terça-feira, 29 de julho de 2008

Premiação do Opera Prima

Na terça-feira da próxima semana, às 20:00h do dia 05 de agosto de 2008, estará acontecendo o grande evento de premiação do Concurso Opera Prima 2008. Este evento acontecerá no Porão das Artes - Bienal de São Paulo, Parque do Ibirapuera, em São Paulo / SP.

Neste evento serão divulgados os resultados finais dos Prêmios e Menções Honrosas do Opera Prima 2008 e da Categoria Projetando com PVC. Juntamente com a premiação acontecerá a exposição dos 25 trabalhos classificados para os Concursos Opera Prima 2008 e os 5 trabalhos classificados para o Projetando com PVC.

O IAB, a Revista PROJETODESIGN, a Joy Eventos e a BRASKEM (patrocinadora exclusiva do Concurso Opera Prima), informa que dentre os 25 projetos finalistas no Opera Prima 2008, 20 trabalhos receberão Menção Honrosa, 05 trabalhos receberão o Prêmio Opera Prima, e, entre os 05 finalistas da Categoria Projetando com PVC, 02 trabalhos receberão o Prêmio Projetando com PVC, oferecidos pela Braskem ao autor e professor-orientador e 03 trabalhos receberão menção honrosa.

O Concurso em Números, nesta edição:


413 trabalhos recebidos
126 cursos de Arquitetura e Urbanismo participantes
126 trabalhos selecionados nas etapas regionais
25 classificados na etapa nacional do Opera Prima 2008
5 classificados na Prêmio Projetando com PVC

Abaixo listo os trabalhos classificados:

20º CONCURSO NACIONAL DE TRABALHOS FINAIS DE GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO DOS FORMANDOS DE 2007 - TRABALHOS CLASSIFICADOS NOS JULGAMENTOS REALIZADOS de 07 a 10 de maio de 2008

Comissões Julgadoras:


REGIÕES 1 E 3
ARQ. ANTÔNIO CARLOS CAMPELO COSTA / CE
ARQ. GILSON PARANHOS / DF
ARQ. SAUL VILELA MARQUEZ / MG


REGIÕES 4 E 5
ARQ. EDUARDO SIMÕES BARBOSA / ES
ARQ. FERNANDO ALENCAR / RJ
ARQ. ROBERTO LOEB / SP


REGIÃO 2
ARQ. JOÃO EDMUNDO BOHN NETO / SC
ARQ. PAULO RICARDO BREGATTO / RS
ARQ. RICARDO PEREIRA / PR

COMISSÃO JULGADORA NACIONAL E PRÊMIO PROJETANDO COM PVC

ARQ. ANTÔNIO CARLOS CAMPELO COSTA / CE
ARQ. FERNANDO ALENCAR / RJ
ARQ. GILSON PARANHOS / DF
ARQ. RICARDO PEREIRA / PR
ARQ. ROBERTO LOEB / SP
ENG. CARLOS FELIPE DE ALMEIDA NOBRE (Prêmio Projetando com PVC)
ENG. LUCIANO NUNES (Prêmio Projetando com PVC)

OPERA PRIMA - 25 TRABALHOS FINALISTAS
20 receberão Menção Honrosa e 05 receberão o Prêmio Opera Prima


009
CASA X ATELIER
Classif.: Finalista
Autora: Cristiane Agostini de Andrade
Orientador: Felipe Helfer
UNIRITTER - Centro Universitário Ritter dos Reis, Porto Alegre / RS


016
ESCOLA DE MÚSICA
Classif.: Finalista
Autor: Daniel Prujá
Orientador: Ronaldo de Azambuja Ströher
Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS, São Leopoldo / RS

017
UNIVERSIDADE LIVRE DO MEIO AMBIENTE - UNILIVRE
Classif.: Finalista
Autora: Vivian Winther Biazus
Orientadora: Eneida Ripoll Ströher
Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS, São Leopoldo / RS

020
MOSTEIRO CARTUSIANO
Classif.: Finalista
Autor: Alexandre de Menezes Rossi
Orientador: Paulo Edison Belo Reyes
Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS, São Leopoldo / RS

023
UNIDADE MULTIFUNCIONAL TEMPORÁRIA - CENTRO DE PESQUISA AMBIENTAL ITINERANTE
Classif.: Finalista
Autora: Virgínia Czarnobay Vannini
Orientador: Voltaire Pacheco Danckwardt
Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS, São Leopoldo / RS

035
ESCOLA DE FOTOGRAFIA
Classif.: Finalista
Autora: Camilla Pereira
Orientador: Paulo Ricardo Bregatto
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre / RS

064
SINAGOGA
Classif.: Finalista
Autor: Fernando Fisbein
Orientador: Marco Cezar Dudeque
Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba / PR

103
CONTAINER EISENBAHN
Classif.: Finalista
Autora: Ligia d’Ávila Piccini
Orientadora: Marta Silveira Peixoto
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre / RS

111
INTERVENÇÃO URBANA SANTA CECÍLIA: PROPOSTA DE ARTICULAÇÃO ENTRE ESPAÇO PÚBLICO E ARQUITETURA
Classif.: Finalista
Autora: Renata Gonçalves Mendes
Orientadores: Juan Villà Martinez e Luiz Guilherme Rivera de Castro
Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo / SP

124
NOVA SEDE MAC - BARRA FUNDA / SP
Classif.: Finalista
Autora: Cassia Lopes Moral
Orientadores: Tito Lívio Frascino e Carlos Alberto Coelho
Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo / SP

130
CENTRO DE LAZER E CULTURA EM SANTOS
Classif.: Finalista
Autora: Maria Fernanda Ribeiro Ornelas
Orientador: Lucas Fehr
Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo / SP

131
ESCOLA DE ARQUITETURA E URBANISMO
Classif.: Finalista
Autor: Cassio Oba Osanai
Orientador: Tito Lívio Frascino
Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo / SP

137
POUPATEMPO SACOMÃ
Classif.: Finalista
Autora: Jaqueline de Oliveira
Orientadores: Jorge Pinto Furini e Mario Biselli
Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, São Paulo / SP

190
CENTRO DE REQUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL E REINTEGRAÇÃO SOCIAL
Classif.: Finalista
Autor: Ricardo Alexandre da Cruz
Orientador: Antonio Carlos Sant´Anna Junior
Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo / SP

247
CENTRO DE ARTE CONTEMPORÂNEA LIUBA
Classif.: Finalista
Autora: Ana Terra Capobianco
Orientador: Fábio Valentim
Escola da Cidade - Associação de Ensino de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo / SP

252
O CONTATO DA MARÉ COM A BRASIL
Classif.: Finalista
Autora: Lígia Tammela de Faria e Souza
Orientador: Pablo Cesar Benetti
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro / RJ

266
RESTAURAÇÃO DA AGÊNCIA CENTRAL DOS CORREIOS DE PETRÓPOLIS
Classif.: Finalista
Autora: Erika Pereira Machado
Orientador: Eduardo Mendes de Vasconcellos
Universidade Federal Fluminense, Niterói / RJ

288
BIBLIOTECA DOS SUBÚRBIOS
Classif.: Finalista
Autora: Cinthia Rosa Silva dos Santos
Orientadores: Naia Alban Suarez e Nivaldo Vieira de Andrade Junior
Universidade Federal da Bahia, Salvador / BA

293
CEMITÉRIO DENTRO DO PARQUE
Classif.: Finalista
Autor: Kleber dos Santos Carvalho
Orientadora: Susana Acosta Olmos
Universidade Federal da Bahia, Salvador / BA

327
REUTILIZAÇÃO DA ANTIGA FÁBRICA SÃO JOSÉ PARA USO HABITACIONAL
Classif.: Finalista
Autora: Juliana Romero de Arruda
Orientador: Domingos Cruz Linheiro
Universidade de Fortaleza, Fortaleza / CE

354
MUSEU DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA
Classif.: Finalista
Autora: Thais Pompêo de Pina
Orientadora: Neusa Cavalcante
Universidade de Brasília, Brasília / DF

363
SANTUÁRIO URBANO - ATUALIZAÇÃO TIPOLÓGICA DO ESPAÇO SAGRADO
Classif.: Finalista
Autor: João Carlos Santos Kuhn
Orientadoras: Gabriela Izar dos Santos e Maria Emilia Bastos Stenzel
Centro Universitário de Brasília - UNICEUB, Brasília / DF

368
MORRO DAS PEDRAS
Classif.: Finalista
Autora: Luciana Rocha Pietra
Orientadoras: Denise Morado Nascimento e Roberta Vieira Gonçalves de Souza
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte / MG

379
IMPLANTAÇÃO DE HORTAS VERTICAIS EM ÁREAS URBANAS RESIDUAIS
Classif.: Finalista
Autora: Dulce Bonfim Lopes da Silveira
Orientador: William Ramos Abdalla
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte / MG

392
BIBLIOTECA PÚBLICA MUNICIPAL DE BETIM
Classif.: Finalista
Autora: Isabela Francisco Zennaro
Orientador: Sérgio Ricardo Palhares
Fundação Mineira de Educação e Cultura – FUMEC, Belo Horizonte / MG

PRÊMIO PROJETANDO COM PVC -
05 TRABALHOS FINALISTAS
02 receberão o Prêmio Projetando com PVC - Uso Intensivo e Uso Criativo -, oferecidos pela Braskem para o autor e para o professor orientador e 03 receberão menção honrosa

128
NOVA SEDE DA ORQUESTRA SINFÔNICA DE PORTO ALEGRE
Classif.: Finalista
Autora: Julia Chaves Venzon
Orientador: Sami Bussab
Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo / SP

301
CENTRO DE TRIAGEM E RECICLAGEM DE LIXO URBANO
Classif.: Finalista
Autora: Marcela Falcão Toledo de Albuquerque
Orientador: Alexandre Márcio Toledo
Universidade Federal de Alagoas, Maceió / AL

353
ATHOS GALERIA DE ARTE
Classif.: Finalista
Autora: Camilla de Paula Carvalho do Valle
Orientador: Nonato Veloso
Universidade de Brasília, Brasília / DF

355
QUADRA 201 LOTE 3 - EDIFÍCIO HABITACIONAL - ÁGUAS CLARAS, BRASÍLIA
Classif.: Finalista
Autor: Eduardo Augusto Ribeiro de Sousa e Silva
Orientador: Cláudio José Pinheiro Villar de Queiroz
Universidade de Brasília, Brasília / DF

388
ESTRUTURA DE SUPORTE TURÍSTICO E LOCAL NA ESTRADA REAL
Classif.: Finalista
Autor: André de Oliveira Pinto
Orientadora: Natacha Silva Araujo Rena
Fundação Mineira de Educação e Cultura – FUMEC, Belo Horizonte / MG

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Formatura da FauPucRS

Na sexta-feira que passou participei da formatura do curso de arquitetura e urbanismo da PucRS. Fato que me deixou muito emocionado, pois na condição de paraninfo da turma tive o privilégio de ver e ouvir ao longo da solenidade de formatura, além da alegria dos alunos, as homenagens que me prestaram relatando no discurso dos oradores, os fatos que motivaram minha escolha para tão honrosa missão.

A indicação para eu apadrinhar esta turma me trouxe muita alegria e me envolveu, ao longo deste semestre que passou, de uma emoção difícil de explicar, pois penso ser uma grande distinção acadêmica ser escolhido para proferir as palavras finais, num momento em que os alunos terminam uma etapa importante de suas vidas e dão início a outra, tão ou mais importante, indo na direção das demandas da vida profissional.

E diante disto, não posso negar que tudo o que ouvi deles, nas festas que fui ao longo do semestre (principalmente aquela festa na casa da Carlinha Krug, após a divulgação das notas, onde fui tomado de susto e de muita emoção pelas manifestações positivas feitas pelos alunos, em especial, pelo meu querido amigo Diego Tombini, entre outros), no texto do discurso dos oradores (Johanna e Diego) e nas recepções que fui ao término da formatura, tomou meu coração de muita emoção e surpresa na noite de sexta-feira.

O que mais me surpreendeu (e neste caso me alegrou muito) foi o reconhecimento, expresso nas palavras dos alunos, de coisas que fazemos naturalmente e sem sentir, ou quem sabe, sem reconhecer a dimensão exata do significado e valor daquilo que fazemos, ao longo dos afazeres diários no eteliê de projeto, diante das várias demandas da vida universitária. De fato, tenho por esta profissão (tanto de arquiteto e urbanista, quanto de professor universitário) um carinho e um amor imensuráveis que me fazem, às vezes, não fazer distinção entre uma e outra e que me fazem, também, com muita disposição e de maneira incondicional abrir espaços no meu dia-a-dia que muitas vezes eu nem tenho. Mas faço isto com vontade, com alegria, com entrega e com a certeza de que, fazendo isto, estou cumprindo a minha missão, fazendo o melhor para a formação de cada aluno e, por conseqüência disto, também para a própria profissão.

Portanto, meus queridos amigos e colegas, mais uma vez muito obrigado pela grande oportunidade de acompanhar vocês na noite da formatura e muito obrigado, também, por todas as manifestações de carinho e afeto que vocês me encaminharam ao longo deste semestre e nas motivadoras palavras que me foram ofertadas no texto do discurso dos oradores. Tomarei sempre estas homenagens como um grande incentivo para o meu trabalho diário no ateliê de projeto.

Um abraço apertado!
Contem sempre comigo!
Vocês estão tatuados no meu coração!!

DISCURSO DO PARANINFO

Componentes da mesa já citados,
Familiares e amigos aqui presentes,
Meus queridos colegas arquitetos e urbanistas:

Não conheço maior distinção acadêmica do que esta que vocês agora me proporcionam, me escolhendo para fazer uso desta tribuna para proferir algumas palavras de despedida, neste momento em que vocês finalizam uma etapa importante de suas vidas, trocando os desafios universitários pelas demandas da vida profissional, me outorgando esta honraria de ser o padrinho desta turma de jovens e muito bem preparados profissionais da arquitetura e do urbanismo.

Neste instante, diante desta homenagem, minha felicidade é dupla:

Primeiro, pelo grande carinho que tenho por esta turma, muito especial para mim, onde tive o privilégio de fazer grandes amigos (o que mais se leva desta vida, senão a benção de, além de fazer o nosso trabalho diário, ter a oportunidade de fazer amigos?) e segundo, pelo momento tão especial e simbólico em que nossa escola de arquitetura e urbanismo, às vésperas de completar 12 anos de existência, forma a sua 15ª turma e, cada vez mais, se implanta e se fortalece no competitivo cenário nacional.

Penso que este honroso convite foi originado por aqueles sentimentos mútuos de parceria, companheirismo, simpatia e amizade, sempre tão presentes durante os anos que convivemos juntos dentro do ateliê nas disciplinas que cursamos, nos corredores, nas muitas festas, nas fundamentais e inesquecíveis viagens de estudos, onde sempre movidos pelo sentimento de alegria e curiosidade sobre o mundo a nossa volta, buscávamos entender melhor, pela ótica do nosso ofício, o comportamento humano diante dos mais diversos espaços, assim como, buscávamos, também, participar sempre ativos da definição dos novos rumos para o ensino de arquitetura e o fortalecimento, sempre necessário, dos princípios da ética para o desenvolvimento da nossa profissão.

Lembrar disto significa para mim consolidar na linha do tempo a importância de todos os nossos fraternais momentos dentro desta escola. Guardo na memória e no coração os fatos e momentos de efervescência criativa no ateliê e, também, nas mesas dos bares, quando o horário regular da aula não se mostrava suficiente para esgotar nossas curiosidades e angústias sobre as grandes questões da nossa profissão.

Quantos projetos de arquitetura e, principalmente, sonhos e projetos de vida esboçamos e resolvemos juntos em toalhas de mesa e guardanapos de papel?

Ao longo deste semestre, contagiado pela alegria de vocês, me dei conta que vinte anos já se passaram desde a minha formatura... Parece que foi ontem!!! É incrível como, na lida diária, referenciados pelos acontecimentos e solicitações pontuais da vida e da nossa profissão, não percebemos a passagem do tempo. E nossas vidas, meus colegas, são sempre uma sucessão de rituais de passagem...

Nascemos, crescemos, fazemos escolhas, amadurecemos... São os grandes momentos que a vida nos oferece para estarmos diante dos nossos desafios – aqueles que estão reservados para nós e, principalmente, aqueles que assumimos por vontade própria. São os momentos para estarmos diante da nossa capacidade de entender, enfrentar, revolver e superar definitivamente cada um destes desafios.

Desviar ou desistir deles significa, na maior parte das vezes, perder estas oportunidades de crescimento e amadurecimento e querer trilhar somente o caminho das coisas fáceis e das verdades absolutas é, também, visitar o terreno dos fracos, daqueles que vieram à vida sem a força da alma, sem uma missão a cumprir e sem o desejo das grandes descobertas e conquistas.


Mas, às vezes, não basta apenas se deixar levar pela superficial vaidade e pelo cumprimento burocrático destas tarefas e decisões. Aceitar um desafio – e, por conseqüência, fazer por merecer as emoções deste ritual de passagem – não é somente executar estas tarefas. É preciso fazê-lo com dedicação, com entusiasmo, fazê-lo com amor no coração, pois sabemos bem que poucas são as coisas, nesta vida, que fazemos bem sem a doce e necessária presença do amor...

Não são poucas as vezes em que, diante das dificuldades aparentemente insolúveis, nos debruçamos sobre as nossas angústias e nos perguntamos se estamos no rumo certo... Dúvidas, alguns medos, incertezas, muitas fragilidades e aquele sentimento desconfortável de querer saber o que teríamos encontrado se tivéssemos escolhido um outro caminho...

São as páginas que diariamente viramos. Nossa vida é um livro de páginas brancas que cabe a cada um de nós preenchê-lo. E é nesta hora que temos que mostrar toda a nossa fibra, mostrar ao que viemos e do que somos capazes, assumir de fato e definitivamente a nossa maior missão que é construir, com ações colaborativas, ética e paz de espírito a vida e o futuro que queremos ter.

Às vezes é preciso parar, respirar fundo, refletir sobre os erros, assumir algumas perdas, reorganizar os momentos difíceis, esvaziar a cabeça e realimentar o coração com pensamentos leves e doces, para, então, poder vibrar com energia infinita diante das nossas grandes vitórias.

Deste lugar que vocês se encontram e que sentaram ainda aspirantes, daqui alguns instantes, ao término desta cerimônia, se erguerão arquitetos e urbanistas e serão, portanto, os mais dignos herdeiros das valiosas qualidades e honrosas tradições do nosso ofício e, também, da grande tarefa de fortalecer, com o fruto do vosso trabalho, a cultura local e nacional e a tradição da intelectualidade brasileira, de maneira ética e honesta, sempre tendo em vista os interesses e necessidades mais gerais da sociedade em que vivemos.

Nossa arquitetura, num passado recente, alcançou sucesso e expressão mundiais justamente por apresentar aspectos plásticos e técnicos originais e inovadores, caracteristicamente brasileiros. Assim como no passado, ainda hoje, as maiores expressões internacionais da arquitetura e do urbanismo, demonstram interesse por nossos feitos e vem beber em nossa fonte.
Esta herança arquitetônica, que vocês recebem agora, confirma na prática, que a construção de uma identidade nacional artística e técnica é alcançado na medida em que arte e técnica atendem as demandas locais e refletem as expressões mais típicas do nosso povo.

Nosso desafio não é fácil. Como arquitetos e urbanistas temos que ser incansáveis para investigar e conhecer as origens dos nossos valores artísticos e, nutridos destas origens e do avanço técnico do mundo contemporâneo, contribuir para a criação de soluções arquitetônicas originais que continuem a nos distinguir universalmente e que nos afastem, definitivamente, do uso acrítico de uma linguagem internacional e da falta de crítica histórica que reedita antigos estilos e os vende como uma nova forma de viver!!!

Além disto, meus arquitetos, temos que ter em mente que estas conquistas, acima de tudo, não devem nos afastar do conhecimento da realidade social e econômica do país em que vivemos, onde as grandes concentrações monetárias ainda nos caracterizam como país rico de povo economicamente pobre.

No quadro da arquitetura e do urbanismo e de todas as outras atividades técnicas e artísticas, nos defrontamos sempre com a contradição básica imposta por este desequilíbrio social: somos um país rico, de imensas dimensões e possibilidades, mas cujo povo, em grande parte, ainda vive em condições ingratas e desumanas de grande atraso e carecendo do vosso trabalho.

O mercado de trabalho atual, com suas inumeráveis oportunidades, mas, também, com suas perigosas armadilhas, carece de nova formatação, assim como, outras tantas oportunidades de trabalho, ainda adormecidas aguardando por nós, necessitam ser lapidadas com afinco, inovação e empreendedorismo. A crise energética internacional e o desequilíbrio mundial do meio ambiente assumem patamares preocupantes, exigindo dos arquitetos e urbanistas atitudes inovadoras e sustentáveis. Para tal, o fortalecimento ético da nossa categoria passa, também, pelo vosso necessário trabalho na política profissional, revisando e divulgando os princípios da moral e da ética, muitas vezes, deixados de lado na concorrência imposta pela urgência das decisões.


Meus arquitetos, estas constatações do mundo como está, com muitos valores éticos e morais esquecidos, transformados e sucateados, não nos devem levar ao comodismo de quem acha que nada pode ser feito, mas a estimular cada vez mais a nossa atividade criativa e reformista. O progresso de uma nação não é fruto do acaso, mas do resultado dos esforços corajosos e constantes dos seus filhos, portanto, é importante reconhecer a força transformadora do nosso talento e o quanto a nossa capacidade é ilimitada. Seremos amanhã, o somatório dos nossos esforços conjuntos de ontem e de hoje.

Trata-se, portanto, meus caros colegas, de encontrar um caminho que, em parte, nos afaste das posições confortáveis e acadêmicas, que muitas vezes temos assumido, para nos colocar como precursores deste processo de construção de um mundo melhor, pela ótica da nossa profissão. Neste momento em que vocês estão prestes a sair da nossa escola para enfrentar a vida profissional, torna-se necessário reconhecer que o futuro de cada um de vocês se funde com o futuro da sociedade em que estamos todos inseridos. A alegria, a felicidade, o sucesso, a segurança e a paz que, individualmente, queremos ter será sempre aquela que conseguirmos construir para todos.

Desejo-lhes nesta próxima jornada que hoje se inicia muito sucesso, mas acima de tudo muita coragem, pois a coragem nos dá a base sólida para sabermos superar todas as dificuldades. Coragem para durar e agüentar, coragem para viver, coragem para suportar, para combater, para enfrentar, para resistir, para perseverar. A coragem não se refere apenas ao futuro, ao medo ou à ameaça. Refere-se, também, ao presente, e sempre está ligada à vontade, muito mais do que à esperança. Afinal, só esperamos o que não depende de nós, só queremos o que depende de nós. É por isto que a esperança, ao meu ver, só é uma virtude para aqueles que aguardam imóveis a chegada de tudo, ao passo que a coragem é uma virtude para qualquer um. A coragem não é um saber, mas uma decisão. Não é uma opinião, mas um ato.

Desejo-lhes, portanto, que a emoção desta noite lhes fortaleçam a coragem e lhes tragam toda a lucidez necessária para a definição dos próximos desafios com energia infinita para perseguir a solução de todos eles. E que este ritual de passagem que agora estamos vivendo juntos, deixe lá no passado todas as suas angústias e todos os seus fantasmas errantes, que a dor e o cansaço sejam transformados em energia para a vida, que os medos sirvam somente para balizar o caminho da ética e das virtudes e que, acima de tudo, o sonho seja sempre o maior combustível na busca da realização profissional e pessoal.

Desejo-lhes, meus queridos arquitetos, um futuro brilhante, cheio de realizações e conquistas estáveis. Que esta saudade, que a partir de agora começa a povoar os nossos corações, lhes tragam sempre a doce lembrança dos momentos felizes em que estivemos juntos e lhes tragam, também, a certeza de que esta casa sempre será de vocês e sempre estará com suas portas abertas para recebê-los com suas grandes vitórias, novas dúvidas e muitas alegrias.

Penso que a alegria é o estado de saúde que devemos sempre buscar, mais que a própria felicidade, pois a alegria não é um estado de espírito, como se supõe ser a felicidade, mas sim uma sensação. Alegria, coisa tão incerta como o vento que sopra lá fora, que tem dias que vem, dias que não vem, que às vezes é tão forte que vira tufão, outras parece apenas brisa suave, que pode vir do sul ou do norte, do leste ou do oeste, mas que vem, queiramos ou não, na hora ou do jeito que bem entender...

Mais uma vez muito obrigado por este convite!!! Tomarei, para sempre, esta honrosa distinção como um grande incentivo para o meu trabalho diário dentro do ateliê. Para mim, foi um grande privilégio e uma honra imensurável participar deste ritual de passagem ao conduzi-los até aqui!!

Muito sucesso nesta próxima jornada!
Contem sempre comigo e com esta casa!!
Muito obrigado!!!

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Arquitetura & Urbanismo

Outra boa sugestão de leitura de férias é o livro comemorativo da passagem dos 10 anos da faculdade de arquitetura e urbanismo da PucRS. Intitulado, Arquitetura & Urbanismo: Posturas, Tendências & Reflexões, este livro reúne o pensamento e áreas de atuação profissional, técnica e científica dos professores da FauPucRS. São 28 artigos, cuja diversidade expressa a vasta gama de conhecimentos e linhas de pesquisa e investigação científica desenvolvidas pelos vários autores.

Foram 150 dias, desde a encomenda do livro, por parte da direção do curso da FauPucRS, passando pela elaboração de todos os artigos, projeto gráfico, muitas revisões, até chegar o tão sonhado dia em que pegamos na mão o primeiro exemplar, saído quentinho ainda da linha de produção da gráfica. Foi uma experiência fantástica, seja pela oportunidade singular de editar tão importante obra, seja pelo alegre e profícuo convívio com os colegas ao longo das infinitas revisões ou pela grande parceria e objetividade dos colegas do núcleo editorial da FauPucRS.

Valeu mesmo muito a pena!
Tanto, que já estamos confeccionando o livro dois.
Leiam atentamente este, enquanto aguardam o próximo!!!

Arquitetura & Urbanismo:
Posturas, Tendências & Reflexões
Edição de textos comemorativa
aos 10 anos da FauPucRS
1996-2006

Organizadores:
Maria Beatriz Medeiros Kother
Mário dos Santos Ferreira
Paulo Ricardo Bregatto

390 páginas
EDIPUCRS - 2006

Tem artigos publicados neste livro os seguintes autores, na ordem das publicações: Ana Rosa Sulzbach Cé, Beatriz Regina Dorfman, Carlos Alberto Hübner, Cristiana Brodt Bersano, Deli Garcia Barreto, Antenor Balbinot, Maria Alice Dias, Marcos Pereira Diligenti, Felipe Brasil Viegas, Gláucia Souza Figueiró, Isabel Bet Viegas, Gilberto da Costa, Günter Weimer, Jairo José de Oliveira Andrade, José Carlos Marques, José Luiz Fernandes Cogo, Leda Lísia Franciosi Portal, Leila Nesralla Mattar, Lígia Maria Sampaio de Medeiros, Maria Beatriz Medeiros Kother, Maria Regina de Mattos, Mario dos Santos Ferreira, Paulo Ricardo Bregatto, Nara Helena Machado, Paulo Cesa Filho, Paul Dieter Nygaard, Paulo Horn Regal, Paulo Renato Silveira Bicca, Paulo de Tarso da Silveira Müller, Raquel Rodrigues Lima, Renato Menegotto, Renato da Silva Solano, Rosana Picoral e Sílvio José Jaeger Rocha.

Abaixo, descrevo a introdução do livro para compreensão da sua proposta editorial e conteúdo.

INTRODUÇÃO

Nada mais apropriado que comemorar dez anos de existência inserindo, na linha do tempo do conhecimento humano, o pensamento do corpo docente "da casa", na forma de artigos, com abordagens sob a ótica profissional ou acadêmico-científica.

Esta publicação constitui um dos fatores responsáveis pelo patamar de destaque nacional, alcançado pela FAUPUCRS. Acredita-se que o ensino e a formulação do conhecimento, neste novo século, estão alicerçados na união entre teoria e prática, buscando reverter o distanciamento, muitas vezes presente, entre a universidade e a comunidade, através de uma condição equilibrada entre ensino, pesquisa e extensão.

A publicação aborda tendências e teorias das diversas sub-áreas de conhecimento e aplicação, envolvidas no espectro de atuação do ensino e da pesquisa em Arquitetura e Urbanismo. São 28 artigos que tratam de assuntos pertinentes à teoria da arquitetura e urbanismo, metodologia do projeto, tecnologia da construção, expressão gráfica, dentre outros.

Apresenta temas que o arquiteto do novo milênio necessita considerar no decurso de sua atividade profissional ou acadêmica, além de sua vocação e formação - método, tecnologia e mercado - mensionados originalmente no primeiro projeto acadêmico do curso. Na leitura dos artigos, poderá se observar a grande diversidade de temas e pontos de vistas abordados pelos autores. A convivência na diversidade permite compreensão da dimensão real dos conflitos no contexto atual da humanidade. A arquitetura, um híbrido de humanismo e tecnologia deve, obrigatoriamente, estar inserida neste cenário.

Os organizadores manifestam seu agradecimento à Reitoria, pelo apoio institucional e financeiro, à Direção, aos docentes e funcionários da FAUPUCRS e a todos que, de alguma maneira, contribuíram para a realização desta publicação. Ser educador significa investir na propagação das idéias para geração do conhecimento. Esta obra é especialmente dedicada aos alunos da FAUPUCRS, em respeito à sua perseverança e seu desejo de transformar o mundo.

Maria Beatriz Medeiros Kother
Mários dos Santos Ferreira
Paulo Ricardo Bregatto
(organizadores)

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Documentos de Arquitetura

Traços&Pontos de Vista

Hoje estou trazendo, como dica de leitura de férias, o livro comemorativo da passagem dos 30 anos do curso de arquitetura e urbanismo da Ulbra. Ele foi elaborado ao longo do ano de 2004 e foi lançado em 2005, ainda dentro das atividades de comemoração dos 30 anos da FauUlbra. O livro está organizado a partir da reunião de 11 artigos elaborados por professores da casa e colaboradores e expressa a linha de pensamento e investigação técnico-científica dos seus autores.

Tem artigos neste livro os seguintes autores: Antonio Amado, Marcelo Pontes, Karen Haas, Luiz Carlos Zubaran, Ghissia Hauser, Manel Taboada, Lygia Marques, Pery Bennett, Rosalia Fresteiro, Mônica Russomano e Paulo Ricardo Bregatto.

O projeto gráfico do livro foi proposto pelo meu grande amigo arquiteto e designer Gabriel Gallina e a capa tem desenhos de autoria, também, do meu grande amigo arquiteto e artista plástico Diniz Álvaro Machado.

Para melhor entendimento da proposta editorial do livro e seu conteúdo trago, a seguir, a apresentação contida nas páginas 6 a 8.



Documentos de Arquitetura
Traços&Pontos de Vista
Paulo Ricardo Bregatto (organizador)
Editora da Ulbra
240 páginas
Canoas
2005

APRESENTAÇÃO

Não posso negar que recebi com muita alegria e emoção o convite para organizar esta publicação. Um pouco mais de responsabilidade e eu não teria aceitado este convite. Mas adepto que sou aos grandes desafios me vi imediatamente envolvido nesta longa, penosa – em alguns casos – mas sempre apaixonante aventura.

O receio inicial, logo nos primeiros dias de trabalho, deu espaço ao prazer imensurável contido, literalmente, nas entre linhas deste mundo editorial. Primeiro, pelo grande desafio editorial, até então conhecido por mim somente pela paixão que tenho pela leitura – estou entre aqueles que acreditam que todo caminho para a restauração da ética humana já está traçado e descrito nos livros, basta chegar até eles, e este caminho deve ser sempre movido por um desejo e por uma escolha pessoal. E segundo, pela data tão simbólica em que nossa escola de arquitetura e urbanismo comemorou, no mês de agosto de 2004, seus 30 anos, dos quais, tenho tido o privilégio de poder acompanhar esta trajetória vitoriosa, durante longos 22 anos – 6 como aluno e 16 como professor.

Mesmo tendo plena consciência que livros técnico-científicos tem um mercado mais restrito, comparado ao mundo editorial das grandes ficções, penso que temos o dever, como curso de arquitetura e urbanismo, de divulgar nossa forma de pensar e agir.

Trinta anos não se comemoram todos os dias. E nada mais apropriado, já que estamos numa prestigiosa universidade, do que comemorar seu aniversário lançando na linha do tempo do conhecimento humano, o pensamento técnico-científico, na forma de artigos, escritos pelos professores da casa e professores convidados.

Estamos acompanhando, ao longo dos últimos anos, um aperfeiçoamento constante na atividade docente, não só pela ótica da sólida e contínua atuação profissional, que sempre caracterizou o seleto e estável corpo docente do nosso curso, mas, e principalmente, pela ótica da especialização acadêmico-docente que, somado ao conhecimento técnico-profissional de cada um, tem nos colocado num patamar de destaque.

Anos de investimento acadêmico na forma de cursos de especialização, mestrados e doutorados, principalmente sem o abandono da atuação técnico-profissional nos escritórios e nos canteiros de obras, trouxeram para o debate diário, dentro das salas de aula e dos ateliês de projeto, o necessário amadurecimento crítico tão fundamental na formulação do conhecimento.

Sabemos, é claro, que não se faz ciência somente na prancheta ou dentro do canteiro de obras, mas sem dúvidas, não podemos prescindir destes grandes laboratórios de aplicação desta ciência materializável que é a arquitetura.

A arquitetura, como sabemos, mais que um ofício, é uma filosofia de vida, pois tratando da espécie humana, dos seus espaços e do mundo que os cerca, deixa pouca coisa sobrando sem a intervenção direta e influência do arquiteto. Através de qualquer janela que olhamos, para qualquer livro que possamos ler, nas viagens que fazemos, no dia a dia do nosso lar, nos afazeres diários do nosso trabalho, nos utensílios que usamos, enfim, em tudo que nos cerca existe a influência da nossa profissão.

Por esta razão, entre outras tantas, somos uma profissão tão, e cada vez mais, viável nos dias de hoje, principalmente quando reconhecemos tantas coisas por fazer neste mundo desigual que temos que mudar e que depende muito da luta e do esforço de cada um.

É preciso dizer que ainda não vencemos os grandes problemas de arquitetura que o nosso povo deseja, urgentemente, ver solucionados. As cidades brasileiras ainda nascem e crescem de maneira caótica e desordenada, totalmente à mercê da ganância imobiliária e dos grandes proprietários e o déficit habitacional atinge patamares alarmantes. Vemos, ainda, que as populações brasileiras, mergulhadas no analfabetismo e sem assistência médica e hospitalar, está clamando por um grande número de edifícios destinados às escolas, hospitais, entre outros.

Esta realidade nos faz acreditar que o verdadeiro ensino está alicerçado na união equilibrada entre a história, a teoria e a prática, rompendo, desta maneira, com o abismo, muitas vezes existente, entre a universidade e a comunidade, buscando atuar em uníssono com o ensino, com a pesquisa e com a extensão.

O que estamos trazendo, então, nesta publicação técnico-científica é a história profissional traçada, até agora, por alguns professores da casa e por professores convidados de outras escolas e que tem se colocado como prestativos colaboradores nesta jornada de ensino. São 11 artigos que expressam esta relação direta entre suas atividades acadêmicas e profissionais, dentro e fora da universidade. Como poderemos notar a partir da leitura criteriosa dos artigos, existe uma grande diversidade de temas e pontos de vista abordados pelos autores sobre o tema arquitetura, urbanismo e construção. Longe de estabelecer, com esta coletânea de artigos, uma ideologia ou uma única forma de pensar, acreditamos que somente na diversidade encontraremos a dimensão real dos conflitos do mundo em que vivemos. O mundo é o palco das diversidades e, portanto, a arquitetura, enquanto ciência, não poderia ficar de fora deste debate.

Certamente o leitor sentirá falta de um ou de outro artigo escrito pelos quase 30 professores do corpo docente (arquitetos e engenheiros), já que outros tantos trabalhos acadêmicos, ainda em desenvolvimento pelos nossos colegas, aguardam represados uma outra publicação. A trajetória para chegar até aqui e viabilizar esta primeira publicação, está nos ensinando as particularidades deste vasto e complexo mundo editorial. Sem dúvida, agora que experimentamos este sabor agradável, num espaço de tempo bem mais curto, outras publicações deverão ser viabilizadas fomentando cada vez mais a crítica, combustível insubstituível na formulação do conhecimento.

Preciso, por fim, externar o quanto pensei nos nossos estudantes, enquanto organizava este trabalho. Lembrar o nosso convívio sempre tão amável e proveitoso significou para mim, despertar novamente, ainda que por breves instantes, a chama de nossos calorosos e fraternais debates. Da simpatia, cordialidade e amizade que sempre está presente durante nossas atividades acadêmicas, dentro do ateliê, nas disciplinas que cursamos, nos corredores, no bar, nas assembléias e reuniões de trabalho onde buscamos novos rumos para o ensino de arquitetura ou o fortalecimento, sempre necessário, dos princípios da ética para o desenvolvimento da nossa profissão.

Tem sido anos cansativos, eu bem sei...

Lembro das mentes incansáveis na busca das ideias e das grandes invenções, da fragilidade dos corações diante das muitas, e quase intransponíveis, dificuldades, lembro da tristeza pelo exílio, muitas vezes necessário, do convívio social e familiar, já que não são poucas as vezes em que, por exigência dos nossos tantos trabalhos, retiramos os alunos dos doces convívios junto aos seus pais, filhos, companheiros e amigos.

Lembro, ainda, das limitações físicas impostas pelos corpos cansados, dos momentos nebulosos onde as tarefas pareciam não caber dentro da linha tênue do tempo. Mas lembro, principalmente, da alegria estampada em cada rosto pelas grandes descobertas, pela superação de mais um desafio, pela experiência mágica de uma invenção ou simplesmente pela oportunidade de estarmos ali, noite após noite, no calor dos verões que se estendiam ou nos implacáveis invernos, testando os nossos limites e fortalecendo cada vez mais as nossas convicções.

A todos os alunos, que possuem o desejo e a coragem infinita de transformar o mundo em que vivemos, dedico esta obra. Esperamos que esta publicação encontre solo fértil no coração daqueles que estudam os meandros da arquitetura, do urbanismo, do paisagismo, do desenho, da construção, do pensamento humano e áreas afins, pois ela foi elaborada com a alegria que somente as grandes comemorações ensejam.

Paulo Ricardo Bregatto

terça-feira, 15 de julho de 2008

Correria de final de semestre


Estou de volta!

Passei uns dias totalmente fora do ar, pois a correria de final de semestre é sempre assim: um exílio das coisas normais da vida cotidiana. Além das várias disciplinas, com todos os seus trabalhos finais e muitas avaliações, neste período ocorrem as bancas de apresentação dos trabalhos finais dos cursos. E esta atividade, mesmo sendo uma curtição - pois, nestes momentos, acontecem as grandes discussões de arquitetura - é bastante cansativa.

Tanto na UniRitter, quanto na PucRS ou na Ulbra (ou nas demais escolas do país), os cursos de arquitetura estão mobilizados para as grandes discussões e os grandes questionamentos elaborados sobre os trabalhos finais de curso pelas bancas examinadoras. Tensões, medos, angústias, muita espera e paciência, por parte dos alunos e orientadores, mas, também, aquele sentimento gostoso de superação e vitória, ao final de cada jornada.

Este evento de instalação das bancas examinadoras, transmite um pouco de medo aos alunos, mas transmite também, contabilizadas as vitórias de cada um, aquele sentimento agradável de valorização de todo o esforço e dedicação empreendidos. Antes da banca, causa medo e tensão. Após a banca, causa satisfação e orgulho pela vitória da proposta diante dos vários questionamentos - alguns bastante agudos - elaborados pelos convidados. Sentimentos aparentemente contraditórios, mas certamente complementares e necessários para a correta certificação e isenção do processo de diplomação dos alunos.

Ainda não estamos curtindo o breve recesso escolar, pois ainda estamos participando das reuniões finais para avaliação dos resultados, fechamento de atas, publicação de notas, reuniões de planejamento e outros procedimentos administrativos que, também, fazer parte da atividade docente. As férias de julho são sempre curtinhas, mas ainda assim, necessárias e terapêuticas para colocar algumas coisas em dia, ou até mesmo, para não se fazer nada.

Voltar ao convívio agradável da família. Resgatar aquele ótimo livro que ficou em algum lugar perdido nas prateleiras da casa, ao final do último verão. Visitar os amigos distantes. Ir ao cinema. Ao teatro. Aos museus. Dar uma corrida na beira da praia, sentindo a brisa de inverno e a areia úmida sob nossos pés. Ou até mesmo, um simples e despretensioso passeio pelos corredores de algum shopping, só para ver o que aconteceu nestes últimos meses na moda ou na economia.

Enfim, coisas que somente aqueles que vivem esta rotina enlouquecida e apaixonante de exílio da vida normal, em nome das muitas exigências da docência, conseguem entender e valorizar.

Super abraço!

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Coisas do final de semana

O final de semana foi muito bom! Começou no início da noite da sexta-feira, com a super festinha do TC2 da FauUlbra, lá no escritório! A organização do evento ficou sob responsabilidade da Lívia, que certamente será uma ótima arquiteta, mas se não quiser ser, tem garantido o seu sustento como organizadora de festas!

Cheguei um pouquinho mais tarde na minha própria festa! É que tivemos que ir antes num aniversário de um coleguinha do Pedro - meu filhote - foi a maior dureza tirá-lo do convívio alegre e festivo dos seus amiguinhos da escola. Como as coisas mudam, com o passar do tempo! Tenho a lembrança de comemorar meus aniversários de guri, com meus amigos da rua, jogando bola nas calçadas, para somente então, no final da tarde, comer um "bolo" - no meu tempo era assim que se chamava o doce principal da festa. Hoje as crianças vão para estes "espaços de festa" e, simplesmente desaparecem da nossa vista. Sempre bem assistidas, é claro, por um exército de monitores sempre dispostos a agitar a criançada - sem falar nas tias da escolinha que para a meninada, são a referência da festa. Mais ainda do que as mesas dos pobres pais, que ficam ali buscando afinidades e assuntos diversos entre si! Mas é isto, o importante é a diversão e o cansaço de cada guri e guria que, tão logo, são acomodados nas cadeirinhas dos carros, caem durinhos de sono!



Então, por esta razão, cheguei tarde na minha festinha! Quando cheguei ao escritório a turma já estava animada! E o que é mais importante: o fogo da churrasqueira já estava acesso e recebendo os primeiros espetos, de uma longa série muito bem assada pelo Rodrigo! Como estamos em tempo de lei seca, o mais divertido foi ver as mesas com cervejas, vinho, uísque de primeira e todos tomando água mineral e refrigerante. Sou defensor desta nova lei de tolerância zero para o álcool! Basta ver a queda dos índices de entrada nos hospitais e prontos socorros! A estatística para Porto Alegre é promissora, 25% menos registro de acidentes e 70% menos registro de mortes no trânsito. Então, somente por isto, para mim já está valendo!

A noite de sexta-feira não estava fria. A previsão do tempo para Julho aponta dias quentes. Coisas estranhas de um mundo estranho! Hoje eu vinha vindo para o escritório e o termômetro do carro apontava 29 graus C, em pleno julho! O problema é que a inércia térmica dos espaços causa um grande desconforto: calor na rua, frio dentro dos espaços. Ou o contrário! Haja saúde! Mas voltando a festinha, próximo das 2 horas da madrugada, baixou uma neblina muito forte que impedia a visão com alguma segurança. Seja por isto, ou seja pelo cansaço da turma, fomos lentamente desacelerando o clima da festa para que todos pudessem tomar o rumo das suas casas! Claro que tudo isto aconteceu somente após a farta degustação da ótima sobremesa feita pela Lívia! Esta guria vale ouro!



Durante o sábado ficamos em casa nos curtindo! Nossa correria durante a semana é tão grande que somos, praticamente, turistas naquela casa! Então, quando dá, é super legal ficar um pouquinho mais e descobrir tudo que ela tem de bom e que, na correria do dia-a-dia, quase não percebemos!

No domingo fomos visitar a Festa do peixe em Tramandaí! Esta foi a 19a edição! Nunca vi tanta gente! Tem vezes que crescer tem que ser acompanhado por um rigoroso controle de qualidade para conseguir manter a tradição da festa, com todas as suas necessárias evoluções e avanços. Devo ter acompanhado várias das suas edições. Gosto destas festas populares! Mas desta vez não deu! O novo lugar é grande - fica perto da antiga rodoviária, mas o atendimento estava péssimo. Na busca de ganhar em tamanho, perdeu-se o aspecto folclórico que esta festa sempre teve, principalmente quando era implantada na margem direita da Ponte. Moral da história: fomos almoçar, já passavam das 15 horas, loucos de fome, num restaurante na beira do rio Tramandaí, mas em Imbé!
Vai entender...

Na volta a estrada estava cheia!
Mas valeu a pena todo o cansaço!
Ao menos ficamos um pouquinho mais juntos!

Então, é isto!
Boa semana!!

sábado, 5 de julho de 2008

Vinicius de Moraes 2

Não faz muito, há uns dias atrás, como sugestão de leitura, citei a crônica PARA UMA MENINA COM UMA FLOR, do livro com o mesmo nome, de Vinicius de Moraes. Hoje trago para vocês outra crônica deste ótimo livro. Trata-se de UMA VIOLA DE AMOR. É realmente muito boa. Espero que gostem!!

Uma viola de amor
Vinicius de Moraes

Dêem ao homem uma viola-de-amor e façam-no cantar um canto assim... Sairei de mim mesmo e irei ao encontro das flores humildes dos caminhos e das lentas aves dos crepúsculos, cujo pipilo suspende na paisagem uma lágrima que nunca se derrama. Sairei de mim mesmo em busca de mim mesmo, em busca de minha imagem perdida nos abismos do desespero, minha imagem de cuja face já não me lembro mais...

Sairei de mim mesmo em busca das melodias esquecidas na memória, em busca dos instantes de total abandono e beleza, em busca dos milagres ainda não acontecidos...

Que eu seja novamente aquele que ergue do chão o pássaro ferido e, no calor de sua mão, dá-lhe de morrer em paz; aquele que, em sua eterna peregrinação em busca da vida, ajuda o camponês a consertar a roda do seu carro...

Que me seja dado, em minhas andanças, restituir a cada ser humano o consolo de chorar dias de lágrimas; e depois levá-lo lá onde existe a luz e chorar eu próprio ante a beleza do seu pranto ao sol...

Possa eu mirar novamente os pélagos e compreendê-los; atravessar os desertos e amá-los. Possa eu deitar-me à noite na areia das praias e manter com as estrelas em delírio o colóquio da eternidade. Possa eu voltar a ser aquele que não teme ficar só consigo mesmo, numa dura solidão sem deliquescência...

Bem haja o meu irmão no meu caminho, com as suas úlceras à mostra, que a ele eu hei de curar e dar abrigo no meu peito, Bem haja no meu caminho a dor do meu semelhante, que a ela estarei desvelado e atento...

Seja a mulher a mãe, a esposa, a amante, a filha, a bem-amada do meu coração; possa eu amá-la e respeitá-la, dar-lhe filhos e silêncios. Possa eu coroá-la de folhas da primavera em seu nascimento, seu conúbio e sua morte. Tenha eu no meu pensamento a ideia constante de querê-la e lhe prestar serviço...

Que o meu rosto reflita nos espelhos um olhar doce e tranquilo, mesmo no mais fundo sofrimento; e que eu não me esqueça nunca que devo estar constantemente em guarda de mim mesmo, para que sejam humanos e dignos o meu orgulho e a minha humildade, e para eu cresça sempre no sentido de Tempo...

Pois o meu coração está antes de tudo com os que têm menos do que eu, e com os que, tendo mais do que eu, nada têm. Pois o meu coração está com a ovelha e não com o lobo; com o condenado e não com o carrasco…

E que este seja o meu canto e o escutem os surdos de carinho e de piedade; e que ele vibre com um sino nos ouvidos dos falsos apóstolos dos falsos apóstatas; pois eu sou o homem, ser de poesia, portador do segredo e sua incomunicabilidade – e o meu largo canto vibra acima dos ócios e ressentimentos, das intrigas e vinganças, nos espaços infinitos...

Dêem ao homem uma viola-de-amor e façam-no cantar um canto assim, que sua voz está rouca de tanto insulto inútil e seu coração triste, de tanta vã mentira que lhe ensinaram.



PARA UMA MENINA COM UMA FLOR
Vinicius de Moraes
Editora José Olympio
17a edição
Rio de Janeiro 1988
páginas 99 e 100

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Dia de festa

Hoje é dia de festa!
Vou reunir aqui no escritório os meus alunos do TCC2 da FauUlbra. Será minha singela retribuição ao honroso convite que me fizeram no meio do semestre para ser o seu paraninfo, nesta importante missão de conduzi-los da jornada acadêmica que em breve finda, para a vida profissional, tão cheia de mistérios, mas também, muitas alegrias!!

Este está sendo um semestre bem legal! E bem festivo, também!

Já se vão duas semanas e fiz outra festinha semelhante, para semelhante fim. Só que desta vez para os alunos do TCC2/TFG da FauPucRS, que também me prestaram a mesma homenagem quando me fizeram o convite para ser também seu paraninfo.

A formatura da FauPucRS será ainda no final deste mês e a da FauUlbra será nos primeiros dias do mês de agosto. Então, festas não vão faltar!
Que bom!

O churrasco hoje será no meu escritório.
Rua Carlos Silveira Martins Pacheco, 10 - Salão de Festas
Bairro Cristo Redentor - Porto Alegre - RS
Tem estacionamento na própria rua e no postinho na rua ao lado! Não tem erro!
Para quem não sabe onde fica, basta dar uma olhadinha no mapinha que tenho no meu site www.bregatto.com.br

Então é isto!
Meus discursos já estão quase prontos!
Falta fazer alguns reparos, inclusões e uma boa revisão final para reduzir os textos que já tem 35 páginas cada um!
É claro que é brincadeirinha!
Os discursos, que não serão iguais, serão bem curtinhos, que é para dar mais tempo para as ótimas festas que terei o maior prazer de participar!
De todas, como sempre!

Aproveito, mais uma vez, para agradecer estes honrosos convites! Tomarei cada um deles como um grande incentivo para o meu trabalho diário no ateliê, nas universidades em que leciono!

Queridos alunos, vocês estarão sempre no meu coração!

Valeu!

O arquiteto e o computador

Estou resgatando este texto, escrito originalmente em 1995 e publicado, por encomenda, na Revista Cad Design no ano seguinte pois, passados 13 anos, penso que ele continua atual. Seja porque ainda estamos, em parte, somente agora, alcançando um bom nível de relacionamento entre "necessidade x homem x máquina x rotinas automatizadas", ou seja porque algumas pequenas previsões descritas no texto, de fato, se mostraram precisas.

Então, penso que por estas razões vale o resgate!!

Vamos lá:

O ARQUITETO E O COMPUTADOR
Paulo Ricardo Bregatto

Uma das últimas grandes revoluções ocorridas na arquitetura e na engenharia, mais precisamente no processo de produção e operacionalização do projeto, sem dúvidas se deu com a chegada da chamada segunda onda(1), isto é, com a chegada da revolução industrial, em fins do século XVIII. Além da descoberta e disponibilização de novos materiais e técnicas para a construção e, consequentemente, do domínio pelo homem dos métodos cada vez mais exatos de cálculos, a revolução industrial trouxe, através de GASPARD MONGE(2), a elaboração de um sistema universal de projeções, onde o desenvolvimento da geometria permitia que fossem representados por desenhos, de modo rigoroso e unívoco, todos os aspectos e particularidades da construção. Isto permitiu aos projetistas um procedimento universal para determinar univocamente por meio de desenhos quaisquer disposições dos elementos da construção, por mais complicados que estes fossem e, aos executores, a possibilidade de possuírem uma orientação, também universal, para interpretarem estes desenhos e gráficos elaborados.

A partir disto, ao contrário do geômetra(3), que marcava no próprio solo, com pedras e piquetes, a forma, os limites e compartimentos de uma construção, o edifício e suas partes podiam ser visualizados, questionados e avaliados previamente no papel. De lá até meados da década de 70 pouca coisa mudou. Embora ainda tivéssemos como prática riscar as nossas ideias com lápis ou canetas em papéis, fazíamos isto com materiais mais atuais para a época. Ao contrário do lápis com corpo de madeira e grafite bem apontado ou lixado, usávamos - e ainda usamos - as lapiseiras, dos mais variados tipos e das mais variadas espessuras. Ao contrário das canetas do tipo tinteiro – aquelas cujo corpo da caneta era sempre o mesmo e o que mudava eram as penas – usávamos as canetas com tinta a nanquim, mas com a praticidade dos estiletes projetados, onde para cada espessura desejada, correspondia uma caneta apropriada – o que já foi um grande progresso, uma vez que não precisávamos mais sujar as nossas mãos trocando, a todo o momento, as pouco práticas "penas" – e os papéis, tanto manteigas, quanto vegetais, quebradiços e pouco transparentes, evoluíram tecnologicamente para papéis de alta gramatura e maior resistência.

A década de 80 anunciou e trouxe para nós, de forma um tanto tardia, a modernidade e as facilidades dos sistemas CADD(4) e suas plataformas de automação. Os objetos e volumes arquitetônicos, nesta época, já podiam ser produzidos, representados e fartamente visualizados em bidimensão e em tridimensão através de infinitos movimentos rotacionais. Os edifícios e objetos, podiam ser visualisados, testados e aferidos, também, em seu comportamento estrutural. Foi a época da prancheta eletrônica. O raciocínio no desenvolvimento operacional do projeto continuava o mesmo, apenas os instrumentos tinham se modernizado. Não usávamos mais as lapiseiras, canetas e os papéis com tanta intensidade, mas continuávamos desenhando, agora na "telinha" do computador, como se estivéssemos desenhando na prancheta. É claro que haviam as facilidades de reprodução e multiplicidade instantânea – gira para cá, copia para lá, move para mais adiante – podíamos, então, economizar horas de repetições tediosas combinando partes de desenhos antigos e, também, utilizando os comandos poderosos que cada programa oferecia. Havia, também, a facilidade da agilidade e, principalmente, precisão(5) nos sistemas de dimensionamento dos objetos, mas, em contra-partida, não tínhamos mais a visão abrangente, muitas vezes necessária, que somente a folha presa na prancheta, com as demais pranchas presas nas paredes do nosso ateliê, nos dava. Sem falar na angústia de, muitas vezes, pela falta de prática e jeito, perdermos ao final de um dia, toda a produção. Foram anos difíceis. Era um instrumento novo em nossas mãos pouco acostumadas com esta vanguarda.

Nesta sequência, a década de 90 nos trouxe a possibilidade da visualização, em realidade virtual, de nossos projetos, já implantados e animados no tecido da cidade. A capacidade de geração de modelos em três dimensões nos permitiu analisar o projeto de forma visual e material, acrescentando superfícies aos desenhos, que outrora eram desenvolvidos somente como estruturas de linhas representando um aramado. Também permitiu definir fontes e tipos de iluminação e adicionar cores, para que nossos projetos tivessem uma aparência mais realista. Estes recursos nos possibilitaram, a partir da realidade virtual, passear numa rua entre os edifícios propostos, ou ainda, circular dentro dos seus espaços, enxergar suas formas, texturas e cores, bem como, sentir as emoções que eles nos trazem.

Estamos, sem dúvidas, diante de uma nova revolução referente aos processos operacionais de desenvolvimento de projetos. Embora seja este ainda um campo muito nebuloso para previsões a respeito de como estaremos produzindo a arquitetura nos próximos 50 anos, algumas especulações, principalmente no campo da instrumentação e dos processos de operacionalização dos projetos de arquitetura, já podem ser formuladas. Na medida que as ferramentas de trabalho mudam, de certa forma muda também a maneira de pensar, formular e representar os objetos que as utilizam e que por elas são gerados. E se, por um lado, ainda os programas, nas condições como eles se apresentam e chegam até nós, não estão preparados para interagirem e auxiliarem diretamente no processo inventivo dos arquitetos, por outro, interagem e muito na carpintaria do ofício da confecção do projeto(6). Também, os programas disponíveis para a computação gráfica evoluíram e se multiplicaram – e continuam a evoluir e a se multiplicar em progressão geométrica. Já não sabemos quem nasceu primeiro, se os computadores, cada vez mais potentes e carentes de programas mais complexos e elaborados, ou se os programas, cada vez mais ágeis e eficientes, que precisam de computadores, cada vez mais velozes em sua capacidade de processamento. É a mandala da tecnologia. A síndrome da velocidade como sinônimo de eficiência e praticidade. O tempo não para! Infelizmente...

Em síntese, não dispomos ainda de ferramentas que auxiliem a gênese do projeto, o momento da geração, invenção e concepção das ideias. Tão pouco dispomos de ferramentas que sejam tão ágeis e eficientes como o lápis macio que deita nervosamente sobre o papel, no momento da criação, no desenvolvimento dos primeiros e inúmeros croquis, no vai-e-vem constante dos desenhos na via de mão dupla do cérebro, para o papel, para o cérebro, naquele diálogo, muitas vezes nebuloso, mas sempre instigante e gostoso do arquiteto com os elementos do projeto que ele se dispôs a equacionar. Não podemos dizer que, com a utilização da computação gráfica, a qualidade do projeto como produto final(7) aumentou, mas podemos dizer com toda a certeza, que a informática nos trouxe praticidade e agilidade no processo de desenvolvimento do projeto, principalmente no que se refere a sua padronização e a universalização da linguagem gráfica. Esta padronização e universalização da linguagem gráfica dos arquitetos nos escritórios atenuou, em parte, as diferenças de representação gráfica, não só entre os escritórios de arquitetura, mas principalmente, dentro dos mesmos. O charme e o romantismo do melhor traçado, tanto à lápis quanto à nanquim, dos antigos e muito bons desenhistas profissionais, começava a dar lugar aos desenhos padronizados, muitas vezes frios e inexpressivos, nos primeiros contatos, mas sempre ágeis e universais, das impressoras laser, jato de tinta e traçadores gráficos.

Podemos dizer, também, que a informática nos trouxe, consequentemente, maior competitividade no mercado de trabalho, uma vez que temos condições de oferecer o mesmo produto que oferecíamos com a utilização do processo convencional(8), primeiramente com o mesmo preço mas num intervalo de tempo muito menor. Bom produto, bom preço e ótimo prazo, não deixam de ser indicadores de qualidade, competência e, principalmente nos dias de hoje, competitividade. Somente enxergando o fenômeno pela ótica da redução significativa dos prazos de execução dos projetos, toda e qualquer resistência, por parte de qualquer arquiteto, no sentido de se opor à informática(9) se desmorona, se mostra pouco econômica e, consequentemente, o transforma num arquiteto pouco competitivo.

Não estamos inventando nada, apenas aplicando, agora na prestação de serviços de arquitetura, aquilo que a indústria já aplicava na virada do século XIX para o século XX. Antigas lições revisitadas e reaplicadas. Estamos sempre aprendendo com a indústria.

Mas, como vimos, a possibilidade de possuirmos um ótimo prazo não é o único fator positivo na utilização da informática na arquitetura. O fenômeno tem outros dois desdobramentos de vantagens e facilidades sedutoras que devem ser perseguidas e otimizadas, como, bom preço e bom produto. Num primeiro momento canalizávamos, para a conta de nossas empresas, 100% de todo o lucro proveniente da produtividade ocasionada pelo uso da informática no desenvolvimento de projetos em nossos escritórios. Isto se dava devido a necessidade de fazer com que os investimentos iniciais – equipamentos, programas e treinamento – altíssimos muitas vezes, fossem diluídos. Hoje, já com os investimentos amortizados, esta margem de lucro ocasionada pela produtividade acima citada, transformada em moeda corrente, pode ser canalizada, em parte – à medida que constantemente temos que investir em treinamento e na atualização do nosso suporte tecnológico – ou totalmente para o nosso cliente. Fazendo isto, estamos nos tornando mais competitivos, uma vez que oferecemos ao mercado um bom produto – neste caso, ainda figurativamente o mesmo produto que tínhamos com a utilização do processo convencional – mas com o diferencial de ótimo preço e, agora, ótimo prazo.

Somente ótimo preço e ótimo prazo já seriam atrativos difíceis de se desconsiderar no dia-a-dia, na maioria das vezes, extremamente concorrido dos arquitetos. Como se não bastasse, até mesmo o projeto, enquanto produto final, tem um aumento considerável de qualidade. Neste caso, o projeto como produto final é visto como o conjunto de peças gráficas necessárias, tanto para a etapa de aprovação dos nossos projetos juntamente com o cliente, quanto para a viabilização da construção do edifício no canteiro de obras. Com a realidade virtual, por exemplo, passamos a ter condições de oferecer ao nosso cliente a possibilidade de fazê-lo circular pelos ambientes que compõem a sua futura residência, visualizar suas formas, texturas e cores, andar pelos seus jardins, vivenciar preliminarmente, mas na íntegra, a grandiosidade de seu sonho de morar.

A informática oferece outras tantas maravilhas para nós arquitetos. A possibilidade de literalmente, a partir da modelagem preliminar de uma volumetria básica, ainda na fase dos estudos preliminares, visualizarmos, analisarmos, testarmos e, se for o caso, lapidarmos nossas ideias. As imagens renderizadas dos nossos projetos, com ou sem movimento, substituem lentamente as artísticas aquarelas. Perde-se o toque artístico, muitas vezes mágico, dos pincéis e das aquarelas. Ganha-se em agilidade e, quase sempre, na quantidade das peças produzidas, uma vez modelado e renderizado o edifício ou objeto, podemos visualizá-lo, sem complexidade ou acréscimo de trabalho, de qualquer ângulo. São as exigências dos novos tempos. Por fim, se é que podemos esgotar suas possibilidades, uma vez modelado o volume definitivo da edificação, temos a facilidade de podermos dar fatias em todos os sentidos – horizontal e verticalmente – gerando todos os desenhos bidimensionais necessários para a composição de um projeto executivo. E se não nos auxilia ainda na construção do edifício propriamente dita, uma vez que não comanda máquinas automatizadas, capazes de substituir o homem no processo de construção no canteiro de obras, nos auxilia, e muito, na etapa preliminar de planejar e antever, através dos desenhos, os problemas e soluções numa obra. Como vemos, num mercado recessivo, onde a concorrência é bastante qualificada, temos que nos tornar cada vez mais competitivos. Isto posto, ótimo produto associado com ótimo preço e ótimo prazo pode ser visto como uma boa receita de sucesso profissional nesta virada de século.

Outros fatores auxiliam a aproximação, cada vez mais irreversível dos arquitetos com a informática. Para nossa comodidade, também, os equipamentos e programas necessários para a informatização de um escritório de arquitetura se tornaram cada vez mais acessíveis financeiramente. Os intervalos entre os lançamentos de novas máquinas com processadores de gerações mais avançadas estão cada vez menores e, mais rapidamente, estes equipamentos chegam ao nosso mercado prontos para o consumo e com preços atuais mais acessíveis que os de antigamente. Os programas estão sendo produzidos cada vez mais direcionados às áreas específicas do conhecimento. A época e, consequentemente, o mercado dos grandes, caros e de difícil aprendizado, gerenciadores gráficos universais utilizados e vendidos em sua estrutura básica para todas as áreas do conhecimento está se esgotando com sua imagem bastante desgastada. A má propaganda é sempre pior do que a não propaganda. Temos visto, em contra-partida, a evolução vertiginosa das plataformas de automações que objetivam encurtar, direcionar e personificar as rotinas de trabalho de acordo com cada especialidade. Também, os programas estão cada vez mais auto-explicativos e, seus autores, mais preocupados em descobrir, incorporar, refletir e representar, de maneira universal, as metodologias da prática projetual dos arquitetos. Para nossa felicidade a competitividade parece ter se instalado, também, entre os fornecedores da tecnologia que estamos consumindo. Como vemos, já não estamos mais falando de assuntos mitificados ou de coisas tão novas.

A informática é a linguagem de um novo tempo e este tempo é agora(*).

Hoje, depois de muito investimento e investigação, estamos alçando sozinhos nossos primeiros e grandes voos. O primeiro voo de um pássaro nem sempre é tão belo, embora decidido e irreversível. O horizonte é bastante amplo e as possibilidades quase infinitas. A informática, enquanto ciência, tende a universalizar os conhecimentos, romper com as estruturas que confundem e associam o saber ao poder. São os sinais de um novo tempo. E apesar de toda esta tecnologia e das facilidades que ela nos traz permanece, ainda, o cérebro humano como a máquina mais perfeita – embora pouco conhecida – e capaz de criar, resolver, inventar e antever, através da imaginação, as maiores maravilhas deste mundo. E tudo isto num piscar de olhos. E mesmo sendo uma tendência irreversível a participação da informática no mundo atual e, especialmente, como ferramenta de trabalho para a arquitetura, será ainda o ato de pensar, refletir, questionar e propor, a alavanca crítica e criativa e a base da atividade projetual do arquiteto.

Notas:

1 - Alvin Toffler, em seu livro A Terceira Onda - A Morte do Industrialismo e o Nascimento de uma Nova Civilização - 14ª Edição - Editora Record - Rio de Janeiro. Neste livro Alvin Toffler descreve as três grandes revoluções ocorridas na sociedade, as quais ele batiza de "ondas". A Primeira Onda foi a Revolução Agrícola, a segunda onda foi a Revolução Industrial e a terceira onda está sendo as transformações que estão acontecendo na sociedade com o advento da Informática na vida das pessoas.

2 - As regras de Geometria Descritiva, base de todos os sistemas de projeções, foram formuladas por GASPARD MONGE (1746-1818) entre os últimos anos da Monarquia e os primeiros da Revolução. Generalizando os métodos introduzidos pelos tratadistas do Renascimento, Monge dá uma forma rigorosa aos vários sistemas de representação de um objeto tridimensional sobre as duas dimensões da folha de papel.

3 - Na antiga Roma de Marcus Vitruvius Pollio (século I a.C.), as etapas de produção de um edifício já estavam subordinadas a uma hierarquia onde, o MECHANICUS, era responsável pela concepção e elaboração dos projetos, o GEOMETRA, era responsável pela locação da obra e encargos similares e o ARCHITECTUS, era responsável pela direção dos trabalhos de construção.

4 - CAD ou CADD é uma palavra concebida a partir das iniciais de Computer Aided Design and Drafting, ou Projeto e Desenho Assistido ou Auxiliado por Computador.

5 - Alguns programas, como por exemplo o AutoCAD produzido pela Autodesk, opera na precisão de 16 casas decimais (este sistema é chamado de dupla precisão). Isto significa dizer que quando desenhamos um centímetro quadrado, neste programa, estamos desenhando exatamente 1,0000000000000000 centímetros quadrados. O que para o melhor "olho clínico", do melhor desenhista, é uma disputa desleal. Esta dupla precisão, no outro extremo, também nos permite trabalhar com desenhos muito grandes, onde podemos desenhar uma cidade completa, como Porto Alegre, e até mesmo, com detalhes, o sistema solar em escala completa.

6 - O projeto é visto aqui como sendo o conjunto de peças gráficas necessárias para viabilização da comunicação entre os profissionais no canteiro de obras, bem como, sua metodologia de desenvolvimento operacional no dia-a-dia nos escritórios de arquitetura.

7 - Devemos entender, como produto final, não a obra em si (edifício acabado), mas sim os projetos necessários, tanto o arquitetônico, quanto os complementares, para sua viabilização.

8 - Neste caso, devemos entender o processo convencional, como sendo o processo de desenvolvimento de projeto, após a sua concepção, que vai do estudo preliminar, passando pelo anteprojeto, projeto de municipalidade e projetos complementares, chegando aos projetos executivo e de detalhamento, que utiliza os instrumentos convencionais de desenho, como por exemplo, a prancheta, a régua paralela, a escala, os esquadros, as lapiseiras e as canetas à nanquim.

9 - Esta resistência em assimilar a informática, por parte dos arquitetos, fora as condicionantes financeiras já citadas, muitas vezes se dá pela defesa ao apelo artístico, romântico, e até mesmo poético, do lápis sobre o papel.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Vinicius de Moraes

Agora no final da noite, revirando minha biblioteca de casa, achei este livro do Vinicius de Moraes intitulado PARA UMA MENINA COM UMA FLOR, que é simplesmente fantástico e uma ótima sugestão para leitura de férias. Pela data na minha assinatura, comprei o livro no distante primeiro semestre de 1989. Lembro que, de tempos em tempos, sempre revisitava esta leitura, em especial, algumas crônicas que eu sempre achei fantásticas. Entre elas, esta que vou transcrever abaixo e que dá nome ao livro.

Para Uma Menina Com Uma Flor
Vinicius de Moraes

Porque você é uma menina com uma flor e tem uma voz que não sai, eu lhe prometo amor eterno, salvo se você bater pino, o que, aliás, você não vai nunca porque você acorda tarde, tem um ar recuado e gosta de brigadeiro: quero dizer, o doce feito com leite condensado.

E porque você é uma menina com uma flor e chorou na estação de Roma porque nossas malas seguiram sozinhas para Paris e você ficou morrendo de pena delas partindo assim no meio de todas aquelas malas estrangeiras. E porque você sonha que eu estou passando você para trás, transfere sua d.d.c. para o meu cotidiano, e implica comigo o dia inteiro como se eu tivesse culpa de você ser assim tão subliminar. E porque quando você começou a gostar de mim procurava saber por todos os modos com que camisa esporte eu ia sair para fazer mimetismo de amor, se vestindo parecido. E porque você tem um rosto que está sempre um nicho, mesmo quando põe o cabelo para cima, parecendo uma santa moderna, e anda lento, e fala em 33 rotações mas sem ficar chata. E porque você é uma menina com uma flor, eu lhe predigo muitos anos de felicidade, pelo menos até eu ficar velho: mas só quando eu der uma paradinha marota para olhar para trás, aí você pode se mandar, eu compreendo.

E porque você é uma menina com uma flor e tem um andar de pajem medieval; e porque você quando canta nem um mosquito ouve a sua voz, e você desafina lindo e logo conserta, e às vezes acorda no meio da noite e fica cantando feito uma maluca. E porque você tem um ursinho chamado Nounouse e fala mal de mim para ele, e ele escuta e não concorda porque ele é muito meu chapa, e quando você se sente perdida e sozinha no mundo você se deita agarrada com ele e chora feito uma boba fazendo um bico deste tamanho. E porque você é uma menina que não pisca nunca e seus olhos foram feitos na primeira noite da Criação, e você é capaz de ficar me olhando horas. E porque você é uma menina que tem medo de ver a Cara-na-Vidraça, e quando eu olho você muito tempo você vai ficando nervosa até eu dizer que estou brincando. E porque você é uma menina com uma flor e cativou meu coração e adora purê de batata, eu lhe peço que me sagre seu Constante e Fiel Cavalheiro.

E sendo você uma menina com uma flor, eu lhe peço também que nunca mais me deixe sozinho, como nesse último mês em Paris; fica tudo uma rua silenciosa e escura que não vai dar em lugar nenhum; os móveis ficam parados me olhando com pena; é um vazio tão grande que as mulheres nem ousam me amar porque dariam tudo para ter um poeta penando assim por elas, a mão no queixo, a perna cruzada triste e aquele olhar que não vê. E porque você é a única menina com uma flor que eu conheço, eu escrevi uma canção tão bonita para você, "Minha namorada", a fim de que, quando eu morrer, você, se por acaso não morrer também, fique deitadinha abraçada com Nounouse cantando sem voz aquele pedaço que eu digo que você tem de ser a estrela derradeira, minha amiga e companheira, no infinito de nós dois.

E já que você é uma menina com uma flor e eu estou vendo você subir agora - tão purinha entre as marias-sem-vergonha - a ladeira que traz ao nosso chalé, aqui nessas montanhas recortadas pela mão de Guignard; e o meu coração, como quando você me disse que me amava, põe-se a bater cada vez mais depressa. E porque eu me levanto para recolher você no meu abraço, e o mato à nossa volta se faz murmuroso e se enche de vaga-lumes enquanto a noite desce com seus segredos, suas mortes, seus espantos - eu sei, ah, eu sei que o meu amor por você é feito de todos os amores que eu já tive, e você é a filha dileta de todas as mulheres que eu amei; e que todas as mulheres que eu amei, como tristes estátuas ao longo da aléia de um jardim noturno, foram passando você de mão em mão até mim, cuspindo no seu rosto e enfrentando a sua fronte de grinaldas; foram passando você até mim entre cantos, súplicas e vociferações - porque você é linda, porque você é meiga e, sobretudo, porque você é uma menina com uma flor.

Muito bom né?
Como é que alguém consegue escrever coisas assim...
Então, está dada a dica.
Boa leitura!!



PARA UMA MENINA COM UMA FLOR
Vinicius de Moraes
Editora José Olympio
17 edição (esta é a minha!!!)
Rio de Janeiro 1988
páginas 93 a 95

Trabalho de Conclusão de Curso

Ulbra 2008/1

Na próxima semana, na faculdade de arquitetura e urbanismo da Ulbra, estaremos finalizando o semestre de 2008/1 com a apresentação dos trabalhos finais de graduação dos alunos do TCC2. As bancas ocorrerão nos dias 8, 9 e 10 de julho ao longo dos turnos da tarde e noite, na sala 338 do prédio 14, Campus Canoas. Os trabalhos iniciarão às 14:00h. Esta atividade é pública!

As apresentações estão organizadas na seguinte sequência:

Dia 08/07
TERÇA-FEIRA

Componentes da Banca:

Arq. Gabriel Gallina Jorge (Titular do Gad Design – Porto Alegre)
Prof. Arq. Luiz Gonzaga Binato de Almeida (Professor da FauUlbra Santa Maria)
Prof. Arq. Paulo Ricardo Bregatto, Ms. (Coordenador do TC da FauUlbra - Canoas)

Alunos e Temas:

Valéria Dotto Vasconcellos
14:00h às 14:30h
PREFEITURA MUNICIPAL DE VILA NOVA DO SUL

Mirlene Avinte Corrêa Mallmann
14:35h às 15:05h
ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL

15:05h às 15:20h
INTERVALO (15 minutos)

Camila do Rio Martins
15:25h às 15:55h
TEATRO MUNICIPAL DE CHARQUEADAS

Lívia Berghetti Dantas
16:00h às 16:30h
CLÍNICA MÉDICA DE DIAGNÓSTICO DE IMAGENS

16:30h às 16:45h
INTERVALO (15 minutos)

Rosina Hartmann
16:50h às 17:20h
CENTRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Laura Martins Santos
17:25h às 17:55h
MARINA CLUB ILHA DAS FLORES

Dia 09/07
QUARTA-FEIRA

Componentes da Banca:

Prof. Arq. Júlio Ariel Guigou Norro, Ms. (Professor da FauUCS)
Prof. Arq. Enaldo Nunes Marques, Dr. (Coordenador da FauUlbra - Torres)
Prof. Arq. Paulo Ricardo Bregatto, Ms. (Coordenador do TC da FauUlbra - Canoas)

Alunos e Temas:

Gabriele Gomes de Ávila
14:00h às 14:30h
NOVA SEDE DO ESTALEIRO ECNAVI

Márcio de Vargas Teixeira
14:35h às 15:05h
ESCOLA DE PILOTAGEM DE TARUMÃ

15:05h às 15:20h
INTERVALO (15 minutos)

Melita Rodrigues
15:25h às 15:55h
HOTEL RESORT INTERNACIONAL

Micheli G. Zamarchi
16:00h às 16:30h
CENTRO ESPORTIVO E DE REABILITAÇÃO PARA IDOSOS

16:30h às 17:20h
INTERVALO (50 minutos)

Rodrigo Santiago Mello
17:25h às 17:55h
CENTRO DE REABILITAÇÃO DE PORTADORES DE DEFICIÊNCIA FÍSICA

Alexandra Hilgert do Amarante
18:00h às 18:30h
CASA DE CULTURA, DANÇA E MÚSICA

18:30h às 18:45h
INTERVALO (15 minutos)

Karine Silva Pires
18:50h às 19:20h
CENTRO DE CONVIVÊNCIA PARA A TERCEIRA IDADE

Valéria Lins Lolli Werlang
19:25h às 19:55h
PINACOTECA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE

Dia 10/07
QUINTA-FEIRA

Componentes da Banca:

Arq. Luciano Andrades (Titular do Studio Paralelo - Escritório de Arquitetura)
Prof. Arq. Carlos André Soares Fraga, Ms. (Professor da FauUlbra - Torres e FauUnisinos)
Prof. Arq. Paulo Ricardo Bregatto, Ms. (Coordenador do TC da FauUlbra - Canoas)

Alunos e Temas:

Carolina Ferrão da Cunha
14:00h às 14:30h
CONJUNTO HABITACIONAL DE INTERESSE SOCIAL

Mirelle Studzinski dos Santos
14:35h às 15:05h
CENTRO DE BEM ESTAR SPA DAY-SPA

Cíntia de Assis Nunes
15:10h às 15:40h
CASA DE CULTURA DE CACHOEIRINHA

15:40h às 15:55h
INTERVALO (15 minutos)

Fabiana Bragé Nunes
16:00h às 16:30h
ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL

Cristiano Malta Moysés
16:35h às 17:05h
COMPLEXO MULTIUSO

17:05h às 17:55h
INTERVALO (50 minutos)

Ivan José da Silva
18:00h às 18:30h
MORRO DO RANCADOR ECO-RESORT

Leonardo Merlotti Herédia
18:35h às 19:05h
CENTRO DE CONVENÇÕES EM CAXIAS DO SUL

19:05h às 19:20h
INTERVALO (15 minutos)

Luciana Fonini
19:25h às 19:55h
REVITALIZAÇÃO DO PRÉDIO DA ACADEMIA LITERÁRIA FEMININA DO RGS

Opera Prima 2008

Neste mês de maio que passou, entre os dias 06 e 10, tive a oportunidade de participar da comissão julgadora do concurso Opera Prima. Esta edição, a de número 20, reuniu os melhores trabalhos finais de graduação elaborados pelas faculdades de arquitetura e urbanismo do Brasil, ao longo do ano letivo de 2007. O julgamento dos trabalhos ocorreu na sede do Instituto de Arquitetos do Brasil - Departamento de São Paulo, localizado na Rua Bento Freitas, 306.

A seguir, faço um breve relato desta ótima experiência na forma de perguntas e respostas. Faço neste formato, pois estas perguntas e respostas expressam a recorrência dos diálogos que tenho desenvolvido com meus amigos e colegas no âmbito acadêmico e profissional.

Então vamos lá!

O que é o Concurso Opera Prima?

O concurso tem o propósito de premiar anualmente os melhores trabalhos finais de graduação das escolas de arquitetura e urbanismo do Brasil. Esta que passou foi a 20ª edição deste concurso lançado em 1988 e organizado pela Joy Eventos, com o apoio do Instituto de Arquitetos do Brasil e da Revista Projeto & Design, e com o patrocínio exclusivo da BRASKEM e que, desde então, vem premiando os melhores trabalhos das escolas de arquitetura e urbanismo do país.

Os dados estatísticos desta 20ª edição comprovam o sucesso e grau de aceitação deste concurso:

- 6.200 arquitetos e urbanistas formados em 2007
- 413 trabalhos enviados ao concurso
- 126 cursos de Arquitetura e Urbanismo participantes
- 126 trabalhos selecionados nas etapas regionais
- 25 classificados na etapa nacional do Concurso Ópera Prima 2008
- 5 classificados no Prêmio Projetando com PVC

Como foi a experiência de julgar o Concurso Opera Prima?

A experiência foi ótima. Primeiro porque permitiu reconhecer a situação do ensino de arquitetura e urbanismo no país. Mesmo não sendo este o objetivo principal do concurso, os 413 trabalhos finais de graduação de 2007, encaminhados pelas escolas de arquitetura e urbanismo do nosso país permitiram uma análise muito precisa da realidade da formação dos novos arquitetos, a partir dos temas apresentados e, principalmente, do grau de abordagem e desenvolvimento destes trabalhos.

Os trabalhos encaminhados expressam as diretrizes e as linhas de pesquisa que as escolas de arquitetura e urbanismo do país desenvolvem, e deixam transparecer, também, os projetos pedagógicos e as condições do ensino nas diversas regiões do Brasil, pois eles são aquilo que de melhor as escolas produziram ao longo do ano que passou.

Em segundo lugar, foi muito importante fazer parte da comissão julgadora, pois a experiência de estar lá, analisando os trabalhos e, por consequência, discutindo os rumos do ensino de arquitetura do Brasil me permitiu uma visão bastante precisa da própria profissão no panorama nacional.

Como foi constituída a comissão julgadora?

As comissões julgadoras são constituídas por arquitetos convidados diretamente pelos organizadores do evento, pelos patrocinadores ou pelos Institutos de Arquitetos do Brasil. No meu caso, a indicação para representar nosso estado partiu do Instituto de Arquitetos do Brasil, departamento do RGS. Para total isenção crítica, nenhum componente das comissões julgadoras analisam os trabalhos da sua região de origem. Vale destacar, também, que tanto as comissões regionais, quanto a comissão nacional não tem conhecimento algum dos autores e orientadores dos trabalhos.

Neste certame as comissões julgadoras, com suas respectivas regiões para análise dos trabalhos, foram assim constituídas:

REGIÃO 1
Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina

- Arq. Antônio Carlos Campelo Costa / CE
- Arq. Gilson Paranhos / DF
- Arq. Saul Vilela Marquez / MG

REGIÃO 2
São Paulo

- Arq. João Edmundo Bohn Neto / SC
- Arq. Paulo Ricardo Bregatto / RS
- Arq. Ricardo Pereira / PR



REGIÃO 3
Rio de Janeiro e Espírito Santo

- Arq. Antônio Carlos Campelo Costa / CE
- Arq. Gilson Paranhos / DF
- Arq. Saul Vilela Marquez / MG

REGIÃO 4
Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe

- Arq. Eduardo Simões Barbosa / ES
- Arq. Fernando Alencar / RJ
- Arq. Roberto Loeb / SP

REGIÃO 5
Amazonas, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará e Tocantins

- Arq. Eduardo Simões Barbosa / ES
- Arq. Fernando Alencar / RJ
- Arq. Roberto Loeb / SP

Como é a premiação deste concurso?

Dentre os 25 projetos finalistas no concurso Opera Prima 2008, 20 trabalhos receberão Menção Honrosa, 05 trabalhos receberão o Prêmio Opera Prima, e, entre os 05 finalistas da Categoria Projetando com PVC, 02 trabalhos receberão o Prêmio Projetando com PVC, oferecidos pela Braskem ao autor e professor orientador e 03 trabalhos receberão menção honrosa.

Quando será a divulgação final dos premiados?

A divulgação dos premiados será realizada na solenidade de premiação, que acontecerá em São Paulo, em agosto de 2008 em data a ser definida pela comissão organizadora do evento.

Como foi o trabalho das comissões julgadoras?

A primeira tarefa que tivemos pela frente foi definir os critérios de avaliação para que todas as comissões julgadoras pudessem analisar os trabalhos à luz dos mesmos conceitos. Definimos então os seguintes critérios: relevância dos temas, adequação dos programas de necessidades aos temas, pertinência entre os temas e os terrenos escolhidos para implantação dos projetos, linguagem e caráter arquitetônico das propostas, composição, contemporaneidade das soluções apresentadas, viabilidade técnica e construtiva e, por fim, meios de expressão e apresentação dos trabalhos.

Feito isto, fomos ter o primeiro contato com os trabalhos encaminhados. A comissão julgadora que eu estava participando recebeu a incumbência de analisar os 137 trabalhos oriundos das escolas de arquitetura e urbanismo do estado de São Paulo. Deste total, por determinação do regulamento, tivemos que selecionar 36 trabalhos para disponibilizar à comissão julgadora nacional. Tivemos muita dificuldade para fazer isto. Alguns trabalhos apresentavam temas teóricos instigantes, com pesquisas muito bem elaboradas, mas com soluções projetuais muito distantes da prática profissional e da realidade brasileira. Outros tantos trabalhos, com boa qualidade conceitual, não expressaram adequadamente as soluções técnicas, construtivas, estruturais e muito menos a devida preocupação para com as instalações e sistemas complementares, tão importantes para o perfeito funcionamento das edificações.

Desta primeira análise conseguimos selecionar somente 20 trabalhos onde os preceitos da profissão encontravam-se explícitos: boa conceituação do tema, adequado domínio dos problemas levantados pela pesquisa, pertinente solução formal relacionada ao tema, ao programa e ao terreno e boa capacidade de trânsito pelas demandas técnicas e construtivas. Somente após mais uma rodada de análise dos trabalhos conseguimos, então, extrair mais 16 trabalhos e, portanto, reunir os 36 melhores trabalhos da região.

O quê destacar entre os projetos apresentados?

A análise destes 137 trabalhos da região de São Paulo apontou alguns aspectos preocupantes para profunda reflexão:

- baixa relevância dos temas abordados considerando a realidade social e econômica brasileira;
- temas cujas demandas reais eram facilmente questionáveis, frágeis e, até mesmo, forçadas, fictícias e irreais;
- baixa capacidade de projeto das áreas abertas demonstrando muita dificuldade no entendimento dos valores e significados da paisagem e sua direta correlação com os espaços construídos;
- baixo domínio e demonstração dos aspectos técnicos e construtivos;
- uso pouco adequado das referências formais extraídas de maneira acrítica da produção arquitetônica internacional;
- baixa relação de pertinência entre tema, programa, forma e terreno;
- baixa diversidade e muita dificuldade na demonstração das propostas a partir de meios de expressão gráfica pouco adequados.

Com os trabalhos apresentados, que conclusão podemos tirar a respeito do ensino da Arquitetura no Brasil?

Estes aspectos apontados merecem destaque, seja por refletirem falhas no processo de orientação, que, embora criticável, é episódico, seja no processo de formação expresso pela carência dos recursos (humanos, equipamentos, bibliotecas, laboratórios, entre outros) existentes nas escolas de arquitetura e urbanismo do Brasil e, também, na fragilidade do próprio elenco de conhecimentos e áreas do saber dos graduados, o que seria mais preocupante.

Isto deve nos fazer pensar, de maneira imperiosa, sobre o momento atual da nossa profissão que nos obriga urgentemente repensar a formação do arquiteto, profissão tão importante e que não pode deixar seus fundamentos na realidade imaterial, frágil e superficial, pois sendo assim, traria grandes prejuízos para a sociedade nos próximos anos.

Podemos dizer que o discurso das faculdades de Arquitetura está afinado em todo o Brasil?

Não. A análise que fizemos, ao final da jornada de julgamento dos 413 trabalhos, é que a arquitetura e o urbanismo, enquanto ciência e ofício, não são a mesma coisa nas várias regiões do país. E isto é um grande problema que devemos reconhecer, num primeiro momento, para então, encarar e tentar resolver. Claro que as questões geográficas e culturais de cada região do Brasil sempre definirão níveis de entendimento e abordagens diferenciadas para os grandes problemas e prioridades que a população brasileira exige que sejam urgentemente solucionadas, mas o entendimento do que seja a profissão, expresso indiretamente nos projetos didáticos e pedagógicos dos cursos, deve convergir para um denominador comum de caráter nacional.

O balanço final do julgamento apontou as regiões 1, 2 e 3 como as melhores preparadas para enfrentar os grandes problemas apresentados diariamente pela sociedade brasileira para a arquitetura e o urbanismo. Trabalhos que reuniram boas conceituações do tema, adequados domínios dos problemas levantados pela pesquisa, pertinentes soluções formais relacionadas aos temas, aos programas e aos terrenos e boas capacidades de trânsito pelas demandas técnicas e construtivas, numa referência clara aos preceitos corretos da formação que define o arquiteto, também, como construtor das suas ideias.

Isto tem nos deixado, aqui no RGS, bastante entusiasmados com relação aos rumos ditados pelos projetos pedagógicos dos cursos locais, pois eles se cruzam pelos rumos ditados pelos grandes e tradicionais cursos de arquitetura e urbanismo do Brasil. Algumas correções de rota ainda têm que ser feitas, outros tantos investimentos ainda se tornam necessários, mas o caminho já está traçado. E certamente ele será vitorioso.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Então é isso...

Aqui estou eu, nesta tarde chuvosa e fria do inverno de Porto Alegre, cheio de coisas para fazer no escritório e com pouquíssima vontade de trabalhar. Mesa cheia de pequenos papéis estranhos, coisas para revisar, alguns projetos em andamento aguardando ajustes, protocolos aguardando aprovações intermináveis, outros croquis sobre a mesa esperando conclusão e uma pequena maquetinha expedita de uma casinha imaginária, na praia ou na serra (não faz muita diferença, pois ainda não tenho o terreno) que estou fazendo para mim e que eu não consigo terminar! Então, resolvi fazer um blog, que eu nem sei bem o que é, para ver como é que funciona, para que serve e o quanto, com ele ativo, posso ampliar a comunicação com as pessoas que eu conheço ou vou conhecer a partir daqui.

A ideia principal é discutir questões de interesse referentes ao ofício da arquitetura e suas variações, o que de certa maneira, dado a variabilidade desta ciência, significa versar sobre quase tudo nesta vida.

A arquitetura além de um ofício, é uma filosofia de vida, pois tratando da espécie humana, dos seus espaços e do mundo que os cerca, deixa pouca coisa sobrando sem a intervenção direta e sem a influência necessária do arquiteto. Através de qualquer janela que olhamos, para qualquer livro que possamos ler, nas viagens que fazemos, no dia a dia do nosso lar, nos afazeres diários do nosso trabalho, nos utensílios que usamos, enfim, em tudo que nos cerca existe a influência direta da nossa profissão. A arquitetura é, antes de tudo, expressão cultural de um povo, que se serve do avanço técnico e da produção industrial, sobre os quais exerce também sua influência criadora.

Por esta razão, entre outras tantas, somos uma profissão tão, e cada vez mais, viável e fundamental nos dias de hoje, principalmente quando reconhecemos tantas coisas por fazer neste mundo desigual que temos que mudar e que depende muito da nossa luta conjunta e do esforço de cada um.

Então, outros assuntos poderão surgir. Viagens, livros, poesia, cinema, desenho, pintura, música, teatro, ensino, entre outros tantos assuntos que certamente divido com meus grandes amigos. Os próximos, que por estarem tão próximos, quase não nos vemos e os mais distantes, cuja distância instiga um desejo de saudade e reencontro. É engraçado como se propagam os sentimentos verdadeiros, mesmo com a distância e com a ação do tempo, eles não morrem... Não que vivam das lembranças ou dos fatos do passado. O passado é somente uma referência temporal. Se ainda sentimos uns aos outros, então ainda estamos no presente. Mesmo quando a vida segue o seu rumo...

Antes de terminar quero dizer que estou fazendo este blog por pura motivação do meu amigo Arq. Marcelo Pontes que está trabalhando em NY e também escreve "texto a metro", todos muito bons, contando as novidades desta sua grande jornada por lá. E como ele mudou a pouco o layout do seu blog, não me senti nenhum pouco culpado de pegar o antigo dele! Querido amigo, super abraço saudoso!

Então tá!
Nem sei o que fazer ou como finalizar este texto!
Fico olhando a barrinha de ferramentas ao redor do monitor para ver qual ícone eu aperto.
Deve ser este aqui na parte de baixo, cor de laranja!
Tomara que seja, senão não lembrarei da metade das coisas que escrevi aqui!
Abraços,



Bregatto
(A gente assina o texto ou ele se assina sozinho? Sei lá!)