terça-feira, 29 de novembro de 2011

Ainda sobre honorários...

No sábado passado, publiquei um texto do Arquiteto Vilanova Artigas cujo conteúdo versava sobre a importância de se contratar um arquiteto e de se fazer uma boa e adequada contratação, considerando valores compatíveis com o escopo do trabalho. Não imaginei que este texto fosse ter tanta repercussão e fosse gerar tantos e-mails de colegas, também, indignados com a variação absurda de valores de honorários praticados inadvertidamente por arquitetos carentes de oportunidades profissionais e que, talvez por esta razão, se colocam diante de desafios perigosos e inadequadamente remunerados.

Num destes e-mails indignados veio esta frase, que descrevo abaixo, e que também ilustra com outras palavras os perigos de uma inadequada contratação. Então, aí vai:

"Dificilmente existirá alguma coisa neste mundo, que alguém não possa fazer um pouco pior e vender um pouco mais barato, e as pessoas que consideram preço somente, são suas merecidas vítimas."

John Ruskin – Escritor e crítico inglês (1819 – 1900)

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

FauPucRS - TCCII

BANCAS FINAIS – 2011/2

Nos dias 5, 6, 7, 8 e 9 de dezembro a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da PucRS estará apresentando em ato público os Trabalhos de Conclusão de Curso dos seus alunos. Serão 5 dias de apresentação e defesa dos trabalhos nos turnos da tarde e noite, sempre com início às 14h. Os trabalhos serão desenvolvidos na sala 215 do prédio 9 do Campus da PucRS na Avenida Ipiranga, 6681, Porto Alegre.

Todos os trabalhos poderão ser conferidos e analisados numa exposição que será montada amanhã, dia 29 de novembro (terça-feira), das 14h às 20h, no saguão da Faculdade de Arquitetura. Os trabalhos ficarão expostos até o dia 10 de dezembro.

A seguir a ordem de apresentação dos trabalhos e a nominata dos componentes das bancas avaliadoras por dia de apresentação:

05/12
SEGUNDA-FEIRA
Tarde e Noite

Alunos:
Aline Beatriz Cervo
Bruno Balbinot
Vanessa Vargas
Roberta Pereira Silva
Fernanda Vianna Machado
Aline Maria Sillos
Sarah Neves Cardoso

Componentes da Banca:
Udo Mohr
Ana Maria Godinho Germani (FauPucRS)
Paulo Ricardo Bregatto (FauPucRS)
José Carlos Barcellos Campos (FauPucRS)

06/12
TERÇA-FEIRA
Tarde e Noite

Alunos:
Carla Nicaretta Garcia
Desirre Agatha da Costa
Lis Lagoas de Paula
Pedro Henrique Massuco
Ana Paula da Fonseca
Gustavo Longaray Moraga
Laura Karam Cruz

Componentes da Banca:
Cesar Wagner (Ufrgs Unitec New Zealand)
Henrique Timoteo da Rocha (FauPucRS)
Paulo Ricardo Bregatto (FauPucRS)
José Carlos Barcellos Campos (FauPucRS)

07/12
QUARTA-FEIRA
Tarde e Noite

Alunos:
Marizete Ramos Miranda
Hélio Pedroso de Freitas
Tatiane Carneiro Nitschke
Renata Barônio Gaspar
Anna Júlia Monego
Clarice Selau Maggi
Gabriela Pegoraro

Componentes da Banca:
Tiago Holzman da Silva (3C Arquitetura)
Beatriz Regina Dorfman (FauPucRS)
Paulo Ricardo Bregatto (FauPucRS)
José Carlos Barcellos Campos (FauPucRS)

08/12
QUINTA-FEIRA
Tarde e Noite

Alunos:
Fernanda de Moraes Sá
Anaterra Nina Julia Delecolle
Cíntia Oreste Impérico
Isabel Fontes Macedo
Natália Maicá dos Santos
Juliana Repetto dos Santos
Lucindo Castoldi Júnior

Componentes da Banca:
Guilherme Essvein de Almeida (FauUlbra)
Ana Rosa Sulzbach Cé (FauPucRS)
Paulo Ricardo Bregatto (FauPucRS)
José Carlos Barcellos Campos (FauPucRS)

09/12
SEXTA-FEIRA
Tarde e Noite

Alunos:
Daniele Birck
Mabel Viana Peres
Sarah Thae Lieberknecht
Luise Schilling Becker
João Paulo Roehe
Eduardo Fernandes de Abreu
Luca Frasson
Matteo Gobbi

Componentes da Banca:
Pery da Silva Bennett (FauUlbra)
Rosana Beatriz Picoral Solano (FauPucRS)
Paulo Ricardo Bregatto (FauPucRS)
José Carlos Barcellos Campos (FauPucRS)

Observações:

- Todos os alunos deverão estar presentes em sala de aula (sala 215) às 13:30h no dia da abertura oficial das bancas para assinatura da ata de abertura. Nos demais dias, os alunos deverão estar presentes em sala de aula 15 minutos antes do início da primeira apresentação para assinatura da ata de participação do painel, portando todos os elementos que serão apresentados no trabalho.

- Cada aluno terá 15 minutos para apresentar seu trabalho e os membros da banca mais 40 minutos (10 minutos cada um) para as devidas considerações (55 minutos no total + 5 minutos para organização do material para a apresentação seguinte).

- O aluno deverá trazer a sua maquete somente no dia da sua apresentação.

sábado, 26 de novembro de 2011

Honorários profissionais

Recentemente participei de uma licitação de projeto amparada pela legislação que versa a contratação dos serviços de projeto de arquitetura pela modalidade do menor preço. Mesmo que esta prática e modalidade sejam amparadas por legislação específica, não posso deixar de expressar os absurdos que esta modalidade de contratação pode gerar no que tange a total disparidade entre os valores propostos pelos participantes e que permite que um profissional seja contratado com valores muito baixos e impraticáveis. Como toda a licitação, o objeto do contrato é claramente apresentado no termo de referência e, em consequência disto, o valor de referência é informado como um balizador para que as propostas possam orbitar, com maior ou menor flexibilidade, um valor possível de ser praticado.

Qual não foi a surpesa dos escritórios participantes desta licitação quando, na abertura das propostas, uma das equipes apresentou um valor muito abaixo das demais - quase a metade do valor fixado pelo termo de referência - que entre si demonstraram um sensato e competente equilíbrio em seus valores apresentados. Esta equipe que apresentou o menor preço foi contemplada com o contrato para o desenvolvimento do projeto, mesmo diante das manifestações embasadas em argumentos técnicos e orçamentários dos demais escritórios apontando a real dificuldade de executar o projeto, com o valor apresentado, considerando o escopo do termo de referência.

Não é o meu propósito fazer aqui uma crítica aos mecanismos legais que permitem este tipo de contratação. Certamente, outros colegas mais qualificados teriam melhores condições técnicas para fazê-la. Apenas lembrei muito deste fato quando, ao longo desta semana, recebi um e-mail de um colega de ofício reproduzindo este texto que abaixo publico e que descreve, com a contundência e precisão cirúrgica que sempre caracterizou o mestre Artigas, o valor de um bom projeto de arquitetura e a importância de fazer a contratação de forma adequada e justa.

Então, aí vai:

Carta ao cliente
João Batista Vilanova Artigas
São Paulo, julho de 1945

Confesso que não me assustei muito ao ler sua carta contando o resultado da conferência para autorização de um projeto para o São Lucas. Estas coisas acontecem sempre porque, por falta de costume, quem constrói, nem sempre avalia o plano de como deveria fazê-lo. Se eu insisto em aconselhá-lo mais uma vez para que consiga um arquiteto para dirigir os trabalhos de seu hospital, não é somente porque desejo muito trabalhar para um hospital modelo, mas porque, e principalmente porque, não posso crer que uma obra, da importância da sua, possa nascer sem estudo prévio. É vezo brasileiro fazer as coisas sem plano inicial perfeitamente elaborado; quando se pergunta sobre como ficarão estes e aqueles pormenores, a resposta é sempre a mesma: Ah! Isso depois, na hora, veremos.

Assim fazem-se as casas, os prédios, as cidades; nesse empirismo vive a lavoura, a indústria e o próprio governo. O planejamento, mercadoria altamente valorizada em todo mundo para qualquer realização, não encontrará entre nós o ambiente propício enquanto nós moços não nos capacitarmos da sua necessidade imprescindível. Poderia continuar conversando com você sobre a grande vantagem de planejar com antecedência, até amanhã, sem esgotar todos os argumentos e provavelmente terminaria por dizer que é até demonstração de patriotismo e inteligência. Mas com isso não convenceríamos ninguém; talvez muito mais vantajoso seria confinar a discussão entre os limites das vantagens particulares, individuais de aplicar o método. Então vejamos. A pergunta é sempre a mesma; -"que vantagem poderíamos ter em gastar CR$ 65.000,00 em um projeto somente? O projeto não é o prédio; muito pelo contrário, somente uma despesa a mais! Contratando a construção o projeto viria de graça, feito pelo próprio construtor e nós economizaríamos 5% sobre o valor do prédio. Com esses 5%, no caso de querermos gastá-lo, até poderíamos melhorar algumas condições do edifício; enriquecer alguns materiais etc..."

Garanto que os argumentos acima lhe foram expostos mais de uma vez. São os que sempre vejo empregados em ocasiões dessas e nunca mudam. São também os mais fáceis de rebater e os menos inteligentes.

Senão vejamos: "...O projeto sempre custa alguma coisa. O construtor que o fizer terá, sem dúvida que empregar engenheiros e desenhistas para isso. Terá de empregar gente para calcular concreto, para calcular aquecimento, eletricidade, etc... O construtor cobrará essa despesa do proprietário através da comissão para a construção. Tanto isso é verdade que, se você apresentar aos construtores um projeto completamente pronto, ele cobrará percentagem menor para a construção porque dirá, "não terei despesas no escritório". Suponhamos que a taxa de honorários para a construção seja de 10 a 12%, inclusive o projeto. Se você der o projeto, encontrará quem lhe faça por 6 ou 8%. Daí você conclui que o projeto que você pagou ao arquiteto 5%, já representa nessa ocasião somente 1% ou 2% a mais do que o preço geralmente previsto.

Mas eu desejo provar que o plano geral, feito com antecedência, é economia e não despesa. Então vamos continuar. Ninguém pode negar, nenhum construtor, nenhum cliente, que o projeto feito pelo técnico, contém em si uma previsão maior dos diversos detalhes do que o projeto rabiscado pelo construtor e verificado pelo proprietário. Faça uma experiência. Tome um plano que esteja em início de construção e pergunte a quem o dirige: por onde passam os canos de aquecimento? Por onde passam os canos de esgoto? O senhor vai fazer antes isso ou aquilo? Garanto que não sabem.

Responderão: "provavelmente passarão por aqui ou ali, farei isto ou aquilo antes. Se na ocasião de executar um serviço, verificar-se um contratempo qualquer, um cano que não pode passar porque tem uma porta, um esgoto vai ficar aparecendo no andar de baixo; o construtor resolve em função do problema, no momento. Ele dá voltas com o cano ou faz um forro falso para esconder o esgoto que iria aparecer em baixo. Entretanto se isso tivesse sido previsto, não precisaria de forro falso ou qualquer outra coisa. No papel, teria sido procurada e encontrada a solução mais econômica, para o caso, a mais bonita.

Consulte um construtor experimentado ou alguém que já tenha construído e todos serão unânimes em contar-lhe pequenas calamidades que apareceram. Eu já ouvi diversas vezes, por exemplo: "Quando colocamos as fundações no terreno nós vimos que o quarto ficaria enterrado. Então levantamos as fundações mais cinqüenta centímetros para dar certo. Por isso deu uma escada na entrada e ficou com um porão, etc... Se você calcular quanto mais caro ficou a imprevisão, você verá a vantagem de ter um projeto estudado. O arquiteto teria dado uma disposição diferente nos cômodos de maneira que o tal quarto não ficasse enterrado, sem ter que aumentar as fundações e assim economizaria o dinheiro com o qual se faria pagar.

Se o proprietário não ganhasse nada, ainda teria para si uma solução melhor e um motivo para valorizar seu imóvel. O construtor por exemplo não projetaria as instalações elétricas. Ele chamaria um instalador "prático" e o homem disporia a coisa à sua vontade. Usaria os canos que ele quisesse e os fios que achasse melhores. Bem curioso, não é ? Poucos entendem disso e ninguém iria fiscalizar o homem. Acontece, porém que os fios, quando são fios demais em relação à corrente que transportam, dão muitas perdas, e essas se traduzem em despesa mensal maior de energia para você durante os 50 ou 100 anos de funcionamento do hospital; assim você pagaria 100 vezes um bom projeto de distribuição de eletricidade. Estou apenas repetindo casos cotidianos.

Do funcionamento do hospital ainda mais, o construtor provavelmente não entende e nem terá tempo suficiente para estudar. Ele não é especializado em hospitais porque isto é Brasil e depois não estudam porque não é o seu métier. Ora, assim sendo, ele vai confiar em você. Você conhece hospitais já feitos e em funcionamento, como hospitais, não como construções. Os seus preconceitos, a respeito, o construtor repetirá com o dinheiro de seu bolso. As soluções que, para alguns casos que você viu, são soluções econômicas poderão constituir soluções caríssimas, no seu caso. Rematando, sua casa de saúde não teria o melhor aspecto porque faltou um artista.

Arquitetura, é construção e arte. Arte. Arte não tem livro de regulamento que ensine. Nasce dentro de cada um e desenvolve-se como conjunto de experiências. Procure um homem que possa das à sua casa de saúde, além das características de um hospital eficiente pelo perfeito planejamento das diversas sessões, um valor artístico indiscutível.

O valor artístico é um valor perene, enorme, inestimável. É um valor sem preço e sem desgaste. Pelo contrário, aumenta com os anos à proporção que os homens se educam para reconhecê-lo. O valor artístico subsiste até nas ruínas. Os anos correm e desgastam o material, enquanto valorizam o espiritual.

Com a consciência limpa termino minha proposta. Está em suas mãos a responsabilidade de decidir entre os caminhos. De um lado eu me coloco, não só, mas como representante dos arquitetos brasileiros, defendendo a economia, a ordem e acima de tudo, o futuro. De outro lado, o empirismo, a reação, a imprevisão.

Qualquer solução que você venha a dar não mudará as relações entre nós, nem sua opinião futura sobre o que acabo de escrever. Se o prédio for bom, bem projetado, bem planejado, por um bom arquiteto, você gostará, todos gostarão; se ele não prestar, se custar muito, se não funcionar, ser for feio ou sem personalidade, sem valor artístico, sem plano nenhum, o resultado será o mesmo. Em todos os dois casos você adquirirá experiência e acabará por trabalhar sempre do meu lado e com os meus argumentos. Nós venceremos sempre como eu queria demonstrar.

Pague pois o que eu pedi. É pouco em relação às vantagens futuras. Ou não pague, e as vantagens serão as mesmas, para a sociedade evidentemente, não para você.

Com um abraço afetuoso do amigo certo,

Vilanova Artigas
São Paulo, julho de 1945

Carta retirada do livro Vilanova Artigas Série Arquitetos Brasileiros, paginas 49, 51 e 52

terça-feira, 22 de novembro de 2011

CauRS - Posse dos Conselheiros

A posse dos membros do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio Grande do Sul (Cau/RS), com mandato até 31 de dezembro de 2014, será no dia 25 de novembro de 2011, às 18:30h no auditório da sede do Crea-RS, Rua Guilherme Alves, 1010 em Porto Alegre.

A posse se dará diante da Câmara Especializada de Arquitetura do Crea-RS, cujos Conselheiros Titulares serão convocados, conforme determina o Regulamento Eleitoral.

Data: 25 de novembro de 2011
Horário: 18:30h
Local: auditório da sede do Crea-RS

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Cau - Conselheiros Eleitos 2012/2014

Concluído o processo eleitoral para escolha dos conselheiros (federal e estaduais) que farão parte do Cau, divulgo a relação dos eleitos (titulares e suplentes) para o Rio Grande do Sul. Os nomes entre parênteses se referem aos conselheiros suplentes.

Rio Grande do Sul
10.330 eleitores
6.763 votantes

Chapa 1: 250 votos (3,70% dos votantes) - 1 vaga
Chapa 2: 733 votos (10,84% dos votantes) - 2 vagas
Chapa 3: 4645 votos (68,68% dos votantes) - 16 vagas
Chapa 4: 623 votos (9,21% dos votantes) - 2 vagas
Brancos: 256
Nulos: 256

Conselheiro Federal:

Cesar Dorfman (Gislaine Saibro)

Conselheiros Estaduais:

1 - Roberto Py Gomes Da Silveira (Marcos Antônio Leite Frandoloso)
2 - Alberto Fedosow Cabral (Marcio Gomes Lontra)
3 - Carlos Eduardo Mesquita Pedone (José Carlos Freitas Lemos)
4 - Luiz Antônio Machado Veríssimo (Eduardo Speggiorin)
5 - Carlos Alberto Sant'ana (Carmen Anita Hoffmann)
6 - Joaquim Eduardo Vidal Haas (Nelson Moraes Da Silva Rosa)
7 - Cláudio Fischer (Gabriel Cruz Grandó)
8 - Nino Roberto Schleder Machado (Tiago Holzmann Da Silva)
9 - Nirce Saffer Medvedovski (Geraldo Da Rocha Ozio)
10 - Maria Bernardete Sinhorelli De Oliveira (Marcio De Mendonça Lima Arioli)
11 - Cristina Duarte De Azevedo (Cláudia Rembowski Casaccia)
12 - Núvia Margot Menezes Jardim (Rafael Pavan Dos Passos)
13 - Sérgio Luiz Duarte Zimmermann (Daniela Marzola Fialho)
14 - Fernando Oltramari (Ricardo Bertoldo Lângaro)
15 - Paulo Iroquez Bertussi (Ednezer Rodrigues Flores)
16 - Paulo Ricardo Bregatto (Alexandre Couto Giorgi)
17 - Marcelo Petrucci Maia (Katie Pereira Macedo Lima)
18 - Alvino Jara (Raquel Rhodem Bresolin)
19 - Clarissa Monteiro Berny (Eduardo Viola Marty)
20 - Rosana Oppitz (Osório Afonso De Queiroz Júnior)
21 - Fausto Henrique Steffen (Rafael Weber)