viver na própria obra facilita ao máximo sua dedicação ao trabalho.

Sua morada tem apenas 37 m2, situada na cobertura dos cortadores de pedra. Subirachs acolheu com entusiasmo a encomenda e a oportunidade de incorporar sua obra escultórica à fachada da Paixão da obra monumental de Gaudí. Nesta obra gigante, o escultor elabora, dia após dia, na intimidade e solidão do seu ateliê, a nova obra que dá continuidade ao seu constante e obsessivo processo criativo.

Admirador do universo renascentista incorpora, na sua maneira de trabalhar, uma postura humanista de análise das coisas do mundo. Sua preferência pelas massas estáticas, com um conteúdo mental denso, delimita a complexa personalidade artística de Subirachs, uma das mais interessantes da arte contemporânea.

Subirachs se autodefine como um artista essencialmente mental, pois não trabalha com a inspiração, mas sim com o estudo e com a reflexão. A obra se inicia ao lançar a idéia sobre o papel. O desenho constitui o ponto de partida do processo de criação da obra escultórica. A partir de traços reguladores esquemáticos o artista sintetiza a concepção inicial do projeto investigando as possíveis soluções formais e compositivas num conjunto de desenhos.

Quando esta série de desenhos expressa o desejo inicial do artista tem início o processo de construção dos modelos, em escala reduzida na terça parte do original, de barro para criar as formas que servirão de referência para as esculturas definitivas. Esta fase ajuda a consolidar a concepção formal das distintas partes que serão inseridas na obra e permite resolver determinados aspectos estruturais. A maleabilidade do barro facilita a construção tridimensional da idéia e o tratamento das formas e das texturas. Com a técnica de modelagem em barro, como fase transitória, o artista prepara o estudo escultórico que, posteriormente, será modelado em gesso.

Em 14 de abril de 1998, Subirachs finalizou o conjunto escultórico em pedra que narra os dois últimos dias de vida de Jesus. Este foi o encargo que recebeu da Junta Construtora do Templo da Sagrada Família e que, mais tarde, foi ampliado com a realização das portas em bronze e os quatro apóstolos que figuram ao pé das quatro torres da fachada do Poente.

Cronologia

1927 – Nasce em Barcelona

1945 – Trabalha de aprendiz no ateliê do escultor Enric Casanovas

1951 – Recebe uma bolsa de estudos do Instituto Francês de Barcelona para estudar em Paris

1954/56 – Reside e trabalha na Bélgica

1957 – Escultura da entrada dos Jardins Mundet de Barcelona. É a primeira obra abstrata numa via pública de Barcelona

1958 – Escultura “Evocació Marinera” no Passeio Juan de Borbón de Barcelona

1959 – Relevo da fachada da Faculdade de Direito de Barcelona

1961 – Inauguração do Santuário da Virgem do Caminho de Leon, onde realiza em bronze a fachada, as portas e toda a escultura do interior. Escultura em Market Center Award de Dallas (EUA)

1962 – Cruz de São Miguel em Montserrat (Barcelona)

1963 – Monumento as vítimas das inundações do Vallés em Rubi (Barcelona). Monumento a Narcís Monturiol na Avenida Diagonal de Barcelona

1967 – Escultura “La mesura de l’espai-temps” na Via Augusta (Barcelona)

1968 – Monumento ao Comércio Internacional em Dallas (EUA). Monumento da XIX Olimpíada no México D.F. (México)

1969 – Monumento “Homenatge a Barcelona” no Parque Montjuïc de Barcelona. Relevo da fachada do novo edifício da Prefeitura de Barcelona. Mural da estação Diagonal do Trem Metropolitano de Barcelona

1972 – Instalação da obra “Al outro lado del muro” no Museu de Escultura ao Ar Livre do Passeio da Castelhana de Madrid.

1973 – Escultura “La huella” em Santa Cruz de Tenerife (Ilhas Canárias)

1975 – Monumento no Hospital de Llobregat (Barcelona)

1976 – Decoração da “Logia” que une o Palácio da Generalitat com a Casa dos Canonges em Barcelona

1977 – Monumento a Ramón Lllull em Montserrat (Barcelona). Capela do Santíssimo em Montserrat (Barcelona)

1979 – Friso da fachada da Estação de Sants de Barcelona

1981 – Relevo no Aeroporto Internacional de Barajas em Madrid, atualmente instalado no aeroporto de Alicante

1982 – Monumento a Generalitat da Catalúnia em Cervera (Lleida)

1983 – Escultura “Homenatge a Kavafis” em Palma de Mallorca (Ilhas Baleares). Monumento das Olimpíadas em Lausana (Suiza). Monumento ao Presidente Macia em Vilanova i la Geltrú (Barcelona)

1984 – Monumento à Pau Casals em Sant Salvador Del Vendrell (Tarragona). Instalação da escultura “Matéria-forma 978” no vestíbulo da Prefeitura de Barcelona. Busto do Presidente Macia no “Pati dels Tarongers” do Palácio da Generalitat de Catalúnia em Barcelona

1985 – O Museu do FC Barcelona adquire a obra “Nova Olímpia”

1986 – Monumento a Salvador Espriu em Santa Coloma de Faerns (Girona). Monumento ao conde Borrell II em Cardona (Barcelona). Busto da pianista Rosa Sabater no Palácio da Música Catalã de Barcelona. Escultura de São Jorge em Montserrat (Barcelona). Monumento aos construtores da Catedral de Girona no Bairro Antigo de Girona. Se incorpora às obras do Templo da Sagrada Família de Barcelona para realizar a Fachada da Paixão.

1987 – Monumento “Els pilars del cel” com motivo das Olimpíadas de Seúl (Coréia do Sul). Coloca a primeira escultura na fachada da Paixão na Sagrada Família de Barcelona

1988 – Realiza um monumento dedicado a Garcia Lorca em Cadaqués (Girona)

1989 – Monumento “A la unió d’Orient i Ocident” com motivo do primeiro aniversário das Olimpíadas de Seúl (Coréia do Sul). Inauguração da escultura “Clio” em Santa Júlia de Lòria (Andorra).

1990 – Busto do Presidente Lluís Companys para o Palácio da Generalitat da Catalunha em Barcelona. Coloca uma escultura no Natyonal Museum of Contemporany Art, Kwachon, Kyungki-do (Coréia do Sul). Monumento “Mil-lenari da Catalunha” em Tarragona.

1991 – Monumento ao Presidente Francesc Macia na Praça da Catalunha de Barcelona.

1992 – Exposição antológica na Casa do Monte em Madrid. Exposição no pavilhão da Generalitat da Catalunha na Exposição Universal de Sevilha

1993 – Friso na Praça Colombo em Madrid. Apresentação em Barcelona e Madrid do livro “La sima de las penúltimas inocencias”, de Camilo José Cela, com desenhos de Subirachs

1994 – Exposição sobre a obra da Fachada da Paixão na Pia Almoina em Barcelona.

1995 – Instalação de um relevo no Aeroporto de Alicante. Instalação da primeira porta de bronze do conjunto da Fachada da Paixão da Sagrada Família de Barcelona.

1997 – Coloca a segunda porta de bronze, a de Herodes a Pilatos, no conjunto da Fachada da Paixão da Sagrada Família de Barcelona. Exposição antológica em La Tour Fromage da Região Autônoma do Vale de Aosta (Itália)

1998 – Em 14 de abril coloca o último grupo escultórico, de Pilatos, na Fachada da paixão da Sagrada Família de Barcelona.

Frases

“Quizá sea en el arte de la escultura en el que vemos com más claridad que la forma es el resultado final de la unión de la Idea y la matéria; y que esta unión debe ser forzosamente hecha con amor. El artista no lutcha con la matéria, dialoga con ella.”

“El bloque, después de trabajarlo, se debe hacer notar, se tiene que hacer presente y la estructura de la obra tiene que cerrarse evitando dispersiones accidentales que la debilitarían conceptual y fisicamente.”

“La escultura es el arte de lãs três dimensiones, el arte del volumen y, por tanto, la escultura es esta broza divina que ocupa um lugar especial. Es, por tanto, um hueco, um agujero en el espacio.”

“El arte es lo que verdaderamente se opone a lamuerte, y no me refiro a la hipotética inmortalidad Del artista, sino que pienso en el carácter intemporal de la obra en su valor metafísico. Valor y virtud de los que se beneficia el hombre en general: el artista, pero también el hombre-espectador, admirador, usuário, enamorado del hecho artístico de sentirse observado, protegido de la muerte, de la nada.”

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Projeto de Produto Industrial 2

Especialização FauPucRS

Foi prorrogado o prazo para as inscrições para o curso de Especialização em Projeto de Produto Industrial, promovido pela faculdade de Arquitetura e Urbanismo da PucRS. As insrcições vão até o dia 14 de julho, sendo que as matrículas ocorrerão nos dias 18 e 19 de julho. O início das aulas está marcado para o dia 09 de agosto.

Especialização em Projeto de Produto Industrial

Inscrições: até 14 de julho
Matrículas: 18 e 19 de julho
Início das aulas: 09 de agosto de 2010

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Trabalho Escolar

Na semana que passou recebi, por telefone, o convite de uma aluna de um curso de arquitetura e urbanismo de Porto Alegre para responder algumas perguntas, cujas respostas fariam parte de um trabalho escolar. Pelas perguntas, imagino que se trate de um trabalho escolar de início de curso.

Fui lendo as perguntas e fui me sentindo provocado e ter uma opinião sobre cada uma delas. Então, me dei conta do quanto algumas certezas da época de estudante e de recém formado foram se desconstruindo ao longo do caminho, da mesma forma com que outras questões e convicções foram se solidificando. De qualquer forma, penso que as coisas são assim mesmo: vão mudando ao longo do tempo, das reflexões e do amadurecimento de cada um.

Respondi as perguntas e enviei para a aluna com a ressalva de que ela não considerasse as respostas como absolutas pois, como sabemos bem, a arquitetura não é o exercício das verdades absolutas.

Na sequência divido com vocês as perguntas e respostas!!

1) O quê é arquitetura pra você?

A arquitetura é, também, uma filosofia de vida, pois tratando da espécie humana, dos seus espaços e do mundo que os cerca, deixa pouca coisa sem a intervenção direta e sem a influência necessária do arquiteto. A arquitetura está nas próprias origens da humanidade, sendo o produto imediato do instinto humano. A arquitetura é, portanto, ciência e ofício. Ciência, na exata medida em que nos permite, a partir da pesquisa aplicada, conhecer e investigar as necessidades e demandas reais da sociedade e do mercado em que estamos inseridos. E é ofício, pois, a partir dele, participamos ativamente da vida das pessoas, seja na pequena escala habitacional da célula da família ou na escala das grandes edificações e intervenções urbanas.

2) O quê é Urbanismo?

Academicamente falando, é a ciência que estuda os fenômenos relacionados às cidades, tanto de análise, controle e gestão, quanto de planejamento estratégico e projeto. Mas não faço esta distinção no exercício profissional. Penso que quando estamos envolvido com um projeto, no caso de uma edificação, não podemos deixar de lado a noção de paisagem, a noção de sistema integrado. Da mesma forma, não devemos nos descuidar dos edifícios quando estamos formulando soluções de maior escala no âmbito da cidade.

3) O quê é cidade?

É o palco dos acontecimentos da vida das pessoas e, portanto, a razão de ser da nossa existência e viabilidade profissional. Por esta razão, entre outras tantas, somos uma profissão tão, e cada vez mais, viável e fundamental nos dias de hoje, principalmente quando reconhecemos tantas coisas por fazer neste mundo desigual que temos que mudar e que depende muito das nossas atitudes e da nossa luta conjunta.

4) Qual é a função social do arquiteto?

A meu ver, nosso principal compromisso social é nos engajarmos na luta pelo resgate da ética profissional e da ética humana. O mundo atual, perturbado por criações humanas, requer mudanças urgentes. A capacidade humana de criar o artificial parece ter transcendido a nossa habilidade de coexistir com a natureza. A crise energética internacional e o desequilíbrio mundial do meio ambiente assumem patamares preocupantes, exigindo dos novos arquitetos e urbanistas atitudes inovadoras e sustentáveis.

Além disto, temos que ouvir o chamado da natureza clamando pela consciência criativa e pela capacidade de consertar os problemas que estamos presenciando, nos dando conta, cada vez mais, sobre o quanto as nossas criações afetarão o presente e o futuro. Temos que ter em mente que nosso potencial criativo, daqui para frente, tem que andar de braços dados com a nossa capacidade ética e moral de criar. Muito mais do que ficarmos orgulhosos diante da excepcionalidade das nossas grandes e singulares obras monumentais, temos que estar atentos ao quanto cada uma destas novas criações, além de estancar o processo de degradação do meio-ambiente, ajudará a corrigir outras ações irresponsáveis e menos felizes.

5) Qual é o futuro do arquiteto? Da profissão?

Vejo com muito otimismo o futuro da nossa profissão. Sinto que, diante das questões anteriormente apontadas, somos cada vez mais viáveis e necessários diante de tantas demandas reais e oportunidades de trabalho nos aguardando.

Criar com responsabilidade, senso ético, dignidade, humildade e generosidade requer esforços intelectuais incansáveis. É preciso muito otimismo, caráter e lisura ética e moral para suplantar o pessimismo oportunista disseminado por aqueles que, não sabendo lidar com a complexidade, se deixam levar pelas soluções perigosamente superficiais.

Para tal, o fortalecimento ético da nossa categoria passa, também pelo nosso necessário trabalho na política profissional, revisando e divulgando os princípios da moral e da ética, tantas vezes, deixados de lado na concorrência imposta pela urgência superficial das decisões. A ética está relacionada à opção, ao desejo de realizar a vida, mantendo com os outros relações justas e aceitáveis e está fundamentada nas idéias de bem e virtude, enquanto valores perseguidos por todo ser humano e cujo alcance se traduz numa existência plena e feliz.

6) O quê você pretendia fazer quando se formou? Você fez? Decepções e realizações ao longo desse período?

Fiz e estou fazendo todas as coisas que me fizeram e me fazem feliz profissional e pessoalmente. Desde a minha formatura, sempre idealizei trabalhar com projeto e obra. A dinâmica do canteiro de obras sempre me seduziu. Seus problemas e suas grandes soluções. A possibilidade singular de acompanhar e participar ativamente da construção dos sonhos das outras pessoas. E penso que foram estas decisões de sempre ver a arquitetura como projeto e obra que me levaram, posteriormente, ao trabalho docente nas universidades (UniRitter, PucRS e Ulbra).

7) O que é CREA? O que você pensa sobre?

O Crea é conselho regional que regulamenta, fiscaliza e organiza as atribuições das profissões que ele representa. Penso que seja necessário a existência de um fórum de regulamentação da profissão. Apenas penso, também, que um conselho específico de arquitetura, certamente, nos permitirá maior representatividade e fortalecimento da identidade específica do nosso ofício.

8) O que é IAB? Você participa? Ou acha bobagem?

O IAB é o instituto que representa os arquitetos e estudantes de arquitetura perante a sociedade no que se refere as questões específicas da arquitetura. Desde a época em que eu era estudante, nos anos 80, participei ativamente do IAB. Já fiz parte da diretoria durante várias gestões. Hoje ocupo o cargo de Conselheiro Fiscal e Promotor Cultural do IAB.

O IAB é uma entidade sem fins lucrativos que representa os arquitetos de todo o Brasil e que participa politicamente em diversas instâncias de representação, entre elas do CREA do Rio Grande do Sul, através dos conselheiros do CREA, do IAB-DN - Departamento Nacional, através dos conselheiros eleitos por estado e em diversos outros órgãos e entidades.

Podem associar-se ao IAB os profissionais arquitetos (sócios efetivos) e estudantes de arquitetura (sócios aspirantes) através da inscrição e do pagamento da anuidade. É mantido basicamente através do pagamento das anuidades dos seus associados e através de repasses feitos pelo CREA-RS referente à porcentagem da taxa das ARTs destinada as entidades representativas. Sua diretoria no Rio Grande do Sul é eleita a cada 2 anos e são regidas pelo Estatuto do IAB-RS.


Em cada estado, o IAB é estruturado através dos Núcleos, podendo assim estar mais próximo do profissional arquiteto nas suas cidades, participando ativamente das discussões e assuntos relacionados com as diversas regiões do estado. Esses Núcleos são formados por arquitetos das próprias cidades.

9) Sabe a existência do CAU? O que acha? Acha que vai mudar?

Sim. Tenho acompanhado muito de perto as discussões sobre a formação de um conselho próprio para a nossa profissão. Penso que é necessário e irreversível o processo de constituição do CAU, para que tenhamos um conselho específico, capaz de gestionar as questões inerentes ao ofício. A forma como ele funcionará, dependerá sempre da participação ativa de todos nós, estudantes e arquitetos, unidos em torno de um propósito comum, capaz de fortalecer os aspectos gerais da profissão.

10) Quais as coisas boas e ruins profissionais vivenciadas desde a formatura?

Tenho uma visão muito positiva da profissão. De um modo geral, a arquitetura tem me proporcionado momentos e oportunidades pessoais e profissionais muito boas. Se eu tivesse que escolher hoje uma profissão, escolheria a arquitetura.

11) Você vai nas obras? Ou acha que isso é para a Engenharia?

Sim. Para mim, a arquitetura se consolida a partir da existência real daquilo que pensamos. Reconheço que a existência virtual das idéias, também, deve ser elevada ao patamar da arquitetura, mas me realizo mesmo diante do acompanhamento das obras que projeto e do prazer imensurável de ver a vida acontecendo dentro de cada um destes espaços. Obra é coisa de arquiteto.

12) Que conselho você daria para um estudante de arquitetura?

Estudar e pesquisar muito. E sempre!! Desenhar muito para apreender as particularidades do mundo que nos cerca. Propor, ter idéias, mas acima de tudo muita coragem, pois a coragem nos dá a base sólida para sabermos superar todas as dificuldades que virão. Coragem para agüentar e durar, coragem para viver, coragem para suportar, para combater, para enfrentar, para resistir, coragem para perseverar. A coragem não se refere apenas ao futuro, ao medo ou à ameaça. Refere-se, também, ao presente, e sempre está ligada à vontade, muito mais do que à esperança. Afinal, só esperamos o que não depende de nós, só queremos o que depende de nós. É por isto que a esperança, ao meu ver, só é uma virtude para aqueles que aguardam imóveis a chegada de tudo, ao passo que a coragem é uma virtude para qualquer um. A coragem não é um saber, mas uma decisão. Não é uma opinião, mas uma atitude.

13) Qual o papel de arquiteto na sociedade?

Penso que esta pergunta já foi, em parte, respondida na questão número 4.

14) Qual faculdade se formou? Quanto tempo de arquitetura você já tem?

Me formei na Ulbra em 1988, portanto, neste ano completo 22 anos de ofício diário e prazeroso!!

sábado, 8 de maio de 2010

Projeto de Produto Industrial

Especialização FauPucRS

Estão abertas as inscrições para o curso de especialização em Projeto de Produto Industrial, na FauPucRS.

Entre 1985 e 1998, a PUCRS investiu e consolidou a imagem de referência institucional no design industrial, ferramenta importante para o desenvolvimento tecnológico, industrial e econômico, no cenário de globalidade.

Como ação principal no campo do design, a PUCRS manteve em funcionamento, desde agosto de 1985, o Curso de Pós-Graduação em Design Industrial / Especialização em Projeto de Produtos, decisão fundamentada em solicitação expressa do Sistema FIERGS, com apoio financeiro e institucional CNPq/CAPES, ao longo das seis primeiras edições do Curso (1985-1991), através de concessão de bolsas aos alunos selecionados para o curso e indicados pela coordenação.

Para sedimentar a imagem construída e voltar a ocupar o nicho conquistado na década passada, buscando retomar a excelência em campos específicos, a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da PUCRS oferece uma versão atualizada para o novo Curso de Pós-Graduação em Design / Especialização em Projeto de Produto Industrial, hoje com suporte significativo ao empreendedorismo, orientado para a prática da inovação, através do design.

Design é um meio de transformar idéias em negócios. É um agente de materialização de tecnologia, viabilizando industrialmente uma inovação. É a função design que agrega valor a um produto, através da transformação, de forma equilibrada e racional, de recursos naturais em bens que atendam necessidades humanas, com qualidade.

Objetivos: Especializar o aluno para atuação na busca de novas soluções de produtos em segmentos da indústria de transformação, seja individualmente, seja em equipes de conceituação e/ou desenvolvimento de produtos seriados.

Início do Curso: 04 de junho de 2010

Períodos e Carga Horária: Sextas-Feiras: 17h30min às 19h10min - 19h30min às 20h50min - 21h10min às 22h45min e Sábados: 08h às 12h

Público-alvo: O Curso se destina a profissionais graduados, envolvidos com concepção e desenvolvimento de produtos, em especial designers, arquitetos e engenheiros.

Inscrições: 01 de março a 14 de maio de 2010
Vagas: Turma de 25 alunos
Matrículas: 17 a 29 de maio de 2010

Corpo Docente:

- Berenice Dedavid, Dr. (PUCRS)
- Carlos Crespo Isquierdo, Ms. (PUCRS)
- Edir dos Santos Alves, Dr. (PUCRS)
- Gabriela Cardozo Ferreira, Dr. (PUCRS)
- Marcelo Martel, Dr. (PUCRS)
- Marcio Rosa D´Avila, Dr. (PUCRS)
- Mario dos Santos Ferreira, Dr. (PUCRS)
- Marli Elizabeth Ritter dos Santos, Dr. (PUCRS)
- Paulo Ricardo Bregatto, Me. (PUCRS)
- Paulo de Tarso da Silveira Muller, Me. (PUCRS)
- Raquel Lima, Dr. (PUCRS)
- Tomás Edison de Oliveira Lima, Dr. (PUCRS)

sábado, 1 de maio de 2010

Parallel Nippon

Arquitetura Contemporânea Japonesa 1996 - 2006

O Escritório Consular do Japão em Porto Alegre e a Fundação Japão, com o apoio da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da PUCRS, apresentam a Exposição: "Parallel Nippon - Arquitetura Contemporânea Japonesa 1996 - 2006".

A Mostra é composta por mais de cem painéis fotográficos, representando quatro seções temáticas: Ciclo Urbano, Ciclo da Vida, Ciclo da Cultura e Ciclo da Habitação. A exposição também conta com 12 maquetes e vídeo.

Abertura: dia 29 de abril de 2010 (quinta-feira, às 19h)
Visitação: de 30 de abril a 18 de maio de 2010
Horário: das 9h às 21h
Local: Átrio da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da PUCRS (Av. Ipiranga, 6681 – Prédio 9 - Entrada Franca)
Informações: (51) 3334-1299

quarta-feira, 31 de março de 2010

Expressão Gráfica

Especialização FauPucRS

Estão abertas as incrições para a 8ª edição do Curso de Especialização em Expressão Gráfica na PucRS. O Curso pretende aprofundar o estudo da Expressão Gráfica como ciência, relacionando-a com outros campos do conhecimento e expandindo suas vinculações com as áreas das artes plásticas, da filosofia, da educação, da arquitetura e engenharia, da psicanálise, da publicidade, entre tantas.

Destinando ênfase especial à afirmação e utilização da Expressão Gráfica como estimuladora da criatividade, o Curso ambiciona a valorização da área como expressão e representação do mundo físico da sociedade e do homem, a partir da especialização de agentes propagadores e do estímulo ao desenvolvimento de pesquisadores.

Público alvo:

Arquitetos, Publicitários, Designers, Psicólogos, Jornalistas, Matemáticos, Filósofos, Engenheiros, Médicos, Artistas e Professores com curso superior.

Matrículas: 06/04 a 09/04/2010

Início do curso: 13/04/2010

Dias e Horários: Encontros semanais, às terças-feiras e quartas-feiras, das 18h45min às 22h30min. Carga Horária: 360 horas/aula.

Corpo Docente:

Prof. Alexandre Dias Ramos
Mestre em Sociologia da Arte pela Faculdade de Educação da USP.Especialista em Arte-Educação/NACE-USP e Museologia/MAC-USP. Editor e diretor da Editora Zouk.

Prof. Antenor Balbinot
Mestre em Engenharia-Energia, Amb. e Mat. /ULBRAEspecialista em Lógica e Metodologia Científica / UNISINOS. Professor titular da PUCRS, ex-professor da UNISINOS e da ULBRA.

Prof.ª Barbara Elisabeth Neubarth
Doutora e Mestre em Arquitetura /UFRGS,Especialista em Especialização Em Expressão Gráfica/FAUPCRS Professora do Depto. de Expressão Gráfica da FAUPUCRS.

Prof.ª Beatriz Regina Dorfman
Doutora em Teoria, História e Crítica da Arquitetura, especialista em Expressão Gráfica e artista plástica. Professora da FAUPUCRS e da FAMECOS/PUCRS. Professora do Curso de Especialização em Dança da PUCRS.

Carlos Henrique Iotti
Jornalista formado pela UFRGS, chargista e desenhista de histórias em quadrinhos. Atuou nos estúdios de Santiago, Edgar Vasques e Joaquim Fonseca. Criador do personagem Radicci.

Prof.ª Deli Garcia Ollé Barreto
Especialista em Formação de Pesquisadores / PUCRS.Professora titular da PUCRS, professora da UFRGS e ex-professora da UNISINOS.

Profª. Lígia Maria Sampaio de Medeiros
Pós-Doutora/Department of Design and Innovation da Open University, Inglaterra.Doutora em Engenharia/UFRJ. Mestre em Arts in Design Education University of London, Inglaterra. Mestre em Engenharia de Produção/UFSM, Brasil. Professora da UNIRITTER e ex-professora da UFSM/RS.

Prof. Manoel Ricardo de Lima Neto
Doutor pela Universidade Federal de Santa Catarina. Mestre em Letras pela Universidade Federal do Ceará. Professor de Literatura Portuguesa, da Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC.

Prof. Marcos Pereira Diligenti
Doutor em Educação/UFRGS, Mestre em Educação/UFRGS.Professor do Depto. de Expressão Gráfica da FAUPUCRS.

Prof. Marcos Villela Pereira
Doutor em Educação/PUCSP. Especialista em Educação/UFPEL. Professor do Curso de Graduação e do Programa de Pós-Graduação em Educação da FACEDPUCRS.

Profª. Maria Alice Medeiros Dias
Mestre em Educação/PUCRS. Especialista em Expressão Gráfica/PUCRS. Especialista em Ensino e Pesquisa na Arquitetura/Ritter dos Reis. Professora do Depto. de Expressão Gráfica e do Depto. de Projeto da FAUPUCRS.

Prof. Paulo de Tarso da Silveira Müller
Mestre em Comunicação Social PUCRS, Especialista em Design PUCRS. Professor e Coordenador do Depto. de Expressão Gráfica da FAUPUCRS.

Prof. Paulo Horn Regal
Doutorando em Comunicação Social/PUCRS, Mestre em Comunicação Social/PUCRS, Diretor e Professor da FAUPUCRS.

Prof. Paulo Ricardo Bregatto
Mestre em Arquitetura/UFRGS. Especialista em Planejamento Urbano e Habitacional /ULBRA. Professor do Depto. de Projetos da FAUPUCRS. Prof. da Fau Ulbra e da Fau UniRitter.

Profª. Raquel Rodrigues Lima
Doutora em História/PUCRS. Mestre em Arquitetura/UFRGS. Professora e Coordenadora do Depto. de Teoria e História da FAUPUCRS.

Profª. Underléa Miotto Bruscato
Doutora em Arquitetura / Universidad Politecnica de Cataluna, UPCATALUNA, Espanha. Especialista em Gestão da Qualidade / UNISINOS. Professora da UNISINOS.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Minhas férias!!

Li neste final de semana que passou, num dos jornais locais, uma matéria que falava sobre o resgate da prática escolar, na primeira semana de aula, de escrever redações sobre as férias. Então, lembrei das várias vezes que tive que fazer isto e resolvi, novamente, relembrar alguns bons acontecimentos das nossas férias de verão!!
Chegamos na semana passada das férias!! Foram 20 dias de sol e mar (e alguma chuva, também, como sempre). Menos do que eu tinha planejado no início, mas com o tamanho certo, pois eu já estava tendo dificuldades, até mesmo, para calçar um tênis, pois passei todos estes dias com chinelos de dedos, na primeira semana e, nos demais dias, com os pés descalços. Como é bom este sentimento primitivo de vida em contato com a natureza. Mesmo sendo um adepto de carteirinha das ofertas da vida urbana, devo confessar que já estou sentindo muita falta daquelas longas caminhadas pela beira da praia e pelos morros de Garopaba.

Os primeiros 10 dias foram simplesmente fantásticos! Sol, céu azul, sem vento, muito calor, mar morninho e transparente. Sem, até mesmo, aquela boa e refrescante chuvinha diária dos finais de tarde, tão característica de lá. Cada dia que abríamos a janela, pela manhã, e víamos aquele sol lindo, organizávamos as coisas, bem rapidinho, e corríamos para a praia. Alguns dias chegamos a comentar divertidamente: que saco, mais um dia de sol!! Hehehehe!!

Já os demais dias foram bastante nublados e chuvosos. Abria um sol no início da manhã, chovia forte no final da manhã, nublava novamente durante a tarde, chovia durante a noite!! Bom para os passeios que conseguimos fazer, sem aquele sentimento de culpa por perder um belo dia de praia. Ainda assim, de vez em quando, quando um solzinho aparecia, era aquela correria para a beira da praia. Mesmo nos dias nublados, sem chuvas, a praia se manteve cheia, pois a água por uns dias ainda permaneceu morninha!! Depois gelou e eu quase não entrei mais no mar!!

Nossa rotina diária era mais ou menos esta: acordar lá pelas 9h, atravessar a rua e ir na padaria (empório do pão, antigo pico do pão!!) tomar o café da manhã, depois pegar as tralhas (uma sacola de praia sempre ficava de prontidão, ao lado da porta, com os protetores solares, óculos, cangas, brinquedos, muitos livrinhos e mais brinquedos). Cadeiras e guarda-sóis eram sempre emprestados pelo quiosque Verde Mar. Nossa pousada fica bem pertinho da praia e, então, caminhávamos até o mar. Nada como um bom expediente de beira de praia: banhos de mar, caipirinhas, banhos de sol, mais caipirinhas, muitas leituras, outras caipirinhas, caminhadinhas curtas, petiscos na beira da praia, mais caipirinhas. Se eu ficasse mais uma semana na praia voltaria direto para os alcoólicos anônimos.

Geralmente o almoço era na praia mesmo, comendo algumas coisinhas para ir tapeando a fome. Quando a pele não aguentava mais o calor do sol, íamos para casa, lá pelas 16h ou 17h!! Uma dormidinha básica para curar a ressaca do mar e do sol e lá pelo finalzinho da tarde uma bela caminhada pela beira da praia ou pelos morros. Voltávamos para casa, tomávamos banho, e saíamos para jantar e passear a pé pelo centrinho!! Imperdível a qualidade e diversidade do acervo da Livraria Navegar que, neste verão, ampliou suas instalações ocupando outra loja ao lado da existente. Comprei ótimos livros de arquitetura e design, difíceis até mesmo de encontrar nas boas livrarias de Porto Alegre. No final da noite nosso cafezinho no Doce Suspiro era uma parada certa nos dias que ficamos por lá!! Voltávamos para casa somente quando os pés já não aguentavam mais (ou como diz o Pedrinho, com os pés rachando!!)!!

Nos dias de chuva a leitura e os joguinhos do Pedro eram sempre as maiores diversões. Sem falar, é claro, nas escapadinhas para comprar os maravilhosos milfolhas, produzidos na confeitaria local Karamelu´s. Ou os passeios de carro por outras praias. Como sempre fazemos, um dia fomos de ônibus, na maior bagunça e curtição, até Florianópolis para passear pelo centrinho histórico e comer o bolinho de bacalhau e o pastel de camarão, imperdíveis, do Box 32 no mercado público!!

Garopaba não é mais a mesma... Sim, até aí nenhuma novidade, pois nenhuma cidade é mais a mesma, a cada novo ano!! Mas me preocupa muito a forma desordenada com que os novos empreendimentos vão sendo implantados, tanto na malha da cidade, quanto nos morros, densificando e super povoando cada vez mais esta bela cidade que, pouco a pouco, vai perdendo suas características naturais. Sem falar, é claro, na infraestrutura (energia, água e esgoto) que, urgentemente, carece de revisão e atualizações.

Daqui para frente, mais um longo ano para lembrarmos e dividirmos com os amigos as nossas melhores lembranças dos alegres momentos que passamos lá. E o melhor de tudo: urgentemente iniciar o planejamento das próximas férias!!

Obs: O carinha da foto acima é o meu filho Pedro, com 6 aninhos de idade e já curtindo o surf num final de tarde em Garopaba.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Formatura da Ulbra

Queridos colegas e amigos,

Acabo de chegar em casa, ainda envolto de muita emoção e alegria, após aquela solenidade maravilhosa da formatura de vocês!! Olhando a alegria estampada nos rostos de cada um, senti o quanto esta vida é repleta de felicidade e emoções quando nos propomos construir e atingir desafios desta grandeza e tão importantes nas nossas vidas. A grande maioria de vocês foram meus alunos ainda na primeira metada do curso e vê-los na reta final da graduação, mais centrados e mais maduros, me fez sentir, mais uma vez, o quanto é gratificante investir na formação e na educação, únicas forças capazes de transformar definitivamente a alma humana.

Vim na estrada, no caminho para casa, relembrando da nossa jornada ao longo deste "longo" ano que passou. Muitos foram os desafios que tivemos que enfrentar juntos. Desafios que foram além da complexidade de cada projeto em desenvolvimento e que nos exigiram total integridade ética e moral e muito espírito de grupo.

Vencemos juntos!
Superamos todos os desafios!!

Tenho a certeza de que isto nos fortaleceu e nos uniu cada vez mais!!! Vocês sempre estarão no meu coração! Continuem sempre contando comigo para o que der e vier (inclusive, e principalmente, para aqueles maravilhosos churrascos na casa da Fernanda, tomando todo o refrigerante da Anna)!!!

Agradeço de coração os vários convites para participação nas diversas festas de comemoração, nesta quente e linda noite de lua cheia. Como lhes disse anteriormente, meu carro já está com o porta-malas lotado e minha família me aguardava ansiosa para nossas tão esperadas férias!! Enquanto vocês estiverem nas merecidas festas de formatura eu estarei com vocês na lembrança, na estrada em direção ao litoral!! Quando vocês acordarem amanhã pela manhã (ou tarde!!), eu já estarei sentado na beira da praia, sob o meu discreto guarda-sol branco com o distintivo do Internacional, com meus fiéis livros compaheiros e com aquela revigorante caipirinha, brindando a alegria e o sucesso de cada um de vocês!!

Mais uma vez, muito obrigado pela homenagem que vocês me prestaram. Guardarei no coração cada momento que passamos juntos!!

Muito sucesso!!
Beijo do Dindo!!

Discurso de formatura - 30 de janeiro de 2010
Curso de Arquitetura e Urbanismo - Ulbra

Componentes da mesa já citados.
Familiares e amigos aqui presentes nesta noite de muitas festas.
Meus queridos colegas arquitetos e urbanistas:

A alegria e a emoção tomaram conta do meu coração tão logo recebi o convite para ser o paraninfo desta turma de jovens profissionais da arquitetura e do urbanismo, nesta grande honraria e distinção acadêmica de proferir algumas palavras de despedida, neste momento especial em que vocês trocam a árdua e longa vida universitária pelos encargos eternos da vida profissional.

Minha alegria, neste momento, é dupla. Primeiro, pelo carinho que tenho por esta turma, onde tive o privilégio de fazer bons amigos, desde o tempo, já distante, em que foram meus alunos, ainda, na primeira metade do curso e, segundo, pelo momento simbólico de superação em que os novos rumos desta tradicional e prestigiosa Universidade agora se alinham com os rumos já traçados pela nossa escola de arquitetura e urbanismo - uma das pioneiras no estado - propondo para si novos e íntegros desafios e, conseqüentemente, o resgate das suas honrosas e históricas qualidades acadêmicas.

Sei que o convite para fazer uso desta tribuna foi originado por aqueles sentimentos mútuos de simpatia, companheirismo, respeito e amizade, sempre tão presentes durante os anos que convivemos juntos nos ateliers que cursamos, onde sempre movidos pelo sentimento de curiosidade sobre o mundo a nossa volta, buscávamos entender melhor, pela ótica do nosso ofício, o comportamento humano diante dos mais diversos espaços, assim como, buscávamos, também, participar sempre ativos da definição dos novos rumos para o ensino de arquitetura e o fortalecimento dos princípios da ética para o desenvolvimento da nossa profissão.

Além disto, enfrentamos juntos, ao longo deste ano que passou, as mais dolorosas dificuldades e barreiras éticas e morais vividas por nossa querida Universidade. Nossas integridades individuais e o nosso destacado espírito de grupo, nos fizeram sobreviver a todas estas crises. Senti-me revigorado e orgulhoso ao ver a garra e a energia de cada um, não somente no trato das dificuldades e questões específicas dos seus complexos trabalhos, mas, principalmente, lutando para resgatar o espaço universitário digno, aliados às propostas transparentes do novo comando desta casa.Sobrevivemos de cabeça erguida!É assim que tem que ser, diante de todos os desafios que estão por vir!!


Deste lugar que vocês se encontram e que sentaram ainda aspirantes, ao término desta cerimônia, se erguerão arquitetos e urbanistas e serão, portanto, os mais dignos herdeiros das valiosas qualidades e honrosas tradições do nosso ofício e, também, da grande tarefa de fortalecer, com o fruto do vosso trabalho, a cultura arquitetônica local e nacional com ações colaborativas, de maneira ética e honesta, sempre tendo em vista as necessidades da sociedade em que vivemos.

A arquitetura, sempre lhes disse isto, é, também, uma filosofia de vida, pois tratando da espécie humana, dos seus espaços e do mundo que os cerca, deixa pouca coisa sem a intervenção direta e sem a influência necessária do arquiteto. A arquitetura está nas próprias origens da humanidade, sendo o produto imediato do instinto humano. A arquitetura é, portanto, ciência e ofício. Ciência, na exata medida em que nos permite, a partir da pesquisa aplicada, conhecer e investigar as necessidades e demandas reais da sociedade e do mercado em que estamos inseridos. E é ofício, pois, a partir dele, participamos ativamente da vida das pessoas, seja na pequena escala habitacional da célula da família ou na escala das grandes edificações e intervenções urbanas.

Por esta razão, meus arquitetos, entre outras tantas, somos uma profissão tão, e cada vez mais, viável e fundamental nos dias de hoje, principalmente quando reconhecemos tantas coisas por fazer neste mundo desigual que temos que mudar e que depende muito das nossas atitudes e da nossa luta conjunta.

O mundo atual, perturbado por criações humanas, requer mudanças urgentes. A capacidade humana de criar o artificial parece ter transcendido a nossa habilidade de coexistir com a natureza. A crise energética internacional e o desequilíbrio mundial do meio ambiente assumem patamares preocupantes, exigindo dos novos arquitetos e urbanistas atitudes inovadoras e sustentáveis. O mercado de trabalho, com suas inumeráveis oportunidades, mas, também, com suas perigosas armadilhas, carece urgentemente de nova formatação, assim como, outras tantas oportunidades de trabalho, ainda adormecidas aguardando por nós, necessitam ser lapidadas com afinco, inovação e empreendedorismo.

Além disto, temos que ouvir o chamado da natureza clamando pela consciência criativa e pela capacidade de consertar os problemas que estamos presenciando, nos dando conta, cada vez mais, sobre o quanto as nossas criações afetarão o presente e o futuro. Temos que ter em mente que nosso potencial criativo, daqui para frente, tem que andar de braços dados com a nossa capacidade ética e moral de criar. Muito mais do que ficarmos orgulhosos diante da excepcionalidade das nossas grandes e singulares obras monumentais, temos que estar atentos ao quanto cada uma destas novas criações, além de estancar o processo de degradação do meio-ambiente, ajudará a corrigir outras ações irresponsáveis e menos felizes.

Criar com responsabilidade, senso ético, dignidade, humildade e generosidade requer esforços intelectuais incansáveis. É preciso muito otimismo, caráter e lisura ética e moral para suplantar o pessimismo oportunista disseminado por aqueles que, não sabendo lidar com a complexidade, se deixam levar pelas soluções perigosamente superficiais.

Por estas razões, entre outras, somos tão necessários diante de tantas demandas reais e oportunidades de trabalho nos aguardando a partir desta próxima segunda-feira.

Para tal, o fortalecimento ético da nossa categoria passa, também pelo vosso necessário trabalho na política profissional, revisando e divulgando os princípios da moral e da ética, tantas vezes, deixados de lado na concorrência imposta pela urgência superficial das decisões. A ética está relacionada à opção, ao desejo de realizar a vida, mantendo com os outros relações justas e aceitáveis e está fundamentada nas idéias de bem e virtude, enquanto valores perseguidos por todo ser humano e cujo alcance se traduz numa existência plena e feliz.

Meus arquitetos, neste momento em que vocês estão prestes a sair da nossa escola para enfrentar a vida profissional, desejo-lhes muito sucesso, mas acima de tudo muita coragem, pois a coragem nos dá a base sólida para sabermos superar todas as dificuldades que virão.

E elas virão...

Desejo-lhes, portanto, coragem para agüentar e durar, coragem para viver, coragem para suportar, para combater, para enfrentar, para resistir, coragem para perseverar. A coragem não se refere apenas ao futuro, ao medo ou à ameaça. Refere-se, também, ao presente, e sempre está ligada à vontade, muito mais do que à esperança. Afinal, só esperamos o que não depende de nós, só queremos o que depende de nós. É por isto que a esperança, ao meu ver, só é uma virtude para aqueles que aguardam imóveis a chegada de tudo, ao passo que a coragem é uma virtude para qualquer um.

A coragem não é um saber, mas uma decisão.
Não é uma opinião, mas uma atitude.

Mais uma vez muito obrigado por este convite!!! Tomarei, para sempre, esta honrosa distinção como um grande incentivo para o meu trabalho diário dentro do atelier. Para mim, foi um grande privilégio e uma honra imensurável caminhar com vocês até aqui!!

Que esta saudade, que a partir de agora começa a povoar os nossos corações, lhes tragam sempre a doce lembrança dos momentos felizes em que estivemos juntos e lhes tragam, também, a certeza de que esta escola sempre será de vocês e sempre estará com suas portas abertas para recebê-los com suas grandes vitórias, alegrias e novas dúvidas.

Muito sucesso nesta próxima jornada!
Daqui para frente, força e honra!

Muito obrigado!!