quinta-feira, 28 de julho de 2016

Será que preciso de um projeto?

Gilberto Belleza

A Revista Arquitetura & Construção publicou em sua edição de julho um artigo assinado pelo Presidente do CAU/SP, Gilberto Belleza, em que ele trata da importância de contratar o trabalho de um arquiteto e urbanista.

Muito do que acontece em nossa vida é planejado e programado. Até a nossa própria existência, em muitos casos, foi idealizada por nossos pais. Por que será, então, que não valorizamos um projeto de arquitetura onde o que desejamos pode ser concebido, estudado e mais bem executado?

Talvez isso se deva ao desconhecimento de boa parte da sociedade sobre o papel do arquiteto. A contribuição pode vir mesmo antes da aquisição de um imóvel ou terreno – apontando suas vantagens e desvantagens –, ou ainda frente a uma construção – destacando possíveis defeitos a serem sanados ou problemas que poderão aparecer no futuro. Esse profissional estudou para isso e, certamente, irá compartilhar com o cliente sua experiência, auxiliando-o a tomar a melhor decisão.

Muitas vezes, as pessoas não sabem definir exatamente o que desejam. Por isso, é importante que o cliente apresente claramente suas necessidades, permitindo-se não impor soluções, pois o arquiteto poderá apresentar alternativas originais e vantajosas. Quer uma janela quadrada ali? No entanto, uma abertura no teto ou um pequeno visor externo poderiam enriquecer muito mais a vista interna. Essa interlocução deve cada vez mais se aprofundar num grande diálogo e significativa troca.

Temos um velho ditado que diz que “os melhores projetos são feitos para os melhores clientes”, justamente aqueles que têm uma verdadeira participação e contribuição no processo – não tanto em sua forma, mas sobretudo em suas ideias. Com isso, vão se desenvolvendo as soluções estruturais e construtivas, os ambientes e suas necessidades e, por fim, os detalhes e acabamentos.

Tudo é especificado no desenho. Onde fica o interruptor? Como é o rodapé? E o guarda-corpo? Para que lado abre a porta? Alguns podem questionar: “Mas eu só pretendo trocar os revestimentos do banheiro”. Ora, será fácil trocá-los? O piso não irá escorregar? O chuveiro dará vazão ao volume de água? São definições aparentemente básicas e simples, mas, se somadas a outras centenas de decisões sobrepostas, podem transformar a vida de alguém inexperiente em um verdadeiro inferno.

Não pense duas vezes antes de iniciar um projeto e uma obra. Eles serão inesquecíveis. A diferença é que poderão ser inesquecíveis positivamente, se acompanhados por um arquiteto; ou negativamente, se feitos por você sozinho, deixando lembranças à vista para o resto da vida.

Gilberto Belleza, presidente do CAU/SP.
http://www.caubr.gov.br/?p=58526

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Croquis Urbanos 2

Desenho de Observação

Estão todos convidados: desenhistas iniciantes, amadores, estudantes e profissionais. Desta vez vamos nos encontrar no DMAE - Hidráulica do Moinhos de Vento, Rua 24 de outubro n° 200, Bairro Moinhos de Vento, para registrarmos a cidade e seus habitantes. Levem seus materiais para desenho, convidem seus amigos, e vamos aprender uns com os outros!



Data: 31 de Julho de 2016 (domingo)
Horário: A partir das 14h
Local: DMAE - Hidráulica do Moinhos de Vento
Endereço: Rua 24 de outubro n° 200, Bairro Moinhos de Vento, Porto Alegre

Não percam!!!

domingo, 17 de julho de 2016

Coordenação Modular - Economia e Gestão - Parte 5

5 – Recomendações

A Coordenação Modular é o instrumento destinado a coordenar as dimensões dos elementos produzidos na fábrica com todos os projetos de uma construção. A sua aplicação implica em uma disciplina de trabalho que é considerada indispensável para que a industrialização e racionalização do processo construtivo possam ser realizadas de forma orgânica, correta e segura. Esta metodologia implica em uma reformulação da atuação dos projetistas, nos campos distintos e integrados, do desenho industrial, do projeto arquitetônico e dos projetos complementares. Diante disto a indústria de materiais e componentes deverá revisar os seus planos de produção em função de critérios semelhantes aos adotados por outros tipos de indústrias, onde o desenvolvimento de produto merece uma ênfase especial.

No que tange a produtividade, devemos admitir que a construção civil no Brasil é essencialmente tradicional e artesanal. Este fato é consequência da mão-de-obra desqualificada e mau remunerada que representa a grande maioria dos trabalhadores da construção civil em nosso país. Em função desse quadro, há um certo alheamento de arquitetos e construtores em relação aos sistema industrializados. Assim, constata-se as razões pela qual no Brasil todos os sistemas construtivos industrializados implantados nos anos 70, a partir das regras da Coordenação Modular, não terem encontrado um campo fértil para seu desenvolvimento.

Cabe salientar que a coordenação modular é impossível se não existir um projeto integral do edifício. Nada poderá ser omitido ou deixado para estudo posterior no decorrer da execução. Observamos que, na pesquisa feita sobre alguns materiais e sistemas construtivos industrializados encontrados no mercado, as teorias ditadas pela coordenação modular e seu módulo universal M são completamente desconsideradas.

Estes materiais e sistemas construtivos são limitados a um uso específico, e só são associados a outros pelo fato de que a maior parte das construções serem executadas da forma mais tradicional conhecida. Se partirmos para a análise da técnica como são solucionadas as juntas entre diferentes materiais e sistemas, teremos um quadro ainda mais estarrecedor, pois as indústrias resolvem as juntas para encaixar as partes de seu produto, e as demais ficam por conta e solução do construtor, sem controle e diretrizes universais, durante a execução no canteiro de obras.

O processo de identificação das partes e o seu projeto devem ser objeto de uma metodologia adequada, que, partindo da análise fenomenológica das tipologias, deve decompor o organismo arquitetônico em partes, ou elementos construtivos que sejam caracterizados por três qualidades fundamentais: ser funcional e formalmente definidos, ser formal e tecnicamente componíveis e ser econômica e tecnicamente fabricáveis em série.

Como já vimos, o arquiteto deverá modificar sua técnica de projeto. Deverá compreender que o problema não é o de apenas modular todas as dimensões, mas somente aquelas que se relacionam com a utilização de elementos construtivos pré-fabricados. Assim, de acordo com o sistema construtivo o arquiteto deverá decidir quais elementos serão modulados de preferência. Desta forma poderá tirar o máximo proveito da coordenação sem cair em preciosismos ineficazes.

Uma parceria entre arquitetos, indústrias fornecedoras, mão-de-obra especializada, departamentos de pesquisa das Universidades e organismos responsáveis pela normatização e certificação, podem reverter a médio prazo, a presente situação. A busca do aperfeiçoamento já está surgindo na construção civil, através da revisão das normas técnicas do setor e de programas de qualidade, onde os escritórios de projeto e as grandes empresas construtoras buscam a qualidade total através da racionalização de materiais e técnicas e do aprimoramento da mão-de-obra com cursos de formação e atualização e melhores condições de trabalho.

A coordenação modular, como o texto comprova, jamais irá comprometer a capacidade criativa dos arquitetos. Pelo contrário, a existência dos condicionantes da coordenação modular vai resultar em obras cujos valores estéticos e plásticos estarão em harmonia perfeita com os valores econômicos.

Referências

BREGATTO, Paulo Ricardo. Coordenação modular: breve história e aspectos importantes. In: Documentos de arquitetura - traços&pontos. P202-237, Canoas: Ed.Ulbra, 2005.

FERREIRA, M.S.; BREGATTO, P.R.; KOTHER, M.B.M. Arquitetura e urbanismo: posturas, tendências e reflexões. Volume 2 - 1ª edição, Porto Alegre: Livraria do Arquiteto, 2008.

HABRAKEN, N. J. El Diseño de Soportes, Colección Arquitectura, Perspectivas, Barcelona: Ediciones Gustavo Gili S.A., 1979.

KOTHER, M.B.M.; FERREIRA, M.S.; BREGATTO, P.R. Arquitetura e urbanismo: posturas, tendências e reflexões. Volume 1 - 1ª edição, Porto Alegre: Edipucrs, 2006.

MASCARÓ, Juan L. Aspectos Macroeconómicos de la Coordinación Modular, Revista SUMMA, número 85, Argentina,1975.

NISSEN, Henrik. Construcción Industrializada y Diseño Modular, Madrid: H. Blume Ediciones, 1972.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15873 Coordenação Modular para Edificações. Rio de Janeiro, ABNT, 2010.

ROSSO, Teodoro. Teoria e Prática da Coordenação Modular, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo - FAU/USP, São Paulo, 1976.

sábado, 16 de julho de 2016

Coordenação Modular - Economia e Gestão - Parte 4

4 – Economia e Gestão

Segundo o dito popular, há na construção civil um desperdício de aproximadamente 30% dos investimentos, entre quebra e uso inadequado dos materiais de construção numa obra. Quando a construção das edificações é feita em série, como no caso das habitações de caráter social, este índice cai e fica entre 15% e 20%. Estes indicadores, se cientificamente comprovados, seriam altíssimos e inaceitáveis, pois a cada 5 edificações estaríamos perdendo recursos suficientes para se construir uma outra.

Entretanto, estes dados referentes às perdas na construção civil são contestados por estudos que os julgam superestimados ou sem base científica. Para melhor compreensão da combinação de fatores que influenciam na formação do indicador do desperdício é preciso reconhecer o conceito de perda e suas variações. De acordo com Carlos Formoso:

“O conceito de perdas na construção civil é, com frequência, associado unicamente aos desperdícios de materiais. No entanto, as perdas estendem-se além deste conceito e devem ser entendidas como qualquer ineficiência que se reflita no uso de equipamentos, materiais, mão de obra e capital em quantidades superiores àquelas necessárias à produção da edificação. Neste caso, as perdas englobam tanto a ocorrência de desperdícios de materiais quanto a execução de tarefas desnecessárias que geram custos adicionais e não agregam valor. Tais perdas são consequência de um processo de baixa qualidade, que traz como resultado não só uma elevação de custos, mas também um produto final de qualidade deficiente.”

Além destes fatores capazes de influenciar na formulação do índice de desperdício no canteiro de obras podemos citar, também, a não utilização de projetos arquitetônicos e complementares racionalizados, compra de terrenos inadequados aos programas, implantação irracional do canteiro de obras e a desgastante e burocrática fase de aprovação dos projetos nos órgãos competentes.

Todavia, superestimados na casa dos 30%, estes índices que refletem as perdas na construção civil, frente ao estado do Rio Grande do Sul, que possui um déficit habitacional significativo, e o delicado momento sócio, político e econômico do nosso país, demonstra um quadro no mínimo preocupante.

É, portanto, papel da arquitetura a partir dos seus principais agentes, tais como, indústria da construção civil, departamentos de pesquisa das Universidades e instituições de certificação normativa, buscar caminhos e alternativas que nos conduza a um nível de racionalidade na gestão dos projetos, construção e seus resíduos, buscando reduzir as perdas a níveis toleráveis. Tudo isso sem prejuízos da qualidade estética, plástica e na habitabilidade das construções buscando, com isto, almejar a erradicação do déficit habitacional em nosso estado.

A produção em série proporciona, por si só, um investimento menor devido a repetitividade nos sistemas e processos de construção, ainda mais se as perdas forem realmente menores e previsíveis. Portanto, um investimento maior em planejamento e projeto vai oportunizar a viabilização de uma construção otimizada e sustentável.

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Coordenação Modular - Economia e Gestão - Parte 3

3 – A Coordenação Modular

Para possibilitar a sequência natural das operações, todo um conjunto de ações normativas deve ser estabelecido visando padronizar os elementos construtivos e dar uma forma orgânica à técnica de projeto. O conjunto dessas ações constitui, como já vimos, a coordenação dimensional. Aplicando o conceito de módulo à coordenação dimensional obtemos a coordenação modular.

A norma brasileira, ABNT NBR 15873/2010, assim define elementos construtivos:

Elemento Construtivo: Parte da edificação com funções específicas, constituída por um componente ou conjunto de componentes e/ou materiais de construção. Exemplo: parede, janela, escada e outros.”

O módulo, que na arquitetura, é uma unidade de medida convencional, adotada para estabelecer dimensões, proporções e ordenar a construção de elementos de um determinado organismo arquitetônico, passa a desempenhar a função de referencia das dimensões dos elementos industrializados de forma a proporcionar condições para sua aplicação múltipla. Em outras palavras, a coordenação modular é um método por meio do qual estabelece-se uma dependência recíproca entre componentes construtivos e os edifícios mediante uma unidade de medida comum.

Como já vimos, a aplicação do método industrial à construção, desdobra naturalmente as operações, que hoje são realizadas artesanalmente no canteiro, em operações de fabricação, executadas nas usinas ou fábricas, e operações de montagem, executadas no canteiro de obras. Isto exige que o arquiteto modifique significativamente a maneira como habitualmente elabora o seu projeto, reconhecendo e respeitando as exigências técnicas de montagem e de acordo com o postulado fundamental de que, se os elementos não se adaptarem perfeitamente ao projeto e não se integrarem reciprocamente, eles não poderão ser utilizados, pois será impossível qualquer operação de adaptação no canteiro.

É evidente que, sendo a construção um processo prevalentemente aditivo, somente será possível uma certa variedade de aproveitamento de elementos acabados, desde que eles sejam dimensionados de forma a obedecer a uma relação aditiva entre todas as suas medidas.

Feitas estas considerações, podemos concluir que a natureza simplificativa e aditiva das medidas dos elementos será estabelecida em primeiro lugar pela determinação de uma relação comum a todas as dimensões. A existência de uma relação comum universal dará lugar a uma família de dimensões correlatas, as quais poderão ainda sofrer uma operação de seleção de acordo com as características dimensionais de cada elemento.

Serão assim alcançados dois objetivos: uma simplificação das dimensões para as finalidades de produção e uma aditividade das dimensões para as finalidades de projeto. O edifício não é mais rigorosamente executado sob medida e o projeto é elaborado em função de dimensões normalizadas, que levam em conta os materiais e elementos disponíveis e os processos de montagem.

3.1 – Fases da Coordenação Modular

O objetivo da padronização é a estabilização do produto ou do processo de produção, onde a padronização assume a aplicação de normas a um ciclo de produção ou a um setor industrial completo. A coordenação modular é o meio sistemático para conseguir a integração dimensional dos elementos padronizados.

Sua aplicação implica no estudo de três princípios fundamentais: seleção, correlação e intercambialidade. A seleção opera na fase de produção reduzindo a variedade ao mínimo mais eficiente. A correlação opera na fase de composição efetuando uma escolha quantitativa de valores, estabelecendo relações mútuas para facilitar a sua atitude combinatória. A Intercambialidade opera na fase da montagem estabelecendo critérios e normas para os ajustes e tolerâncias.

3.2 – Escolha do Módulo

O termo módulo engloba dois conceitos distintos, o de unidade de medida e o de fator numérico. Como unidade de medida, o módulo foi usado desde a antiguidade para uma função estética. Na atualidade o módulo deve preencher finalidades técnicas, utilitárias e produtivas. Portanto o módulo é o denominador comum das grandezas existentes. É uma unidade de medida abstrata proposta como dimensão básica para o dimensionamento dos elementos construtivos produzidos industrialmente.

Como fator numérico, fixa a regra que se destina a coordenar dimensões. No caso de uma série geométrica, o módulo representa a razão elástica e combinatória da progressão. Portanto como fator numérico determina uma correlação entre os termos de uma série e os valores de uma escala de dimensões.

Como unidade de medida será a primeira medida da sequência modular normal e intervalo dimensional básico do sistema de referência. Num projeto que utilize esse sistema de referência os elementos construtivos irão ocupar espaços de projeto que serão múltiplos da medida modular.

A norma brasileira, ABNT NBR 15873/2010, assim define o módulo básico:

Módulo Básico: Menor unidade de medida linear da coordenação modular, representado pela letra M, cujo valor normalizado é M=100mm."

3.3 – As Séries Numéricas

A coordenação modular, entre outros objetivos, tem também um de natureza simplificativa, pois seria antieconômico para uma fábrica produzir e manter em estoque, variados elementos de todas as dimensões com um módulo básico de intervalo. Assim sendo, a necessidade de operar uma escolha de tamanhos de acordo com sua frequência estatística, tornou-se fundamental para sua viabilidade econômica.

De um ponto de vista teórico uma série dessa natureza de valores dimensionais correlatos resulta da combinação de critérios de redução da variedade atual das dimensões dos elementos construtivos e da aplicação de operações relacionadoras das dimensões já escolhidas (simplificação e correlação).

Será, portanto, oportuno trabalhar racionalmente procurando obter uma seqüência de números correlatos de acordo com critérios matemáticos adequados, que permitam executar um processo simultâneo de simplificação e correlação.
Existem três tipos fundamentais de séries numéricas: geométricos, aritméticos e harmônicos. Os estudos e realizações neste campo são muitos e vários, antigos e recentes, ficando evidenciado que as séries geométricas tem melhor disposição para reproduzir com aderência as características numéricas dos fenômenos técnicos.

3.4 – Tolerâncias e Ajustes

A aplicação do método industrial à construção, transformando a maior parte das operações do canteiro de obras em operações de montagem de elementos construtivos pré-fabricados, obriga-nos de imediato a considerar a necessidade de estudar e estabelecer uma teoria das tolerâncias e dos ajustes.

A norma brasileira, ABNT NBR 15873/2010, assim define tolerância e ajuste:

Tolerância: Diferença admissível entre uma medida real e a medida nominal correspondente.

Ajustes de Coordenação: Diferença entre uma medida nominal e a medida de coordenação correspondente. O ajuste de coordenação garante espaço para deformações, tolerâncias e materiais de união, quando for o caso.”


Nos processos tradicionais de construção, a ajustagem dos materiais e dos elementos é quase sempre imprescindível, assim como a verificação de medidas na obra é uma prática usual e indispensável na execução de muitos elementos feitos sob encomenda.

Num processo industrial no qual a produção deve desenvolver-se com continuidade e regularidade, independentemente da demanda e em grandes séries, as dimensões devem ser fixadas de antemão e não podem ficar dependendo das características dos pedidos. Além disso, cada elemento construtivo deve poder ser fabricado com precisão e acabamento suficientes para permitir sua utilização direta na união imediata e automática com qualquer outro elemento retirado ao acaso do estoque. Escolhas na obra e retoques não são mais admitidos.

Dito isto, conclui-se que a indicação da medida de um elemento não pode mais ser feita com valores rígidos, mas através de um valor máximo, que chamamos de dimensão limite superior e valor mínimo, que chamamos de dimensão limite inferior. A diferença entre estas duas medidas chama-se tolerância e é sempre positiva, representando ao mesmo tempo o máximo de imperfeição admissível para a correta aplicação do elemento e o máximo de perfeição que pode ser conseguida sem que o custo de fabricação resulte excessivo.

3.5 – Sistemas de Referências

O uso de reticulados regulares, constitui um dos processos de uso mais frequente para facilitar o trabalho de elaboração do projeto. Generalizando este sistema, não somente para comodidade de desenhos mas, também, para coordenar a posição e as dimensões de todos os elementos, o processo deve ser racionalizado em função de uma ou mais retículas.

As dimensões da retícula podem ser diferentes, porém utilizam-se malhas quadradas. A retícula modular é o elo de ligação entre a produção industrial e o projeto individual. As retículas podem ser utilizadas em todos os estágios do processo construtivo, e para cada fase serão escolhidos valores preferenciais para os espaçamentos das linhas de referência.

A norma brasileira, ABNT NBR 15873/2010, assim define sistema de referência modular:

Sistema de Referência Modular: Sistema geométrico tridimensional de n planos ortogonais, no qual a distância entre quaisquer planos paralelos é igual ao módulo básico ou a um multimódulo.”

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Coordenação Modular - Economia e Gestão - Parte 2

2 – Sistemas Modulares e Suas Vantagens

2.1 – Coordenação Dimensional

Todo o projeto necessita uma coordenação dimensional. É papel da coordenação dimensional compatibilizar dimensionalmente de forma racional e orgânica os espaços de uma construção. Longitudes, superfícies e volumes tem que ser dimensionados relacionando-se precisamente entre si. A coordenação dimensional não deve ser entendida como um mero instrumento geométrico mas, também, físico, estético e econômico. Não está apenas vinculada à composição arquitetônica mas, também, à tecnologia e à produção. Os componentes construtivos devem ser desenhados, construídos e montados levando-se em conta as necessidades funcionais, técnicas e estéticas.

Se em cada ambiente o homem realiza uma ou mais atividades, o espaço que o define deve ser o mínimo necessário, adequado e suficiente para a perfeita realização dessas atividades. Chama-se de estudo de disposição física a definição desse espaço. Se quisermos quantificar e medir esse espaço, podemos recorrer a uma unidade de medida à qual podemos chamar de módulo.

O dimensionamento de um edifício não é uma tarefa fácil. Dos principais materiais aos pequenos componentes e detalhes, viabilizar uma obra é uma tarefa complexa cuja solução exige um planejamento sofisticado e um projeto detalhado que definam um sistema de dimensões claramente identificado e ordenado. Estas dimensões devem levar em conta a função específica dos espaços, a partir da definição de suas principais dimensões e, também, o sistema construtivo, considerando as dimensões de cada componente a ser utilizado na construção.

A arquitetura sempre ofereceu aos projetistas um leque muito variado de figuras geométricas, planas e volumétricas, disponíveis para seus arranjos funcionais e formais. Não são poucas as aventuras criativas dos arquitetos que, fazendo uso destas figuras, demonstram grandes arrojos plásticos e compositivos e acabam, a partir do estudo aprofundado do programa e suas demandas dimensionais, por inventar novas maneiras de atender as demandas de uso destes espaços, com maior ou menor eficiência funcional, em nome da boa forma.

Mesmo reconhecendo estes grandes empenhos inventivos dos projetistas, experimentando novos espaços, sabemos que as figuras geométricas que melhor se prestam para as finalidades funcionais são aquelas que permitem medir completamente o espaço, portanto, são aquelas que possuem afinidades geométricas perimetrais, tais como, o quadrado, retângulo, hexágono, triângulo, ou os sólidos formados a partir da combinação geométrica entre eles. Figuras geométricas, tais como, o círculo, elipse e suas variantes não possuem afinidades geométricas pois seus intervalos perimetrais não se encaixam, formando a partir de suas associações, vazios e figuras geométricas diferentes e de baixa eficiência combinatória.

Todas as dimensões de uma construção, bem como, todas as dimensões de todos os componentes construtivos devem estar relacionadas para que possamos obter um resultado que harmonize forma, função e construção com custo economicamente justificável. Ao definirmos e compatibilizarmos estas dimensões buscamos e reconhecemos um número de repetições dimensionais passíveis de serem coordenadas a partir de um módulo. Obviamente, as formas geométricas regulares e os sistemas construtivos que utilizam materiais e componentes pré-fabricados são os que mais utilizam as séries dimensionais modulares.

Este módulo é a principal figura geométrica regular repetitiva destinada a definir, organizar, qualificar o espaço, otimizar o desenvolvimento de uma ou mais atividades e concretizar o objeto arquitetônico dentro de indicadores e padrões viáveis de economia e com racionalidade e alta eficiência funcional.

A coordenação dimensional é habitualmente entendida como um instrumento de normalização dimensional das partes da edificação. Desde que a coordenação dimensional utilize uma unidade de medida representada por um módulo tridimensional (altura, largura e profundidade), ela passa a ser coordenação modular.

A norma brasileira, ABNT NBR 15873/2010 , assim define a coordenação dimensional e a coordenação modular:

Coordenação Dimensional: Inter-relação de medidas de elementos e componentes construtivos e das edificações que os incorporam, usada para seu projeto, sua fabricação e montagem.

Coordenação Modular: Coordenação dimensional mediante o emprego do módulo básico ou de um multimódulo.”


2.2 – Limitação das Variações

A variedade destina-se a corrigir a uniformidade e é uma exigência humana. Portanto, torna-se difícil imaginar um produto final sem reconhecer a variedade dimensional dos componentes com funções semelhantes. A variedade, por mais essencial que seja, não pode ser pensada em termos exclusivamente geométrico-dimensionais, estando condicionada, também, à compatibilização associativa e à correlação funcional.

A norma brasileira, ABNT NBR 15873/2010, assim define componente:

Componente Construtivo: Unidade distinta de determinado elemento do edifício, com forma definida, com medidas especificadas nas três dimensões e destinada a cumprir funções específicas. Exemplos: bloco de alvenaria, telha, painel e outros.

Componente Modular: Componente construtivo cujas medidas de coordenação são modulares.”


O projeto de edifícios modulares apresenta um grau de complexidade variável em função das dimensões dos seus componentes. A aplicação em edifícios tradicionais, ou seja, executados principalmente com componentes de pequenas dimensões, exige um projeto complexo, uma vez que o número de componentes é grande e a tipologia é variada. De um modo geral, o grau de complexidade do projeto é proporcional à complexidade de aplicação da coordenação modular, onde esta complexidade diminui conforme o número de componentes da pré-fabricação diminui e suas dimensões vão aumentando.

Este fenômeno é frequente na indústria e desde sua origem como sistema integrado tem exigido o estabelecimento de acordos múltiplos para normalização dimensional, buscando eliminar as variações supérfluas e reconhecer suas propriedades funcionais e de fabricação.
De acordo com Teodoro Rosso, a necessária integração dos componentes pode ser conseguida através da observância de três condições de compatibilidade: a geométrico-dimensional, a associativa e a funcional.

2.3 – Normalização

A abordagem do problema da coordenação dimensional e da permutabilidade conduz, naturalmente, ao domínio da normalização. Com efeito, é notório que a normalização é por definição a regulamentação de qualquer fenômeno de produção com o intuito de obter sua padronização e ordenação racional e unívoca.

Em outras palavras a normalização se propõe a obtenção de produtos idênticos, aplicando a mesma tecnologia, permitindo a sua permutabilidade. Estabelece, portanto, uma linguagem comum constituída de símbolos e termos, define os objetos, seu campo de aplicação, suas características básicas, as tolerâncias de fabricação e seus limites, as normas de uso e desempenho, os controles e métodos de ensaio. Ainda, de acordo com Teodoro Rosso, a normalização articula-se nas seguintes categorias de ações estabilizadoras: simplificação, tipificação, unificação, padronização e integração.

Sem dúvida, a coordenação modular ainda está longe de seu estágio definitivo de indicador de eco-eficiência e torna-se necessário ampliar o debate não apenas entre os envolvidos no setor da construção, mas principalmente envolvendo a Universidade e seus pesquisadores, uma vez que, somente através de uma experiência coletiva será possível sedimentar a teoria e encontrar as diretrizes mais oportunas de aplicação objetivando obter uma maior produtividade na indústria.

2.4 – Pré-fabricação

A produção de componentes construtivos para uso posterior na obra, não é uma idéia nova. A denominação da palavra pré-fabricação é moderna, porém o conceito pode ser encontrado nas edificações através de todas as épocas. Quando é utilizada profusamente, este método implica numa série de condicionantes especiais, tanto no que diz respeito ao projeto, como à fabricação.

O uso de componentes construtivos pré-fabricados requer que a obra e a fábrica operem sobre a base de um sistema comum de dimensões que seja claro e inequívoco e, cujas dimensões, sejam respeitadas com um grau de precisão adequado.

Pode-se considerar que, consegue-se um grau adequado de precisão quando os componentes se encaixam, isto é, quando podem ser colocados num terreno e num edifício sem a necessidade de se retocar a sua forma e dimensões. O grau de precisão conveniente depende do processo construtivo, dos materiais e dos tipos de juntas empregadas. De outro modo, em cada caso, deve-se especificar os limites dentro dos quais mantenham-se as possíveis variações dimensionais inerentes a cada processo.

Este é o objeto de um sistema de tolerâncias: estabelecer limites dentro dos quais se podem tolerar certas variações sobre uma determinada dimensão. Quando se estiver chegado a um acordo sobre o sistema dimensional é possível mecanizar e racionalizar a pré-fabricação de componentes construtivos, com o que se chegará, gradualmente, ao seu objetivo fundamental que é a produção industrializada em fábrica de componentes construtivos normalizados.

2.5 – Industrialização

A prosperidade da sociedade moderna, com o aumento permanente do consumo, depende basicamente da eficácia das indústrias. Eficácia que está melhorando constantemente a partir de todo o tipo de racionalização, mecanização, normalização, análise e controle da produção, entre outros. Em geral, a indústria está utilizando estas medidas desde muitos anos e o debate sobre a aplicação de princípios e procedimentos industriais na edificação tem sido prolongado durante tanto tempo, que na atualidade existe um acordo geral sobre a necessidade deste desenvolvimento.

A sociedade requer um crescente grau de industrialização para proporcionar uma quantidade cada vez maior de todas as diferentes categorias de edifícios que necessita. Na contramão desta constatação, sabemos que nossos recursos são limitados. A falta de capital e mão-de-obra especializada, nos provoca a saber aproveitar e utilizar melhor os nossos recursos. Neste sentido, a Universidade deve assumir um papel de suma importância, direcionando seus recursos técnicos para a investigação e pesquisa.

O princípio fundamental do método industrial é a continuidade física, temporal e conceitual. É física, porque decorre do perfeito desempenho do produto como um todo, é temporal, porque procede da correta cronologia dos eventos que compõem o processo de produção e é conceitual, porque resulta da unidade e coerência do pensamento e da ação dos intervenientes no processo de decisão.
Aplicando estes princípios à edificação, como produto final, temos a industrialização fechada. Esta opção está, entretanto, estritamente vinculada à continuidade de mercado, eis que a edificação como produto não pode se beneficiar da função estoque.

Por outro lado, restrição séria é feita à rigidez do produto, à incidência do custo-transporte, aos elevados investimentos que favorecem os monopólios. Já a industrialização aberta se propõe a eliminar estes principais inconvenientes mediante a produção em escala de componentes pré-fabricados e permitindo a variedade da edificação/produto através da permutabilidade dos componentes intermediários e da variedade de seu repertório.

No que se refere à construção, tem pouca importância o fato de que os produtos pertencentes a ciclos de fabricação de canteiro venham parcialmente ou totalmente da fábrica ou que tratem de trabalho efetivamente executado no local. Aquilo que interessa é a predisposição sistemática das atividades executivas ligadas à coordenação ou integração de seus resultados.

Este relacionamento acontece, conforme já foi colocado, durante o ato de projetar. O ato de projetar, se transforma, assim, radicalmente e torna-se mais complexo em relação a prática tradicional, mas também mais preciso e unívoco e, paradoxalmente também, menos rígido e mais flexível e adaptável a circunstâncias diversas que podem intervir no tempo.

A evolução da prática de construir deve ser entendida em termos rigorosamente racionais, esclarecendo-se a relação efetiva entre arquitetura e indústria, pois deste entendimento surgirão as condições mais favoráveis para resolver o crítico estado em que atualmente se debate a produção no setor da construção civil. Coordenação e integração são os fatores principais da realização do método industrial, procurando o máximo de produtividade através da continuidade dos processos.

A linha de montagem da indústria automobilística é o exemplo clássico dos sistemas para reduzir o custo de fabricação, mediante a aplicação de conceitos de padronização e produção em massa. Os locais de fabricação dos elementos podem ser independentes e afastados daquele em que se realiza a montagem. Neste processo, é implícita a exigência que a construção dos elementos componentes, deve ser subordinada à possibilidade de colocação e ajuste de cada um em seu lugar, com precisão e rapidez. A aplicação do método industrial implica na continuidade do trabalho e principalmente na continuidade das técnicas.

No campo da construção de edifícios, uma técnica análoga poderá ser adotada desde que se submetam os elementos a um processo de padronização que facilite a montagem das partes sem problemas de ajustagem, mesmo quando provenientes de fábricas diferentes. É portanto necessário que a produção seja limitada a um número razoável de elementos e de formatos que possam ocupar posições diferentes num mesmo ou em vários edifícios, permitindo tirar vantagem da produção em série sem reduzir a elasticidade do projeto.

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Coordenação Modular - Economia e Gestão - Parte 1

Modular Coordination – Economics and Management

Resumo

O objetivo central deste artigo é discorrer sobre a importância e a aplicação da Coordenação Modular nos processos de projeto e construção com vias a reconhecer os seus impactos e aspectos macro-econômicos. Neste sentido surge a necessidade de discorrer sobre a racionalização dos processos construtivos e materiais de construção, objetivando, através da gestão otimizada dos canteiros de obras e de um sistema de dimensionamento universalizado, reconhecer, padronizar e preservar as características individuais e originais de cada um destes materiais. A Coordenação Modular, que parte do princípio da industrialização e da repetição múltipla de componentes cuja diversidade controlada e regrada, vai regular os padrões de organização e adequação no projeto e racionalizar os processos da construção evitando desperdícios de materiais e gerando uma economia final significativa de materiais e mão-de-obra, comprovando que isto é possível sem o sombreamento da criatividade do Arquiteto.

Palavras Chave: coordenação modular, gestão do projeto e da obra, economia da construção.

Abstract

The main purpose of this article is to discuss the importance and application of Modular Coordination in the design and construction processes by recognizing their impacts and macro-economic aspects. In this regard, there is a need to discuss the rationalization of the construction processes and building materials, aiming, through optimized management of construction sites and a universalized scale, to recognize, standardize and preserve the individual and unique characteristics of each of these materials. Modular Coordination, which parts from the industrialization and multiple repetition of components, whose controlled and regulated diversity will regulate the organization and it's adequacy standards in the design and streamline the construction process, can avoid material waste and generate a significant material and labor cost reduction, proving it's possibility without undermining the architect's creativity.

Keywords: modular coordination, project management, work management, construction economics


1 - Evidências Sobre o Problema

O homem vive num certo meio físico natural e a resposta do organismo humano aos estímulos do ambiente determina o comportamento do indivíduo à procura de sua sobrevivência e bem-estar. Quando o homem não consegue os bens da natureza ele mesmo os cria. Produção é, portanto, o ato de criar ou aumentar a utilidade de bens destinados a satisfazer as necessidades humanas e produtos são os efeitos desses atos.

O desenvolvimento social e econômico do mundo contemporâneo se caracteriza pela rápida expansão dos meios de produção. Diante desta velocidade do crescimento, a produção artesanal necessita ser substituída pela produção industrial em massa. Portanto, no que tange à demanda por novas construções, é papel da arquitetura definir e sistematizar o espaço construído atendendo as necessidades humanas. O atendimento destas necessidades atribui a cada programa arquitetônico funções para as quais a arquitetura caracteriza e organiza seus espaços por meio de invólucros, representado pela edificação. O objeto arquitetônico é, portanto, um produto na medida em que satisfaz as necessidades humanas de abrigo.

Seja qual for o programa arquitetônico, teremos sempre um sistema constituído de funções, espaços e invólucros, cujas partes são funcionalmente especializadas, cujo comportamento é conhecido e cujas interrelações são controladas. A forma geral do invólucro é determinada, em princípio, pelas demandas especializadas de uso definidas pelo programa e materializada na forma de espaço. Este espaço não é contudo uma entidade geométrica abstrata mas um novo ambiente destinado a abrigar funções especializadas e é papel deste invólucro protegê-lo das ações do meio externo, tornando-o funcionalmente habitável, esteticamente contemporâneo e economicamente viável.

Prescindindo da estética e da função a que se destina, um espaço deve possuir determinadas condições de habitabilidade representadas por requisitos de segurança, higiene e conforto. O atendimento destes três requisitos transforma o espaço organizado (perceptível) em espaço qualificado (tangível), onde o objeto arquitetônico – abstraindo as questões estilísticas – é visto como sendo a soma dos espaços organizados, especializados e qualificados. Transformar estes espaços, em princípio amorfos, em espaços organizados para determinadas funções humanas, é produzir, assim como é, transformar matéria prima bruta em edificações habitáveis. Isto posto, configuram-se duas fases na arquitetura como produção: uma abstrata de organização e qualificação do espaço e outra concreta de realização da edificação.

O crescimento das cidades e a consequente demanda por novas edificações, pressiona a indústria da construção que, não estando preparada para crescer no mesmo ritmo, inflaciona a economia e o mercado da construção fazendo com que os preços da construção aumentem impulsionados pela lei natural da oferta e da procura. Esta falta de preparo da indústria da construção, caracterizada por processos de produção ultrapassados, artesanais e sistemas de gestão de pessoas e canteiro de obras antiquados, com custos operacionais altos, faz com que sua capacidade de produção seja inferior às demandas do mercado.
Na ânsia descontrolada e não sistematizada de atender a demanda crescente, e diante da necessidade econômica de manutenção de mercado, a indústria da construção civil se vê pressionada a reproduzir modelos estéticos desgastados, modismos estilísticos ultrapassados, sem os cuidados básicos com os aspectos de linguagem, composição, caráter, lugar e habitabilidade. Alia-se a isto a falta de investimento em novas formas de gestão de pessoas, produção e processos, produzindo e oferecendo ao mercado edificações de baixa qualidade arquitetônica e nada sustentáveis.

Racionalização das edificações, pré-fabricação, construções industrializadas, entre outras, são temas que refletem os esforços necessários da indústria da construção civil e das Universidades para por em marcha este processo lento e gradual para reverter a lógica de planejamento, projeto e obra para as novas construções. Principalmente, quando consideramos que vivemos atualmente numa economia de escassez de recursos que prima pela necessidade de eficiência energética, gestão de resíduos e aspectos de eco-eficiência nas novas edificações.

É neste cenário que surge a necessidade emergente de estudos aprofundados em sistemas modulares capazes de oferecer à indústria da construção civil algumas vantagens basilares tais como, coordenação dimensional, limitação de variações, normalização, pré-fabricação e industrialização.