terça-feira, 18 de outubro de 2016

Croquis Urbanos 5

Desenho de Observação

Já estamos indo para o quinto encontro do grupo Croquis Urbanos. Que beleza!! Estão todos convidados: desenhistas iniciantes, amadores, estudantes e profissionais. Nosso próximo encontro será na Vila Flores (Entrada pelo portão da Rua São Carlos – Porto Alegre), a partir das 14h. Levem seus materiais para desenho, convidem seus amigos e vamos aprender uns com os outros!



Croquis Urbanos 5
Data: 23 de Outubro de 2016 (domingo)
Horário: a partir das 14h
Local: Vila Flores (Entrada pelo portão da Rua São Carlos)

Não percam!

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

A crise, os limões e as limonadas

Com muita frequência ouvimos dos governantes e gestores, como vetor de motivação nos tempos de crise, a seguinte frase: “Temos que fazer deste limão, uma limonada!”. Nunca vi precisão e eficácia nesta frase por reconhecer nela uma dose exagerada de resignação e impotência e, diante disto, uma explícita provocação para se fazer muito com pouco. Esquecem, os que fazem uso desta frase como um mantra de produtividade, que, com apenas um limão, quando muito, podemos fazer uma limonada para consumo próprio, enquanto a crise nos exige justamente o contrário: usar, com inteligência coletiva e proativa, a nossa capacidade de inovar e empreender para planejar, experimentar e construir estratégias de correção de rota e reversão da crise. Aceitar passivamente a crise, tendo como arma a metáfora do limão motivador, não é um caminho possível.

Mas inovação e empreendedorismo não nascem em qualquer lugar! É preciso, para tal, que o caminho esteja pavimentado com autonomia, investimento, inteligência coletiva e cultura experimental. Para acertar em cheio é preciso experimentar muito. E poder errar sem o medo da crítica. O erro é o registro das possibilidades, como muito bem a ciência e as grandes invenções tem nos demonstrado. A experimentação e o erro estão no cerne dos processos criativos e no DNA das ideias que geraram as grandes revoluções no campo da ciência e das artes. Portanto, justamente nestes momentos de economia retraída, não devemos ter medo de ousar e experimentar. Não devemos nos encolher e nos apequenar por medo de errar. Devemos ter coragem e persistência para repetir, para corrigir e acertar. Repetir e experimentar exige coragem e, por isso, são a base dos grandes acertos e das ideias verdadeiramente inovadoras, e isto no mercado competitivo e criativo atual tem muito valor.

Temos a tendência superficial de acharmos que a genialidade de uma grande ideia é fruto do instantâneo de uma única mente privilegiada. Quando fazemos isso, seja por conforto ou para explicar a nossa falta de atitude, damos as costas para o processo coletivo, contínuo e repetitivo das tantas experimentações e erros que vieram antes do acerto e que deram ao acerto o ambiente propício para sua invenção. Ser inovador, criativo e empreendedor não são o resultado de ações isoladas, instantâneas ou divinas. São o resultado de foco, fé e muito trabalho sério na busca de um objetivo e da superação da crise. Portanto, governantes e gestores, menos crença naquilo que não depende de nós, mais atitude e coragem para tudo que está dentro e depende de nós! Somos o que sabemos, acreditamos, pensamos e propagamos, mas seremos sempre lembrados pelo que fazemos. Mexam-se e deixem as metáforas e os limões em paz.